Vacinas como alternativa na profilaxia de infeções do trato urinário

Abstract

A ocorrência de infeções do trato urinário é bastante elevada, não obstante o organismo humano possuir mecanismos naturais de proteção contra microorganismos, como sejam o fluxo constante de urina, as eficientes barreiras fisiológicas e a existência de células do sistema imunológico nas mucosas associadas ao sistema geniturinário. Aproximadamente metade da população mundial feminina e 12 % da população masculina já tiveram ou irão ter uma infeção urinária. Esta elevada incidência traduz-se em milhões de visitas aos sistemas de saúde primários, contribuindo assim, numa elevada percentagem para os custos de saúde. Atualmente, o tratamento profilático de primeira linha utilizado neste tipo de patologia resume-se à toma de antibióticos em baixas doses, por um período de tempo alargado. Porém, esta questão remete-nos para uma nova e séria problemática emergente na sociedade médica atual – os níveis cada vez maiores de resistências bacterianas a antibióticos. Uma das abordagens promissoras e com maior potencial é a vacinação através das mucosas utilizando os antigénios de superfície das bactérias que normalmente provocam as infeções, sendo a mais comum, a Escherichia coli. Nesta perspetiva, incluo na monografia apresentada, algumas das vacinas sobre as quais existem resultados promissores para que sejam desenvolvidas e utilizadas futuramente em larga escala. Incluem as seguintes vias de administração: intravaginal (Urovac®), oral (Uro- Vaxom®), sublingual (Uromune®) e intranasal (uma delas utilizando recetores de ferro da bactéria Escherichia coli e outra, fímbrias de Proteus mirabilis). Todas elas constituem alternativas que prometem ser passíveis de proteger a mucosa do trato urinário contra infeções deste género, demonstrando resultados bastante promissores.

Despite the natural mechanisms that protect us against the microorganisms such as the constant flow of urine, efficient physiologic barriers and the existence of immune cells from the mucosal immune system of the genitourinary tract, the occurrence of urinary tract infections is quite high. Almost half of the worldwide female population and 12 % of the male population will experience an urinary tract infection in some point on their lives. This high incidence brings millions of visits to the primary healthcare, being a substancial part of the economic costs associated. Nowadays, the first line prophylactic treatment in this pathology comes down to the take of antibiotics in lower doses, for a long period of time. However, this situation refers us to a new and serious problematic emerging in the actual medical society – the higher levels of bacterial resistance to antibiotics. One of the most promising approaches and with higher potential is the vaccination through the mucosal immune system using bacterial surface antigens which usually cause infections, such from Escherichia coli, the most common microorganism. On this point of view, I present some vaccines that have already presented some positive and promising results, having the potentiality to be developed and utilized in a broad scale. They include the following routes of administration: intravaginal (Urovac®), oral (Uro- Vaxom®), sublingual (Uromune®) and intranasal (one of them utilizes iron receptors from Escherichia coli and another one uses Proteus mirabilis fimbriae). Each one of them constitute alternatives which likely can become a promise on protecting the urinary tract mucous against this kind of infections.