Statebuilding Bósnio: Uma análise do processo de reconstrução sob a ótica da Teoria da Sociedade de Risco

Abstract

Este trabalho de dissertação de mestrado, tem como objetivo entender os contributos da Teoria da Sociedade de Risco na análise do processo de statebuilding bósnio e também o papel da União Europeia no caso em tela. Observou-se que processo ocorrido na Bósnia desde a guerra até a reconstrução era paradigmático e que muitos acontecimentos poderiam ser analisados à luz da supracitada teoria, por exemplo, o facto da Bósnia ter sido alçada ao patamar de um protetorado internacional informal após a assinatura do Acordo de Paz de Dayton e de ter sua administração dependente do Office to the High Representative, sendo que este, por diversas vezes exerceu um papel subordinado à persecução da segurança e estabilidade ao invés de emancipação e inclusão dos nacionais bósnios. Assim, elegemos quatro frentes de análise dentro da Teoria da Sociedade de Risco para tentarmos aplica-la no estudo de caso, essas foram: a) modernidade reflexiva; b) risco; c) encenação dos riscos; d) segurança reflexiva; e) governança dos riscos. Diversos artigos, livros, documentos oficiais da União Europeia, Conselho Europeu, bem como das Nações Unidas, além de entrevistas dos High Representatives, foram consultados. As conclusões deste trabalho foram parcialmente positivas, isto porque foi possível aplicar os conceitos da teoria no caso prático, servindo inclusive para elucidar questões primordiais da Bósnia, dessa forma, traçamos paralelos entre o processo de statebuilding bósnio e as dinâmicas do risco. Quanto ao papel da União Europeia, este foi desenvolvido tanto como um gestor de riscos quanto de um promotor de riscos. Entretanto, ressalta-se que para futuros trabalhos, os conceitos deverão ser melhor lapidados para que possam melhor se adequar às Relações Internacionais.

This master’s degree thesis aims to understand the contributions of the Risk Society Theory in the analysis of the Bosnian statebuilding process and also the role of the European Union in this case. It was observed that the process that took place in Bosnia from the war until the reconstruction was paradigmatic and that many events could be analyzed in the light of the above theory, for example, the fact that Bosnia was raised to the level of an informal international protectorate after the signing of the The Dayton Peace Agreement, and its administration is dependent on the Office to the High Representative, which has often played a subordinate role in the pursuit of security and stability rather than the emancipation and inclusion of Bosnian nationals. Thus, we chose four fronts of analysis within the Risk Society Theory to try to apply it in the case study, these were: a) reflexive modernity; b) risk; c) staging of risks; d) reflective safety; e) risk governance. Several articles, books, official documents from the European Union, the European Council, as well as the United Nations, as well as interviews with the High Representatives, were consulted. The conclusions of this work were partially positive, because it was possible to apply the concepts of theory in the practical case, even serving to elucidate Bosnia's primary issues, thus drawing parallels between the Bosnian statebuilding process and the dynamics of risk. As for the role of the European Union, it has been developed as both a risk manager and a risk promoter. However, it is noteworthy that for future work, the concepts should be better refined so that they can better fit the International Relations.