Burnout e atividades extracurriculares nos estudantes da área da saúde da Universidade de Coimbra

Abstract

Introduction: A previous study has shown that participating in extracurricular activities reduces perfectionism and stress vulnerability and, consequently, the prevalence of burnout in medical students. Therefore, this study aimed to analyze the prevalence of burnout among students in health courses at the University of Coimbra and to assess what variables it depends on, in order to establish strategies that promote health and well-being, directed at these potencial factors.Methods: A questionnaire that included part of the Copenhagen Burnout Inventory adapted for students (CBI-S) and an epidemiological survey capable of evaluating the practice of extracurricular activities was made available online to evaluate the practice of extracurricular activities and other variables on its frequency. An observational study was performed among students of health courses of the University of Coimbra (UC), followed by the statistical and inferentional analysis of the data obtained.Results: High levels of personal burnout were observed in 34,2% of the population and 37,5% in study-related burnout with 24,1% having obtained high levels of burnout in both components simultaneously, in a representative sample of 672 students. The epidemiological variables studied, the practise of extracurricular activities, frequency, duration and break time didn’t demonstrate a relation with burnout prevalence. Sex proved to be associated with the type of extracurricular activity chosen (p=0,028). The course attended didn’t determine significant differences regarding the practise of extracurricular activities and the prevalence of personal, general or study-related burnout. In the individual analyses of the scales used, students of the remaining health courses revealed higher burnout levels than medical students (35,2% versus 32,5% for personal burnout and 37,5% versus 37,2% for study-related burnout). Medical students demonstrated higher levels of general burnout (24,6% versus 23,7%).Discussion: The percentage of students inserted in an extracurricular activity consists only of 52,5%, revealing that this factor was not associated with a lower preavalence of burnout. The choice of a certain type of extracurricular activity, its frequency or duration, as well as the other epidemiological variables studied, didn’t reveal a significant influence on burnout. The course attended didn’t determine differences in extracurricular activities nor in the prevalence of burnout.Conclusion: Taking into account the high levels of burnout in students of health courses, the creation of personal and study support programs, will allow harm reduction to academic performance, thus contributing to the welfare of its students and a better quality of life.

Introdução: Estudo anterior concluiu que a prática de atividades extracurriculares (A.E.) reduz o perfeccionismo e a vulnerabilidade ao stress e, consequentemente, a prevalência de burnout nos estudantes de medicina. Este estudo, pretendeu, por isso, analisar a prevalência de burnout entre os alunos dos cursos da área da saúde da Universidade de Coimbra e avaliar de que variáveis este depende, com o intuito de instituir estratégias promotoras de saúde e bem-estar, direcionadas a estes potenciais fatores.Métodos: Procedeu-se à aplicação online de um questionário que incluiu parte do Copenhagen Burnout Inventory adapted for students (CBI-S) e um inquérito epidemiológico para, assim, avaliar a prática de A.E, a prevalência de burnout e a influência das A.E. e de outras variáveis na frequência do mesmo. Foi efetuado um estudo observacional entre os estudantes de cursos da área da saúde da Universidade de Coimbra (UC) ao qual se seguiu a análise estatística e inferencial dos dados obtidos.Resultados: Numa amostra representativa de 672 alunos, foram observados elevados níveis de burnout pessoal em 34,2% da população, e no burnout relacionado com os estudos em 37,5%, tendo 24,1% obtido elevados graus simultaneamente nas duas componentes. As variáveis epidemiológicas estudadas, a prática de A.E., frequência, duração e tempo de interrupção não mostraram relação com a prevalência de burnout. O sexo mostrou estar associado ao tipo de atividade extracurricular escolhida (p=0,028). O curso frequentado não determinou diferenças significativas quanto à prática de A.E. e à prevalência de burnout, seja ele pessoal, relacionado com os estudos ou geral. Na análise individual das escalas utilizadas, os alunos que não de medicina revelaram níveis superiores aos de medicina (35,2% face a 32,5% no burnout pessoal e 37,5% face a 37,2% no burnout relacionado com os estudos). No burnout geral os estudantes de medicina revelaram níveis superiores (24,6% face a 23,7%).Discussão: A percentagem de alunos inseridos numa A.E. é de 52,2%, sendo que este fator não revelou estar associado a uma menor prevalência de burnout. A escolha de um determinado tipo de A.E., a sua frequência ou duração, tal como as demais variáveis epidemiológicas estudadas, não revelaram influenciar significativamente o burnout. O curso frequentado não determinou diferenças quanto às A.E. nem à prevalência de burnout.Conclusão: Tendo em conta os altos níveis de burnout nos estudantes dos cursos da área da saúde, a elaboração de programas de apoio pessoal e aos estudos, permitirá reduzir o prejuízo do seu sucesso académico, potenciando o bem-estar dos seus formandos e assim uma melhor qualidade de vida.