A GRAVIDEZ APÓS TRANSPLANTAÇÃO UTERINA

Abstract

Contexto: Até 2014, as opções disponíveis para que mulheres que sofrem de infertilidade de fator uterino absoluto (AUFI) pudessem vivenciar a maternidade, eram a adoção ou o recurso a gestação de substituição. A transplantação uterina (UTx) vem alterar este paradigma, surgindo como uma possível hipótese de tratamento para estas doentes. Objetivos: Realizar uma revisão bibliográfica para esclarecer como deverá ser feito o seguimento de gravidez após UTx, para que, futuramente, seja possível estabelecer um protocolo de vigilância da mesma. Métodos: Procedemos à realização de uma pesquisa na base de dados PubMed, de acordo com os seguintes termos MeSH- medical subject heading- “Uterus/transplantation” AND “Pregnancy”, usando o filtro “Humans”. Foram apenas incluídos trabalhos publicados em inglês, entre os anos de 2014 e 2021. Com a análise de 161 resumos, selecionamos 24 artigos. Recentemente, com uma nova pesquisa e análise de 18 resumos publicados no ano de 2021, selecionamos mais 3 artigos, perfazendo um total de 24+3 trabalhos utilizados para realização desta revisão. Discussão: São discutidos quais os fatores de risco e complicações associados à gravidez após UTx, qual o melhor esquema de imunossupressão a que devem ser submetidas as pacientes, como fazer a vigilância adequada de episódios de rejeição de órgão e como programar o momento do parto.Conclusão: Apesar de associada a um risco significativo de morbilidade, sendo indispensáveis 3 a 4 cirurgias e imunossupressão até que seja realizada histerectomia, estudos comprovam que a gravidez após transplantação uterina é possível, segura e capaz de criar recém-nascidos saudáveis, desde que corretamente orientada e vigiada. É fundamental que as candidatas se encontrem totalmente esclarecidas e informadas sobre os potenciais riscos, com uma boa rede de suporte e com acesso a apoio psicológico adequado. Palavras-chave: Transplante Uterino; Gravidez; Humanos.

Background: Until 2014, the options available for women suffering from absolute uterine factor infertility (AUFI) to experience motherhood were adoption or surrogacy. Uterine transplantation (UTx) changes this paradigm, emerging as a possible treatment for these patients.Objective: Carry out a literature review to clarify how the UTx can be followed up, with the aim of, in the future, being possible to establish a protocol for its supervision.Methods: We made a search in PubMed data base following the MeSH terms- medical subject heading- “Uterus/transplantation” AND “Pregnancy”, using the filter “Humans”. We only include articles published in English, between 2014 and 2021. After analyzing 161 abstracts, 24 articles were selected. Recently, with a new search and analysis of 18 abstracts published in 2021, we proceeded to selection of 3 more articles, making a total of 24+3 works used in this review. Discussion: Here we discuss the risks and complications associated with pregnancy after UTx, the best immunosuppression regimen to which recipient should be submitted, how to properly monitor organ rejection episodes and how to schedule the moment of the delivery. Conclusion: Despite being associated with a significant risk of morbidity, with 3 or 4 surgeries and immunosuppression being indispensable until hysterectomy is performed, studies prove that pregnancy after UTx is possible, safe and capable of creating healthy newborns, if it is correctly oriented and guarded. It is essential that candidates are fully informed about the potential risks, with a good support network and access to adequate psychological support. Keywords: Uterus transplantation; Pregnancy; Humans.