Relação dos valores de força dos músculos extensores e flexores do joelho e dos abdutores e adutores da anca em jogadores de futebol

Abstract

Introdução: No futebol existem movimentos em diferentes planos descritivos sendo necessário avaliar a musculatura e produção de força tendo em conta mais que um desses planos, de forma a obter uma melhor compreensão do contributo e do papel de cada grupo muscular durante a realização de um gesto técnico. Objetivo: Avaliar a força dos músculos flexores e extensores do joelho e dos músculos abdutores e adutores da anca em jogadores jovens de futebol, submetidos aos testes de força em dinamómetros. Metodologia: A amostra foi composta por 23 jogadores sub-19 masculinos de futebol (idade: 17,7 ± 0,2 anos; estatura: 173,0 ± 1,1 cm; massa corporal: 66,1 ± 1,3 kg). Foi medida a composição corporal através de um analisador de impedância bioelétrica múltipla (InBody770) e a dinamometria foi realizada por um dinamómetro isocinético (Biodex System 3), para a flexão e extensão do joelho, e por dinamómetro isométrico (Smart Groin Trainer), para a adução e abdução da anca.Resultados: Verificou-se a existência de diferenças estatisticamente significativas nos valores de momento máximo de força entre o membro dominante (D) e não dominante (ND) na flexão (Z = -4,198, p < 0,01) e na extensão (Z = -4,197, p < 0,01) do joelho em ação concêntrica, e na flexão (Z = -4,198, p < 0,01) e na extensão (Z = -4,198, p < 0,01) do joelho em ação excêntrica, não se verificando diferenças estatisticamente significativas no rácio convencional (Z = -0,456, p = 0,648) nem no rácio funcional (Z = -0,335, p = 0,738) entre o membro N e ND. Entre adutores e abdutores não se verificaram diferenças estatisticamente significativas no momento de força para valores absolutos (N) (Z = -0,796, p = 0,426) nem com os valores relativizados pela massa corporal total (N/kg) (Z = -0,738, p = 0,460). Conclusão: Independentemente dos valores de força obtidos pelos grupos musculares é importante que exista um equilíbrio entre os pares de músculos agonista-antagonista, para que não exista risco de aparecimento de lesões.

Introduction: In soccer, there are movements in different descriptive plans, and it is necessary to evaluate the musculature and strength production taking into account more than one of these plans, in order to obtain a better understanding of the contribution and role of each muscle group during the performance of a technical gesture.Objective: Evaluate the knee flexion and extension strength and the hip abduction and adduction strength throughout valid instruments.Methodology: The sample consisted of 23 male under-19 soccer players (age: 17.7 ± 0.2 years; height: 173.0 ± 1.1 cm; body mass: 66.1 ± 1.3 kg). Body composition was measured using a multiple bioelectrical impedance analyser (InBody770), and the dynamometry was performed by an isokinetic dynamometer (Biodex System 3) for knee flexion and extension, and by an isometric dynamometer (Smart Groin Trainer), for hip adduction and abduction.Results: There were statistically significant differences in the peak torques between the dominant (D) and non-dominant (ND) members in the flexion function (Z = -4.198, p < 0.01) and in the extension function (Z = -4.197, p < 0.01) of the knee in concentric muscular action, and the flexion (Z = -4.198, p < 0.01) and in the extension (Z = -4.198, p < 0.01) of the knee in eccentric muscular action. No statistically significant differences were obtained in the conventional ratio (Z = -0.456, p = 0.648) nor the functional ratio (Z = -0.335, p = 0.738) between N and ND members. There were no statistically significant differences between adductors and abductors at the moment of strength for absolute values (N) (Z = -0.796, p = 0.426) or with the values relativized by total body mass (N/kg) (Z = -0.738, p = 0.460).Conclusion: Regardless of the muscle groups' strength values, there must be a balance between the agonist-antagonist muscles reducing the injury risk.