Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/102377
Title: Gravidez após Doação de Ovócitos - Da Imunologia às Repercussões Maternofetais
Other Titles: Occyte Donation Pregnancy - From immunology to Maternal-Fetal Repercussions
Authors: Cancela, Joana Raquel dos Santos
Orientador: Areia, Ana Luísa Fialho Amaral
Lopes, Helena Maria da Cruz
Keywords: Gravidez; Doação de Ovócitos; Complicações Maternas; Complicações Fetais; Pregnancy; Oocyte Donation; Maternal Outcomes; Fetal Outcomes
Issue Date: 14-Mar-2022
Serial title, monograph or event: Gravidez após Doação de Ovócitos - Da Imunologia às Repercussões Maternofetais
Place of publication or event: Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Abstract: Objetivos: Este trabalho tem como objetivo analisar quais as diferenças imunológicas que ocorrem numa gravidez após doação de ovócitos em relação à gravidez espontânea e se estas se associam eventualmente a complicações maternofetais específicas.Metodologia: Foi realizada uma pesquisa de artigos científicos nas bases de dados eletrónicas “PubMed” e “Web of Science”, publicados entre os anos de 2010 e 2021, em língua inglesa, utilizando os termos de pesquisa: “Pregnancy” AND “Oocyte donation” AND “Maternal outcomes” OR “Fetal outcomes”. Resultados: Em comparação à gravidez espontânea, a gravidez após doação de ovócitos caracteriza-se por um maior mismatch antigénico maternofetal. Foi demonstrado que existe uma correlação significativa entre o número de human leucocyte antigen mismatches e o número de células T CD4+CD25dim a nível do sangue periférico de grávidas após doação de ovócitos. Ao invés do que ocorre na gravidez espontânea, na gravidez após doação de ovócitos não é o antigénio human leucocyte antigen-C o responsável pela indução de uma resposta linfocítica decidual, mas sim os antigénios human leucocyte antigen-A, -DR e -D. Adicionalmente, foi observado um aumento significativo das citocinas como o interferon-γ, interleucina-4 e tumor necrosis factor-α na gravidez após doação de ovócitos em comparação com a gravidez após fertilização in vitro com ovócito autólogo e gravidez espontânea. Tal traduz uma hiperativação de células T Helper do Tipo 1 e do Tipo 2. No entanto, dado que se verificou também que, no grupo de grávidas após doação de ovócitos, a razão intracelular interferon-γ/interleucina-4 em linfócitos T CD4+ estava significativamente diminuída em comparação com o grupo de grávidas após fertilização in vitro, pode-se afirmar que a balança favorece a atividade de células T Helper do Tipo 2. A maioria dos estudos que documentam complicações maternofetais associadas à gravidez de feto único e à gravidez múltipla reportam que a doação de ovócitos é um fator de risco independente para o desenvolvimento de pré-eclâmpsia. Também se verifica uma incidência aumentada de hipertensão gestacional, de parto por cesariana, de parto pré-termo e, ainda, de baixo peso ao nascimento. Em particular para a gravidez múltipla, acresce o risco de rutura prematura de membranas. Relativamente às complicações a longo prazo da gravidez após doação de ovócitos, quer para a mãe quer para a criança, poucas são as informações disponíveis na literatura. Conclusões: A gravidez após doação de ovócitos caracteriza-se, de facto, por uma imunorregulação diferente da gravidez espontânea, apesar de ainda não totalmente conhecida. A relação mais bem estudada estabelece-se entre a doação de ovócitos e o desenvolvimento de pré-eclâmpsia, mas outras complicações maternofetais têm incidência aumentada nestas grávidas. Neste sentido, torna-se imperativo um acompanhamento obstétrico direcionado para as complicações específicas associadas à gravidez após doação de ovócitos.
Objectives: This study aims to analyze which immunological differences occur in pregnancy after oocyte donation compared to spontaneous pregnancy and if these are eventually associated with specific maternal-fetal complications.Methodology: A search for scientific articles in the electronic databases "PubMed" and "Web of Science", published between 2010 and 2021, in English, using the search terms: "Pregnancy" AND "Oocyte donation" AND "Maternal outcomes" OR "Fetal outcomes" was performed. Results: Compared to spontaneous pregnancy, pregnancy after oocyte donation is characterized by greater maternal-fetal antigenic mismatch. It has been shown that there is a significant correlation between the number of human leukocyte antigen mismatches and the number of CD4+CD25dim T cells at the peripheral blood level of pregnant women after oocyte donation. Unlike what happens in spontaneous pregnancy, in pregnancy after oocyte donation it is not the human leukocyte antigen-C that is responsible for inducing a decidual lymphocytic response, but rather the human leukocyte antigens -A, -DR and -D. Additionally, a significant increase in the cytokines interferon-γ, interleukin-4 and tumor necrosis factor-α was observed in pregnancy after oocyte donation compared to pregnancy after in vitro fertilization with autologous oocyte and spontaneous pregnancy. This reflects hyperactivation of both Type 1 and Type 2 T Helper cells. However, since it was also found that the intracellular interferon-γ/interleukin-4 ratio in CD4+ T lymphocytes in the oocyte donation group was significantly decreased compared to the in vitro fertilization group, it can be stated that the balance favors Type 2 Helper T cell activity. Most studies documenting the maternal-fetal complications associated with single and multiple fetus pregnancies report that oocyte donation is an independent risk factor for the development of preeclampsia. There is also an increased incidence of gestational hypertension, cesarean delivery, preterm delivery, and also low birth weight. In particular for multiple pregnancies, the risk of premature rupture of membranes is increased. Regarding the long-term complications of pregnancy after oocyte donation for both mother and child, little information is available in the literature. Conclusions: Pregnancy after oocyte donation is indeed characterized by a different immunoregulation from spontaneous pregnancy, although not yet fully known. The most well studied relationship is between oocyte donation and the development of pre-eclampsia, but other maternal-fetal complications have an increased incidence in these pregnant women. In this sense, an obstetric follow-up directed to the specific complications associated with pregnancy after oocyte donation becomes imperative.
Description: Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
URI: https://hdl.handle.net/10316/102377
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado

Files in This Item:
File Description SizeFormat
Tese de Mestrado do MIM - Joana Cancela.pdf508.83 kBAdobe PDFView/Open
Show full item record

Page view(s)

71
checked on Jul 16, 2024

Download(s)

82
checked on Jul 16, 2024

Google ScholarTM

Check


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons