Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/82365
Title: Repercussões na saude de experiências traumáticas na infância.
Other Titles: Repercussions of childhood trauma on health
Authors: Marques, Raquel Costa 
Orientador: Quartilho, Manuel João Rodrigues
Keywords: Experiências de Adversidade Precoce; Trauma Infantil; Stress Tóxico; Adverse Childhood Experiences; Childhood Trauma; Early Adverse Experiences; Toxic Stress
Issue Date: 1-Jun-2017
Serial title, monograph or event: Repercussões na saude de experiências traumáticas na infância.
Place of publication or event: FMUC
Abstract: O desenvolvimento de um indivíduo é influenciado pelo meio em que se insere. A aquisição de competências sociais, motoras e funcionais ocorre em períodos críticos de desenvolvimento que se processam sobretudo desde o nascimento e ao longo da infância, mas que continuam pelo resto da vida, moldados pelas experiências e adversidades vivenciadas. Mas o que acontece se ocorrerem experiências traumáticas em idade precoce?Este trabalho pretende ser uma reflexão sobre as consequências destas experiências na saúde física e a sua apresentação como patologia médica. Irá incidir também sobre fatores de risco, comportamentos e estilos de vida não saudáveis, associados às experiências traumáticas na infância.Os resultados obtidos confirmam que as experiências traumáticas na infância se associam a um risco aumentado de problemas do foro psiquiátrico e físico na vida adulta cursando com doenças cardiovasculares, auto-imunes, metabólicas, oncológicas, que são atualmente as causas principais de morbilidade e mortalidade nos países desenvolvidos. Este risco aumentado não é completamente explicado apenas pela existência de comportamentos de risco. No entanto, a relação entre as experiências de adversidade precoce e as patologias biomédicas não é linear nem se pode dizer que seja causal, porque depende de uma variedade de fatores, associando comportamentos de risco, co-morbilidades, e diferentes tipos de trauma que no conjunto se relacionam com um risco acrescido de patologias na idade adulta.Novos estudos são necessários para compreender melhor os mecanismos biológicos associados ao trauma, associando os achados das áreas de pediatria, psiquiatria e neurobiologia.A deteção precoce é fundamental para prevenir: tanto comportamentos de risco que ponham em causa a saúde pública, como para evitar as co-morbilidades físicas e psiquiátricas associadas a adversidade precoce.Escolhi este tema por considerar que é um assunto ainda não muito explorado no contexto do ensino da medicina e pela importância de que se reveste, visto englobar várias perspetivas e uma visão biopsicossocial do doente. Uma destas vertentes é o contexto social em que o apoio às crianças e proteção das gerações futuras é um dos objetivos maiores de um estado social como é o caso do nosso país, e a intervenção precoce em situações de risco ser extremamente importante como medida de prevenção de doença e de comportamentos de risco, com todos os encargos para a sociedade associados. Por outro lado, é um campo em constante atualização, em que os vários estudos vão contribuindo para uma maior compreensão dos mecanismos patológicos associados e das áreas problemáticas a intervir na área da saúde, bem como o esforço multidisciplinar e complexo a desenvolver para minimizar as causas e consequências dos traumas da infância.No que diz respeito à prática clínica, ficou presente a necessidade de formação que permita detetar o problema e atuar perante uma criança exposta a adversidade precoce.A relação entre adversidade precoce e as patologias mais comuns na idade adulta com que os médicos lidam na prática de clínica geral é motivo de reflexão, uma vez que a compreensão desta associação permite ao profissional de saúde um melhor entendimento das circunstâncias individuais de cada doente que interferem no prognóstico da doença, fatores que prejudiquem a adesão terapêutica, doenças mentais, estilos de vida e comportamentos de risco associados que possam ser melhorados se houver cooperação interdisciplinar entre as diferentes especialidades médicas e outras áreas associadas, tais como: a psicologia, nutrição, e os serviços sociais.
The development of a person is influenced by its environment. The acquisition of social, motor and functioning skills, takes place in critical windows of development, from birth and throughout their childhood that will go on for the rest of our lives, shaped by the experiences and adversities we come across. But what if traumatic experiences occur at an early age? The purpose of this review is to reflect upon the consequences of those experiences in physical health and their presentation as medical conditions. It will also assess risk factors, and unhealthy behavior associated with childhood trauma.The results show that childhood trauma is associated with an increased risk of developing psychiatric and physical pathology in adulthood, regarding cardiovascular, auto immune, metabolic and oncological diseases, being the leading causes of morbidity and mortality in developed countries nowadays. This increased risk is not totally explained by risk behaviors alone. However the link between Adverse Childhood Experiences and medical conditions is not linear or even cause-effect because it is shaped by multiple factors, associating risk behavior, co-morbidities and several types of trauma that contribute to higher rates of adult diseases. Further studies are required for a better understanding of the biological mechanisms related to trauma, connecting the findings from pediatrics, psychiatry and neurobiology field.Early detection is essential for the prevention of unhealthy behaviors and both physical and psychiatric conditions associated with childhood trauma.I chose this subject because it is not a topic that is given in depth attention in regards to our medical education as students and because of its great importance as it pertains to multiple perspectives and a bio psychosocial approach to the patient. One of these perspectives is the social context in which child protection and support is one of the main goals of a social state like Portugal and the early intervention in risk situations is extremely important as a preemptive measure against disease and risk behaviors, with all of its social monetary entanglements. On the other hand, it is a field with constant update where every study brings us closer to understanding the pathological mechanisms associated with it and further knowledge of problematic areas of intervention in health care, as well as the complex interdisciplinary effort necessary to minimize the causes and consequences of childhood trauma.Where medical practice is concerned, it was palpable the need for trauma-informed care that allows for early detection and intervention when confronted with a trauma exposed child.The relationship between early adversity and the most prevalent diseases of adulthood addressed by doctors on a daily basis is cause for consideration since the understanding of this links allows for better individual care taking in account the patient circumstances and their impact on disease prognosis, therapeutic adherence and detrimental health behavior, lifestyle choices and added mental conditions in order to improve treatment by cooperating with the various medical fields and other health related areas such as psychology, nutrition and social services.
Description: Trabalho de Projeto do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
URI: https://hdl.handle.net/10316/82365
Rights: openAccess
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