Metastização óssea do cancro da próstata

Abstract

O cancro da próstata é um tumor maligno, muito frequente na população masculina. Em Portugal, tem elevada prevalência e incidência, ocupando a terceira posição em termos de mortalidade, sendo apenas ultrapassado pelos cancros do pulmão e colo-retal. A maior causa para a mortalidade registada reside no desenvolvimento da doença para cancro da próstata metastizado, sendo a maioria das metástases observadas, lesões ósseas. O osso é um tecido bastante complexo em que todos os processos envolvidos no metabolismo ósseo são essenciais para a homeostase do osso. Os osteoblastos estão cometidos à formação de osso e os osteoclastos envolvidos na reabsorção óssea. É através da interação destas células que ocorre o crescimento, manutenção e reparação do osso. O desenvolvimento de cancro da próstata metastático tem como consequência o comprometimento desta interação osteoblastos-osteoclastos. Para a progressão desta patologia é também muito importante considerar o microambiente tumoral ósseo. Assim, o aparecimento e desenvolvimento de metástases ósseas é um mecanismo complexo molecular e fisiopatológico, o qual é extremamente importante de ser investigado de forma a ser possível descobrir novos métodos moleculares de diagnóstico, prognóstico e o desenvolvimento de novas terapias, nomeadamente terapias dirigidas. Este tipo de estudos reveste-se de extrema importância para a melhoria das condições de vida de doentes.Este documento pretende assim ser uma revisão sistemática dos trabalhos mais recentes nos mecanismos fisiopatológicos da metastização óssea do cancro da próstata. No final é apresentado uma discussão e conclusão crítica acerca das limitações ainda existentes no tratamento destes doentes nomeadamente num diagnóstico ainda deficiente ao nível da sua testagem genética e na existência de terapias adequadas, principalmente para os doentes com cancro da próstata metastizado com resistência à castração.

Prostate cancer is a malignant tumor, very common in the male population. In Portugal, it has a high prevalence and incidence, occupying the third position in terms of mortality, being only surpassed by lung and colorectal cancers. The main cause for the mortality disclosed lies in the development of the disease for metastatic prostate cancer, with the majority of metastases observed as bone lesions.Bone is a very complex tissue in which all the processes involved in bone metabolism are essential for bone homeostasis. Osteoblasts are involved in bone formation, and osteoclasts are involved in bone resorption. It is through the interaction of these cells that bone growth, maintenance and repair occurs. In metastatic prostate cancer development the osteoblast-osteoclast interaction is compromised. For the progression of this pathology it is also very important to consider the bone tumor microenvironment. Thus, the appearance and development of bone metastases is a complex molecular and pathophysiological mechanism, which is extremely important to be investigated in order to discover new molecular methods of diagnosis, prognosis and the development of new therapies, namely targeted therapies. This type of studies is of high importance to improve the living conditions of these patients.This document intends to be a systematic review of the most recent work on the pathophysiological mechanisms of bone metastasis of prostate cancer. At the end, a discussion and critical conclusion about the drawbacks that still exist in the treatment of these patients is presented specifically in a deficient diagnosis in terms of genetic testing and in the existence of adequate therapies, mainly for patients with metastatic prostate cancer with resistance to castration.