Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/92510
Title: Osteocondrite Dissecante. Estudo de lesões no membro inferior em indivíduos não-adultos e adultos da Colecção de Esqueletos Identificados de Coimbra (séculos XIX-XX)
Other Titles: Osteochondritis Dissecans. Study of lesions in the lower limb of non-adult and adult individuals from the Coimbra Identified Skeletal Collection (19th-20th centuries)
Authors: Sampaio, Ana Rita de Azevedo
Orientador: Santos, Ana Luísa da Conceição dos
Keywords: articulações sinoviais; trauma; método de classificação morfológico; paleopatologia; synovial joints; trauma; morphological classification method; paleopathology
Issue Date: 22-Jul-2020
metadata.degois.publication.title: Osteocondrite Dissecante. Estudo de lesões no membro inferior em indivíduos não-adultos e adultos da Colecção de Esqueletos Identificados de Coimbra (séculos XIX-XX)
metadata.degois.publication.location: Departamento de Ciências da Vida, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra
Abstract: A Osteocondrite Dissecante (OD) é uma condição patológica rara, de etiologia desconhecida, que afeta o osso subcondral e a cartilagem das articulações sinoviais do esqueleto, particularmente o joelho, tornozelo e cotovelo. Atualmente, afeta predominantemente adolescentes e jovens adultos do sexo masculino ligados, de alguma forma, ao desporto, razão pela qual se considera o microtrauma sucessivo às articulações como o fator mais importante no desenvolvimento de lesões. Na disciplina da Paleopatologia, verifica-se uma flagrante escassez de estudos sobre a OD, resultando, a maior parte do nosso conhecimento, da apresentação de casos singulares. Todavia, a informação paleopatológica revela informação surpreendente, pois reporta prevalências de OD significativamente mais elevadas do que as verificadas em populações atuais e apresenta o pé como uma das zonas anatómicas mais frequentemente afetadas.O presente trabalho teve como principal objetivo calcular a prevalência de OD no membro inferior – joelho, tornozelo e ossos do pé - de 296 indivíduos, entre os 7 e os 50 anos de idade à morte, pertencentes à Colecção de Esqueletos Identificados de Coimbra (séculos XIX-XX) e comparar os resultados obtidos com os dados da clínica e da paleopatologia. Devido à falta de uma metodologia de diagnóstico específica, pretendeu-se, também, criar um método de classificação de OD que agilizasse o processo de identificação de lesões e uniformizasse a divulgação de resultados. O método de classificação considera 4 estádios com base na progressão natural da OD no osso, que são: destacamento do osso necrótico por uma margem bem definida (1A); fragmento de aspeto protuberante (1B); ‘cratera’ (2A) e fase cicatrizante (2B). A aplicação do método provou a sua eficácia na distinção entre lesões de tipo 1 e 2, revelando uma verdadeira dificuldade em distinguir lesões em fase ativa (2A) de lesões em fase de cicatrização (2B). Ao excluirmos os subtipos A e B, a concordância entre observadores foi ‘perfeita’. No conjunto de indivíduos estudados, verificou-se uma prevalência de OD no membro inferior de 21,3% (63/296), que constitui um dos valores mais elevados conhecidos na Europa. Dos indivíduos do sexo masculino, 22,4% (36/161) apresentam lesões, em comparação com 20,0% (27/135) dos indivíduos do sexo feminino. Dez (10/294; 3,4%) indivíduos foram diagnosticados com OD no joelho; oito (8/295; 2,7%) no tornozelo e 49 (49/295;16,6%) no pé. A média de idade à morte dos indivíduos com e sem lesões de OD é, respetivamente, de 33,49±10,71 e de 31,06±10,96. O indivíduo mais jovem afetado é do sexo feminino e à morte contava com 12 anos de idade. É o grupo etário entre os 41-50 anos que regista a maior prevalência de OD – 27,9% (19/68). Os indivíduos com profissões de natureza manual (34/63; 53,9%) e as domésticas (23/63; 36,5%) são os mais afetados. Apesar dos resultados mencionados, não se verificaram diferenças estatisticamente significativas para a presença/ausência de OD quando considerados o sexo, idade à morte e tipo de profissão exercida em vida.
Osteochondritis Dissecans (OD) is a rare pathological condition, of unknown etiology, that affects the subchondral bone and surrounding cartilage of synovial joints, especially the knee, ankle, and elbow. In current populations, it affects mainly male adolescents and young adults connected, in some way, to sports. For this reason, repetitive microtrauma to the joints appears as the main factor in the development of lesions. In palaeopathology, there are few systematic studies about the condition, the majority being single case reports. Nonetheless, palaeopathological data reveals surprising information, in the means that it reports high OD prevalence when compared to clinical data and reports that the foot is one of the most affected locations. The present study had as its primary goal to assess the prevalence of OD in the lower limb – knee, ankle and foot bones – of a sample of 296 individuals aged at death between 7 and 50 years old, belonging to the Coimbra Identified Skeletal Collection (19th-20th centuries) and to compare the results gathered with other clinical and palaeopathological studies. Due to the lack of specific diagnostic criteria, one of our objectives was also to create a classification method that would be able to assist in the identification of lesions and standardize the publication of results. The classification method considers 4 stages according to the natural progression of the disease, which are: early detachment of the necrotic bone, surrounded by a clear margin (1A); necrotic bone clearly protruding on the surface (1B); ‘crater-like’ (2A) and remodelling lesions (2B). The application of the method proved its efficiency in the distinction between lesions of types 1 and 2, revealing, however, difficulties in distinguishing between active (2A) and remodelling (2B) lesions. When subtypes A and B were excluded, the agreement between both observers was ‘perfect’. The studied sample revealed an OD prevalence in the lower limb of 21.3% (63/296), which is one of the highest reported in European studies. OD male prevalence is 22.4% (36/161) and female is 20.0% (27/135). Ten individuals (10/294; 3.4%) showed OD in the knee, eight (8/295; 2.7%) in the ankle and 49 (49/295; 16.6%) in the foot. The mean age at death of the individuals with and without OD is, respectively, 33.49± 10.71 and 31.06±10.96. The youngest individual affected is female and died at 12 years of age. The age group most affected is the one between 41-50 years of age (19/68; 27.9%). Individuals with professions demanding manual labour (34/63; 53.9%) and housewives/maids (23/63; 36.5%) are the individuals most affected by OD. Despite these results, there are no significant statistical differences for the presence/absence of OD when sex, age at death and profession of these individuals are considered.
Description: Dissertação de Mestrado em Evolução e Biologia Humanas apresentada à Faculdade de Ciências e Tecnologia
URI: https://hdl.handle.net/10316/92510
Rights: openAccess
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