Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/849
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dc.contributor.advisorMota, Henrique Carmona da-
dc.contributor.authorGonçalves, Jeni Canha Alcobio Matias-
dc.date.accessioned2008-12-04T14:40:24Z-
dc.date.available2008-12-04T14:40:24Z-
dc.date.issued1998en_US
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/10316/849-
dc.description.abstractO mau trato infantil é frequente, pode ser fatal, particularmente no primeiro ano de vida, pode causar défices neurológicos irreversíveis e ser responsável por muitas outras sequelas a longo prazo. Deve caber ao pediatra não só a responsabilidade de um diagnóstico precoce e uma orientação adequada, mas, também, a iniciativa na organização de medidas de apoio à família e à criança. Temos procurado apoio num elemento da família (nuclear ou alargada) que, pela sua idoneidade e prestígio, pudesse intervir na educação das crianças, proporcionando-lhe maior segurança, atenção e afecto e lhes pudesse servir de modelo de vida. A este elemento chamámos pessoa de referência. Esta conduta parecia ter benefícios para a criança, pelo que levámos a cabo um estudo prospectivo com o objectivo de comparar 2 grupos de crianças maltratadas: um grupo com intervenção de uma pessoa de referência - Grupo PR - e um grupo sem pessoa de referência - Grupo SPR. Todas as crianças foram observadas e acompanhadas sempre pela mesma equipa durante 5 anos, em regime de consulta externa. Foram incluídas neste estudo 104 crianças maltratadas, diagnosticadas no H. Pediátrico de Coimbra, distribuídas de modo aleatório pelos 2 grupos, cada um dos quais incluindo 51 crianças (duas crianças faleceram). Nas 104 crianças foram diagnosticados todos os tipos de maus tratos: mau trato físico em 61%, negligência em 47%, abandono em 25%, abuso sexual em 14%, maus tratos psicológicos em 14%, criança abanada em 8%, rejeição em 7% e s. de Munchausen por procuração em 2%. A associação de diferentes tipos de maus tratos na mesma criança foi muito frequente. Os resultados da caracterização da população das 104 crianças foram semelhantes aos de outras séries no que diz respeito aos aspectos epidemiológicos, características das manifestações clínicas, maior gravidade clínica nos lactentes, origem intrafamiliar do agressor, maior violência do agressor do sexo masculino, elevada percentagem de outros elementos familiares maltratados (mãe e irmãos) e no ciclo geracional do mau trato. Quase todas as famílias pertenciam às classes sociais mais baixas. Na nossa série obtivemos algumas associações com significado estatístico e não referidos noutros trabalhos: maior gravidade dos casos de maus tratos trazidos ao hospital durante a noite, fins de semana e feriados; maior gravidade clínica dos maus tratos e maior percentagem de casos de abandono nas famílias de alto risco de disfunção familiar; maior frequência de maus tratos psicológicos nas famílias de baixo risco de disfunção familiar; sentimento de rejeição social mais frequente nas crianças institucionalizadas e nas crianças vítimas de abuso sexual. No pai, o factor precipitante mais frequente do mau trato foi o alcoolismo; na mãe, a maternidade solitária e problemas do foro psicológico foram os factores precipitantes mais importantes. No final dos 5 anos, os resultados globais foram superiores aos de outras séries, avaliados pela menor frequência das recidivas; maior número de crianças com normalização do crescimento e do comportamento; menor percentagem de crianças com sequelas neurológicas, atraso de desenvolvimento, sentimento de rejeição social; maior percentagem de crianças com sucesso escolar, bom relacionamento social, autoconceito positivo e maior ambição profissional. Da comparação das crianças do Grupo PR com as do Grupo SPR , no final dos 5 anos, obtiveram-se melhores resultados nas do Grupo PR, com uma diferença estatisticamente significativa, nos seguintes parâmetros: frequência e gravidade das recidivas; valores de QD; linguagem e comportamento; médias de QI total e de QI verbal, melhor correlação do QI verbal / QI de realização em cada criança; rendimento escolar; autoconceito e expectativas de vida futura. Concluiu-se pela eficácia da estratégia de apoio continuado, integrado e personalizado das crianças e das famílias e pelo papel relevante da pessoa de referência na recuperação das crianças maltratadas.en_US
dc.language.isoporpor
dc.rightsembargoedAccesseng
dc.subjectClínica Pediátricaen_US
dc.titleCriança maltratada - O Papel de uma Pessoa de Referência na sua Recuperação - Estudo Prospectivo de 5 Anosen_US
dc.typedoctoralThesisen_US
item.openairecristypehttp://purl.org/coar/resource_type/c_18cf-
item.openairetypedoctoralThesis-
item.cerifentitytypePublications-
item.grantfulltextnone-
item.fulltextSem Texto completo-
item.languageiso639-1pt-
Appears in Collections:FMUC Medicina - Teses de Doutoramento
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