O Corpo e a Montanha. Materialização do lugar sagrado

Abstract

Em norueguês, a palavra ås significa monte/montanha, como conjunto montanhoso/cume(eira) podendo, de igual modo, ser Deus e/ou entidade divina. Estes significados que derivam da mesma palavra, colocam a questão da relação entre o elemento físico natural (monte/montanha) e o elemento Divino/sagrado (Deus). O estudo desta relação começou com a viagem, com um percurso estudado previamente, mas desconhecido, de modo a explorar os anteriores conceitos. O objetivo foi refletir sobre o conhecimento adquirido (a experiência da montanha) associado à construção e humanização da paisagem. Questiona-se a relação da construção religiosa com a montanha e como a experiência permite descodificar a materialização do lugar sagrado. Através da experiência pessoal tornou-se possível identificar um conjunto de temas sobre a problematização da construção de um lugar, e procurar comprovar um conjunto de aproximações do sagrado por parte da arquitetura. Assim, pretende-se analisar e estudar como se transforma um espaço num lugar, e como a arquitetura é o instrumento para essa transformação, num local com privilegiada relação com o meio natural.A relevância do estudo de um lugar para a comunhão de cariz religioso poderá intensificar o significado do lugar, por se tratar de um espaço com um carácter específico e de proximidade entre o mundo material e o espiritual, onde a experiência está igualmente associada. Atendendo ao que foi dito, procurou-se exemplos arquitetónicos que correspondessem às temáticas previamente apresentadas e que respondessem à problematização, considerando-se pertinente a investigação da arquitetura religiosa no contexto alpino, mais concretamente através do estudo da arquitetura contemporânea religiosa no final da década de 80. Neste sentido, como casos de estudo foram selecionadas três capelas (1988-1994) localizadas no cantão de Graubünden, Suíça.

In Norwegian, the word ås means hill/mountain, as well as a mountain ridge/ridge, and it may also be God and/or sacred identity. These meanings that derive from the same word, question the relationship between the natural physical element (hill/mountain) and the Divine element/sacred (God). The study of this relationship began with a journey, with a course previously studied, but unknown, in order to explore the previous concepts. The purpose was to reflect on the acquired knowledge (the experience of the mountain) associated to the construction and humanization of the landscape. It is questioned the relationship between the religious construction with the mountain and how the (personal) experience allows to decipher the materialization of the sacred place. Through personal experience it became possible to identify a set of themes on the problematization of the construction of a place, and to try to prove a set of approximations of the sacred by architecture. Thus, is intended to analyze and study how a space can be transformed into a place, and how architecture is the instrument for that transformation, in a place with a privileged relationship with the natural environment.The relevance of the study of a place for religious communion could intensify the meaning of the place, because it is a space with a specific character and proximity between the material and the spiritual world, where experience can also be associated. Taking into account what was said, we sought architectural examples that corresponded to the previously presented themes and that would respond to the problematization, considering the pertinence of the investigation of religious architecture in the Alpine context, more concretely through the study of contemporary religious architecture in the late 1980s. In this sense, three chapels (1988-1994) located in the canton of Graubünden, Switzerland, were selected as case studies.