A relação do sindicalismo CUT com o governo: dilemas e perspectivas (2003-2016)

Abstract

Mesmo que doutrinariamente seja concebido como autônomo, o sindicalismo sempre desenvolve relações com a política. E o que acontece quando a ideologia sindical se aproxima da governamental? Ou, dito de outro modo, no caso brasileiro, que desafios se colocaram à Central Única dos Trabalhadores (CUT) quando o Partido dos Trabalhadores (PT) ascendeu ao poder? Estas interrogações servem de pano de fundo à nossa reflexão sobre a CUT com foco na sua “agenda pelo desenvolvimento”, em parceria com outros atores sociais, no período 2003-2016. Esse processo, no entanto, não se fez sem hesitações, pois a CUT não deixou de deambular entre uma crítica à tradicional estrutura sindical e, ao mesmo tempo, uma acomodação a ela. Daí, pois, a necessidade de desvelar alguns dos dilemas da CUT e, ainda, analisar os alcances e limites de sua proposta naquele período. O que significa também, afinal, elencar desafios de renovação sindical.

Even if doctrinally conceived as autonomous, trade unionism always develops relations with politics. And what happens when trade union ideology comes closer to that of the government? Or, said in another way, in the Brazilian case what challenges are posed to the national trade union confederation Central Única dos Trabalhadores (CUT) when the Workers’s Party, Partido dos Trabalhadores (PT) rises to power? Tese questions set the backdrop for our reflection upon CUT with a focus on its “agenda for development” adopted in partnership with other social actors over the 2003/2016 period. Tis process, however, was not without hesitation, as the CUT vacillated between criticism of the traditional trade union structure and, at the same time, some sort of accommodation. Hence the need to shed light on some of the CUT dilemmas and, at the same time, to analyze its proposal in terms of accomplishments and constraints over the period. Which ultimately also entails charting the challenges for trade union renewal.