Presente Histórico - Percursos arquitetónicos a partir da colaboração com Lina Bo Bardi

Abstract

The professional knowledge of architecture depends, in addition to the academic training, on the experience in atelier. Through the sharing of collaborative work between different architects, this practice in atelier becomes a pedagogical exercise, and a transmission of values ​​and principles occurs.It is aimed to perceive, in the contemporary time, the legacy of the Lina Bo Bardi's work. The focus is on the formative course of its collaborators in the atelier and the extent of this collaboration as an alternative to the academic formation of these architects.Within this approach, the present work makes reference to themes regarding the constructed work and writings of Lina Bo Bardi and the specificity of this architecture is inquired. Exploring themes such as design, memory, collectivity and the social role of architecture, and verifying the continuity of this architectural culture, these reflections of these themes are sought in the work of the atelier Brasil Architecture, which was formed by the architects Marcelo Ferraz and Francisco Fanucci and Marcelo Suzuki, all Lina Bo Bardi's collaborators.The architecture practice of Lina Bo Bardi is analyzed first, from four cases MASP, São Paulo, 1957/1968; SESC Pompeia, São Paulo, 1977/1982, which was where the collaboration of Marcelo Ferraz, André Vainer, Marcelo Suzuki and Lina Bo Bardi began; the proposal for the contest of the Anhangabaú Tobogã Valley, São Paulo, 1981, focusing on urbanism with a team consisting of Francisco Fanucci, André Vainer, Lina Bo Bardi, Marcelo Ferraz, Paulo Fecarotta, Guilherme Paoliello, Bel Paoliello, Marcelo Suzuki and Ucho Carvalho; and the reconversion of Ladeira da Misericórdia, Salvador, 1987/1990, with the collaboration of Marcelo Ferraz and Marcelo Suzuki, and was an extremely important milestone in relation to the link between heritage and its rehabilitation. The Brasil Architecture studio is the main object of study in "The historical present of Lina Bo Bardi in the atelier Brasil Architecture". It focuses on their training and in four particular cases: the winning proposal for the Yellow Quarter, Berlin, 1997; the intervention in the Memorial to Indigenous Nations, Goiânia, 2000, addressing the integration of architecture with art in other formats, in this case sculpture; and the projects of Praça das Artes, São Paulo, 2007/2012 and the museum Cais Luiz do Sertão, Recife, 2014; the last two works being quite rich not only from the architectural point of view but also urban.

O conhecimento profissional da arquitetura depende, além da formação académica, da experiência em atelier, que, com o decorrer do tempo, e a partilha do trabalho colaborativo entre diferentes arquitetos transforma esta prática de atelier num exercício pedagógico, onde se processa uma transmissão de valores e princípios.Visa-se perceber, na contemporaneidade, o legado da obra de Lina Bo Bardi. Foca-se o percurso formativo dos seus colaboradores no atelier e procura-se em que medida foi essa colaboração uma alternativa à formação académica desses arquitetos. Tendo em vista esta abordagem, o presente trabalho referencia temas alusivos à obra construída e aos escritos de Lina Bo Bardi e questiona-se qual a especificidade da sua arquitetura. Exploram-se temas como o desenho, a memória, a coletividade e o papel social da arquitetura, e verificando a continuidade desta cultura arquitectónica, procuram-se estes reflexos destes temas na obra do atelier Brasil Arquitectura, tendo este sido formado pelos arquitetos Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci e Marcelo Suzuki, todos colaboradores de Lina Bo Bardi.Analisa-se primeiramente a prática da arquitetura de Lina Bo Bardi, a partir de quatro casos MASP, São Paulo, 1957/ 1968; o SESC Pompeia, São Paulo, 1977/1982, que foi onde se iniciou a colaboração de Marcelo Ferraz, André Vainer, Marcelo Suzuki com Lina Bo Bardi; a proposta para o concurso do Vale do Anhangabaú Tobogã, São Paulo, 1981, incidindo- se no urbanismo com uma equipa constituída por Francisco Fanucci, André Vainer, Lina Bo Bardi, Marcelo Ferraz, Paulo Fecarotta, Guilherme Paoliello, Bel Paoliello, Marcelo Suzuki e Ucho Carvalho; e a reconversão da Ladeira da Misericórdia, Salvador, 1987/1990, que contou com a colaboração de Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki, e foi um marco extremamente importante no referente ao vínculo entre património e a sua reabilitação. O atelier Brasil Arquitetura é o principal objeto de estudo em "O presente histórico de Lina Bo Bardi no atelier Brasil Arquitetura". Incide-se sobre a sua formação e em quatro casos particulares: a proposta vencedora para o Bairro Amarelo, Berlim, 1997; a intervenção no Memorial às Nações Indígenas, Goiânia, 2000, abordando a integração da arquitetura com arte noutros formatos, neste caso a escultura; e os projetos da Praça das Artes, São Paulo, 2007/2012 e do museu Cais Luiz do Sertão, Recife, 2014; sendo as duas últimas obras bastantes ricas não só do ponto de vista arquitetónico mas também urbano.