“Vascular effects of 3,4-methylenedioxymethamphetamine (MDMA) and the impact of interindividual variability”

Abstract

3,4-methylenedioxymethamphetamine (MDMA), better known as “ecstasy”, is a recreational drug used around the world for its psychotropic effects. Despite its recognized neuronal impact, its cardiovascular effects on blood pressure and heart rate are also relevant, and its vascular effects and its metabolites have been the focus of recent studies, as well as its correlation with hyperthermia, the most frequent side effect of the use of this drug of abuse. The present work aimed to study the vascular effects of MDMA and the impact of interindividual variability on these effects, through a retrospective analysis of results previously obtained in our laboratory, related to the contractile response to MDMA in human internal thoracic arteries (also known as internal mammary arteries). Through a pooled retrospective analysis (28 patients), it was shown that the contractile response to MDMA displays a biphasic profile, suggesting the involvement of more than one pharmacological target, as already suggested in the literature. It should also be noted that the differences observed between the thermal conditions of the experiments (i.e. 37°C vs 40°C) were not statistically significant, which was confirmed by the analysis of a sample of 4 paired patients (whose segments were analyzed at both temperatures). However, significant independent associations were detected through multivariable analysis between the temperature of the assay and the pharmacological response. Some clinical factors, such as a history of hypertension, peripheral vascular disease and body surface area, may be associated with small differences in the pharmacological parameters of the contractile response to MDMA. In conclusion, a marked relationship was not observed between individual characteristics of patients included in the study and the parameters of vascular contractile response to MDMA, suggesting that interindividual variability plays a limited role in the vascular response to this drug of abuse.

A 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA), mais conhecida como “ecstasy”, é uma droga recreativa usada em todo o mundo pelos seus efeitos psicotrópicos. Apesar do seu reconhecido impacto a nível neuronal, os seus efeitos cardiovasculares a nível da pressão arterial e da frequência cardíaca são também relevantes, tendo os seus efeitos vasculares e dos seus metabolitos sido o foco de estudos recentes, bem como a sua correlação com a hipertermia, o efeito secundário mais frequente do consumo desta droga de abuso. O presente trabalho teve como objetivo geral o estudo dos efeitos vasculares da MDMA e o impacto da variabilidade interindividual nestes efeitos, através de uma análise retrospetiva de resultados, previamente obtidos no nosso laboratório, relativos à resposta contrátil à MDMA em artérias torácicas internas humanas (também designadas de artérias mamárias internas). Através de uma análise retrospetiva conjunta (28 doentes), demonstrou-se que a resposta contrátil à MDMA apresenta um perfil bifásico, sugerindo o envolvimento de mais do que um alvo farmacológico, tal como já proposto na literatura. Acresce referir que as diferenças observadas entre condições térmicas dos ensaios (ou seja, 37ºC vs 40ºC) não se apresentaram como significativas estatisticamente, o que foi confirmado através da análise de uma amostra de 4 doentes emparelhados (cujos segmentos foram analisados a ambas as temperaturas). Contudo, foram detetadas associações independentes significativas através de análise multivariada entre a temperatura do ensaio e a resposta farmacológica. Alguns fatores clínicos, nomeadamente história de hipertensão arterial, doença vascular periférica e área de superfície corporal podem estar associados a pequenas diferenças nos parâmetros farmacológicos da resposta contrátil ao MDMA. Em conclusão, não foi observada uma relação marcada entre as características individuais dos doentes incluídos no estudo e os parâmetros de resposta contrátil vascular à MDMA, sugerindo que a variabilidade interindividual desempenha um papel limitado na resposta vascular a esta droga de abuso.