Hepatocellular Adenoma - Morpho-phenotypical classification: characterization of a population of patients undergoing hepatectomy

Abstract

Introdução: Os adenomas hepatocelulares (AHC) são tumores hepáticos benignos associados sobretudo a mulheres sob contraceção oral ou ao uso de esteroides anabolizantes. Distúrbios metabólicos têm sido implicados de forma crescente. A atual classificação molecular divide os AHC em seis subgrupos (HHCA, IHCA, bex3HCA, bex7,8HCA, shHCA e UHCA), de acordo com características genéticas e patológicas. Este trabalho consiste na caracterização clínica e patológica completa de uma população portuguesa de doentes submetidos a hepatectomia por AHC.Material e Métodos: Revisão clínica e patológica de 12 doentes submetidos a resseção hepática por AHC (2004-2016). Excesso de peso em cinco doentes (41,7%) e obesidade grau I em quatro (33,3%). Diabetes mellitus tipo 2 em 25% dos doentes e síndrome metabólica em 41,7%. Antecedentes de contraceção oral em sete de um total de nove mulheres. Um caso de uso de esteroides anabolizantes num ex-culturista do sexo masculino. Análise estatística: SPSS 22.0.Resultados: Morbilidade major em dois casos (16,7%) e ausência de mortalidade pós-operatória. O subtipo histológico mais frequente foi o inflamatório (IHCA), presente em nove casos (75%), seguindo-se o β-catenina mutado (βHCA) em três doentes (25%). Um padrão de expressão de glutamina sintetase difuso e intenso é sugestivo de mutação no exão 3 do gene da β-catenina, tendo sido observado nos três βHCA e em dois IHCA.Discussão/Conclusão: Trata-se da primeira caracterização morfo-fenotípica de AHC numa série cirúrgica em Portugal. Atualmente, a abordagem dos AHC baseia-se no tamanho, padrão de progressão e género. A nova classificação molecular e as descobertas recentes relativamente às vias de sinalização envolvidas na oncogénese hepatocelular têm o potencial de modificar a terapêutica destes doentes, através da identificação dos subtipos de AHC associados a um maior risco de complicações.

Introduction: Hepatocellular adenomas (HCAs) are rare benign liver neoplasms mostly associated with oral contraception and anabolic steroid consumption. The role of metabolic disorders has been increasingly implicated. HCAs are divided in six subgroups (HHCA, IHCA, bex3HCA, bex7,8HCA, shHCA and UHCA), according to the current molecular classification, based on genetic and histological features. The aim of this study is to make a full clinical and pathological characterization of a Portuguese population of patients who underwent hepatectomy for HCA.Patients and Methods: Review of clinical, operative and pathological data of 12 patients undergoing hepatic resection for HCA, between 2004 and 2016. Five patients (41.7%) were overweight and four (33.3%) presented grade I obesity. Type 2 diabetes mellitus in 25% of the patients and metabolic syndrome in 41.7%. Of all the nine women included in the study, seven had history of long-term oral contraception. One male was a bodybuilder with previous anabolic steroid consumption. Statistical analysis: SPSS 22.0.Results: No postoperative mortality but major postoperative morbidity in two (16.7%) patients. The most frequent subtype was inflammatory HCA (IHCA), described in nine (75%) cases, followed by β-catenin activated HCA (βHCA) in three (25%). The presence of a β-catenin mutation in exon 3 was inferred by a diffuse and intense glutamine synthetase staining pattern which was observed in the three βHCA and two IHCA.Discussion/Conclusion: This is the first full morpho-phenotypical characterization of HCA in a Portuguese surgical cohort. Currently, the management of HCA is based on its size, pattern of progression and gender. The new molecular classification and the recent discoveries concerning the signalling pathways involved in the tumorigenesis have the potential to modify patient-care by identifying the HCA subtypes associated with a higher risk of complications.