Deep Brain Stimulation and sexual function in Parkinson’s Disease: a retrospective cohort study

Abstract

Introdução: A Estimulação Cerebral Profunda (ECP) do núcleo subtalâmico (NST) é usada no tratamento da Doença de Parkinson (DP) avançada com benefícios inegáveis sobre a sintomatologia motora. Contudo, o impacto da ECP sobre sintomas não-motores como a disfunção sexual tem sido alvo de escassa investigação. Este estudo pretende determinar o efeito da ECP-NST na função sexual de doentes com DP e estabelecer fatores preditivos para o desenvolvimento de disfunção sexual.Métodos: Num estudo coorte retrospetivo, 21 doentes consecutivos com DP submetidos a ECP-NST (idade média 62.9±8.6 anos) foram comparados com 19 candidatos elegíveis para a cirurgia (idade média 60.7±7.9 anos). As informações clínicas avaliadas incluíram a severidade da doença (Escala Hoehn&Yahr), avaliação da função sexual (Female Sexual Function Index e International Index of Erectile Function), severidade dos sintomas depressivos (Beck Depressive Inventory II), sintomas motores (Movement Disorders Society-Unified Parkinson Disease Rating Scale Part III) e qualidade de vida (Parkinson's Disease Questionnaire PDQ-39). As variáveis de interesse foram o desenvolvimento de disfunção erétil nos homens e disfunção sexual nas mulheres. A análise univariada e multivariada foi realizada para detetar fatores de risco para a deterioração da função sexual.Resultados: 83.3% dos homens e 77.8% das mulheres submetidos à ECP-NST apresentaram disfunção erétil e sexual, respetivamente. Estas incidências não difeririam significativamente quando comparadas com o grupo candidato. Mulheres com disfunção sexual exibiram um score PDQ-39-bem-estar emocional médio significativamente superior (p=.017) e uma prevalência significativamente maior de doenças cardiovasculares (p=.012). A idade mostrou ser um fator preditivo independente para o desenvolvimento de disfunção erétil nos homens (RR=1,26; p=.033) e disfunção sexual nas mulheres (RR=1,30; p=.039), independentemente do tratamento com ECP-NST. Conclusão: A função sexual em doentes com DP de ambos os géneros não parece ser influenciada pela ECP-NST, mas antes por características clínicas do doente.

Background: Deep Brain Stimulation (DBS) of the subthalamic nucleus (STN) is used in the treatment of advanced Parkinson’s Disease (PD) with well-established benefits over motor symptoms. However, few studies addressing the impact of DBS on nonmotor dimensions such as sexual function have been conducted. This study aims to determine the effect of DBS-STN on the sexual function of patients with Parkinson’s Disease and to establish predictive factors for sexual function decline after surgery.Methods: In a retrospective cohort study, 21 consecutive patients with PD submitted to DBS-STN (mean age 62.9±8.6 years old) were compared to 19 candidates eligible for DBS-STN (mean age 60.7±7.9 years old). Variables and clinical measures comprised disease severity (Hoehn&Yahr scale), sexual function evaluation (Female Sexual Function Index and International Index of Erectile Function), severity of depressive symptoms (Beck Depressive Inventory II), motor symptoms (Movement Disorders Society-Unified Parkinson Disease Rating Scale Part III) and quality of life (Parkinson's Disease Questionnaire PDQ-39). The primary outcomes included the development of sexual dysfunction in women and erectile dysfunction in men. Univariate and multivariate regression analysis were performed to outline risk factors for sexual function deterioration.Results: Erectile dysfunction was present in 83.3% of men and sexual dysfunction in 77.8% of women treated with DBS-STN, which did not differ statistically from the non-surgically treated group. Women with sexual dysfunction had significantly higher emotional well-being PDQ-39 scores (p=.017) and a higher prevalence of cardiovascular diseases (p=.012). Age showed to be an independent predictive factor for developing erectile dysfunction in men (RR=1,26; p=.033) and sexual dysfunction in women (RR=1,30; p=.039), regardless of being submitted to DBS-STN.Conclusion: Sexual function of patients with Parkinson’s Disease of both genders does not seem to be influenced by DBS-STN itself, but by the patient’s clinical features.