Relatórios de Estágio e Monografia intitulada “Fitoterapia na Alopecia Androgenética”

Abstract

A elaboração do presente documento é parte integrante da unidade curricular “Estágio Curricular” do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade de Coimbra. O documento está dividido em três partes: dois relatórios referentes ao estágio curricular e uma monografia intitulada “Fitoterapia na Alopecia Androgenética”.Primeiramente, é apresentado o relatório referente ao estágio curricular em farmácia comunitária, que decorreu na Farmácia Couto, seguido por um segundo relatório alusivo ao estágio curricular em indústria farmacêutica realizado no Laboratório de Estudos Farmacêuticos. Os relatórios foram redigidos segundo uma análise SWOT (do inglês Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats) onde são listados os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças relacionados com o estágio.Na última parte, é exposta a monografia denominada “Fitoterapia na Alopecia Androgenética”. A alopecia androgenética (AAG) é uma das causas mais frequente de queda de cabelo que afeta aproximadamente 50 % da população adulta mundial, com uma maior prevalência nos homens. O excesso 5α-dihidrotestosterona (DHT), produto da conversão irreversível da testosterona pela 5α-redutase (5αR), induz a miniaturização do folículo piloso e alterações no ciclo piloso levando à queda de cabelo. Outros fatores como a influência genética, fatores ambientais, estilo de vida e inflamação estão envolvidos na patogénese da AAG. Até o momento, os únicos medicamentos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) e pela European Medicines Agency (EMA) para o tratamento da AAG são o minoxidil por via tópica e finasterida oral. Porém, ambos estão associados a efeitos adversos indesejados como dermatites de contacto, diminuição da líbido e disfunção erétil surgindo a fitoterapia como alternativa à terapêutica convencional. A literatura disponível sugere que os produtos à base de plantas têm propriedades capazes de interferir em processos relacionados com a patogénese da doença com a vantagem de apresentarem menos efeitos adversos. Na presente monografia, são resumidas as atividades de plantas como Serenoa repens (Bartr.) Small, Cucurbita pepo L., Cuscuta reflexa R., Eclipta alba L., Camellia sinensis (L.) Kuntze, Equisetum arvense L., Hibiscus rosa-sinensis L., Capsicum annuum L., Ginkgo biloba L., Rosmarinus officinalis L., Glycyrrhiza glabra L. e Panax ginseng C.A. Meyer, frequentemente incluídas em formulações utilizadas na terapêutica fitoterápica da AAG. Contudo, os estudos sobre sua eficácia e segurança ainda são limitados. Muitas plantas não foram testadas em ensaios clínicos, tendo apenas evidências in vivo em animais ou in vitro para o crescimento do cabelo. Assim, ainda são necessários mais estudos no âmbito da fitoterapia como terapêutica alternativa na AAG.

The elaboration of this document is an integral part of the curricular unit “Curricular Internship” of the Integrated Master´s degree in Pharmaceutical Sciences of the University of Coimbra. The document is divided into three parts: two reports referring to the curricular internship and a monograph entitled “Phytotherapy for Androgenetic Alopecia”.Firstly, the internship report referring to the curricular internship in community pharmacy, performed at Farmácia Couto, is presented, followed by a second report referring to the curricular internship in the pharmaceutical industry carried out at the Laboratório de Estudos Farmacêuticos. The reports were written according to a SWOT analysis (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats) where the strengths, weaknesses, opportunities and threats related to the internship are listed.In the last part, the monograph named “Phytotherapy for Androgenetic Alopecia” is exposed. Androgenetic alopecia (AGA) is one of the most frequent causes of hair loss that affects approximately 50% of the adult population worldwide, with a higher prevalence in men. The high levels of 5α-dihydrotestosterone (DHT), a product of the irreversible conversion of testosterone by 5α-reductase (5αR), induces the miniaturization of the hair follicle and changes in the hair cycle, leading to hair loss. Other factors such as genetic influence, environmental factors, lifestyle and inflammation are involved in the pathogenesis of AGA. So far, the only drugs approved by the Food and Drug Administration (FDA) and the European Medicines Agency (EMA) for the treatment of AGA are topic minoxidil and oral finasteride. However, both are associated with unwanted adverse effects such as contact dermatitis, decreased libido and erectile dysfunction, emerging phytotherapy as an alternative to conventional therapy. The available literature suggests that herbal products have properties capable of interfering with processes related to the pathogenesis of the disease with the advantage of having fewer adverse effects. In this monograph, the activities of plants such as Serenoa repens (Bartr.) Small, Cucurbita pepo L., Cuscuta reflexa R., Eclipta alba L., Camellia sinensis (L.) Kuntze, Equisetum arvense L., Hibiscus rosa-sinensis L., Capsicum annuum L., Ginkgo biloba L., Rosmarinus officinalis L., Glycyrrhiza glabra L. and Panax ginseng C.A. Meyer, often included in phytotherapy formulations used in AGA, are summarized. However, studies on its beneficial effects and safety are still limited. Many plants have not been tested in clinical trials, having only in vivo in animals or in vitro evidence for hair growth. Thus, more studies are still needed in the field of phytotherapy as an alternative therapy in AGA.