Um museu para a Sertã: perspetivas e leituras de um património cultural à luz do paradigma neomoderno

Abstract

The dawn of the century XXI launched a national demand for the heritage of identity, memory and local affirmation. Throughout the Portuguese territory, museums emerged with greater or lesser capacity to follow the DGPC regulations. Sertã's strategy, whether public or private, has not followed this museological trend. Only searching for a past per se, a pride of identity or a financial return? Recent studies are beginning to prove the value of heritage and culture beyond their intrinsic characteristics, measurable not only in terms of human capital, democratizing, but also in the growth of the economy, in the creation of direct and indirect tourism employment, on local development and in the well-being and quality of life of populations, so important in rural areas, where the balances of population growth continue to fall. Approximately ten thousand museums accumulate experiences and challenges around the world. Among its differentiating cultural characteristics, asymmetries and diverse needs, it seems to be consensual since the mid-century past, the need to focus the museum on its visitor, instead of an exclusive attention to objects. Faced with a rich legacy confirmed by cultural actors, the Sertã municipal museum is able to become a reality. Certain is also the infinity of challenges that await a project that has not yet been born. We provide the formula to achieve identity, local pride and credits corresponding to your ancestors' achievements. That visiting it, even conceptually, shell be synonymous of a different cultural experience, in a special place.

O dealbar do séc. XXI lançou uma demanda nacional ao património da identidade, da memória e da afirmação local. Por todo o território português surgiram museus com maior ou menor capacidade de acompanhar os normativos da DGPC. A estratégia, quer pública, quer privada da Sertã não tem acompanhado essa tendência museológica. Somente em busca do um passado per se, de um orgulho identitário ou de retorno financeiro? Estudos recentes começam a comprovar o valor do património e da cultura para além das suas características intrínsecas, mensurável não só em termos do capital humano, democratizador, mas também no incremento da economia, na criação de emprego direto e indireto no turismo, no desenvolvimento local e no bem-estar e qualidade de vida das populações, tão premente nas zonas rurais, onde os saldos do crescimento populacional continuam em queda. Aproximadamente dez mil museus acumulam experiências e vicissitudes pelo mundo fora. Entre as suas características culturais diferenciadoras, assimetrias e necessidades diversas, parece ser consensual, desde meados do século passado, a necessidade de centrar o museu no seu visitante, em detrimento de uma atenção exclusiva aos objetos. Perante um legado rico e confirmado pelos atores culturais, o museu municipal da Sertã tem condições para ser tornar uma realidade. Certa é também a infinidade de desafios que esperam um projeto que ainda não nasceu. Fornecemos a fórmula para alcançar a identidade, o orgulho local e créditos correspondentes aos feitos dos seus antepassados. Que visitá-lo, ainda que concetualmente, seja sinónimo de uma experiência cultural diferente, num local especial.