Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/79771
Title: A relação entre os diferentes tipos de família e a prevalência de doença mental nos indivíduos que compõe essa família
Authors: Castelo Branco, Afonso Emanuel Guardado de Sá de 
Orientador: Caniço, Hernâni Pombas
Silva, José Manuel Monteiro de Carvalho
Keywords: Tipos de Família; Ciclo de Duvall; APGAR familiar; escala de Graffar adaptada; escala de Segóvia-Dreyer; escala de Imperatori; Doença Mental; Depressão; Prevalência; Medicina Geral e Familiar
Issue Date: Apr-2013
Abstract: A saúde mental tem um peso crescente na sociedade atual, devido à grande morbilidade que acarreta na vida das pessoas. No entanto, a influência que o tipo de família em que cada individuo se insere tem na saúde mental destes não foi ainda aprofundada. O objectivo deste estudo é então caracterizar essa relação. Foram estudadas 180 famílias da região centro de Portugal, utilizando Monografias Familiares elaboradas por alunos do 6º ano médico da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra em 2011/2012 e arquivadas na Sala Professor Armando Porto, no Centro de Saúde Norton de Matos. Para caracterização das famílias foram estudados os diferentes tipos de família e a fase do Ciclo de Vida Duvall em que se encontravam, sendo também registado o resultado da aplicação de métodos de avaliação familiar como o APGAR familiar de Smilkstein (funcionalidade), a escala de Graffar adaptada (estrato socioeconómico) e ainda a escala de de Segóvia-Dreyer e a Escala de Imperatori (risco familiar). Foram ainda caracterizadas as diferentes patologias do foro mental presentes em cada agregado familiar, tendo estas sido relacionadas através da análise de “cross-tabs” com cada uma das variáveis em estudo. Das 180 agregados familiares, a maioria apresentava um ou mais elementos com doença mental (57,8%), sendo a patologia depressiva e o distúrbio de ansiedade as patologias mais frequentes (41,1% e 14,4%, respetivamente). O tipo de família mais frequente é a família nuclear em relação à estrutura e dinâmica global (54,9%), tradicional em relação à relação conjugal (56,7%) e equilibrada no que diz respeito à relação parental (84%). Nestes tipos de família, considerados estáveis, a prevalência de doença mental foi de 55,7%, 59,2% e 57,9% respetivamente. Quanto ao Ciclo de Vida de Duvall, a fase mais frequente foi a fase VIII (33%) e VI (24%). A primeira estava associada a uma baixa prevalência de doença mental (42,4%), enquanto a última estava associada a uma alta prevalência (68%). Segundo a aplicação do APGAR familiar, a maioria das famílias são “altamente funcionais” (86,9%). Dentro desta classificação, a prevalência de doença mental ascende aos 54,6%. Quanto à escala de Graffar adaptada, a maior parte das famílias estudadas correspondem à “Classe Média” (55%), onde a prevalência de doença mental atinge os 61,4%. Finalmente, segundo as escalas de Segóvia-Dreyer e de Imperatori a maior parte das famílias estudadas são de baixo risco (85,9% e 74,3%, respetivamente). A prevalência de doença mental nestas famílias de baixo risco é de 52,9% e 52,7% respetivamente. Em ambas as escalas a classificação de “alto risco” apresenta uma prevalência de doença mental de 100%. Ficou demonstrado neste estudo que os tipos de família considerados estáveis não são necessariamente os que apresentam menor prevalência de doença mental. No entanto, os tipos de família classicamente instáveis estão de facto associados a uma maior prevalência de doença mental. Quanto ao Ciclo de Vida de Duvall, as fases mais associadas a doença mental são fases em que ocorre readaptação a novos papéis no seio da família (família com filhos pequenos e famílias de meia idade) ou na sociedade (famílias com filhos em idade escolar). O estrato socioeconómico de cada família não mostrou qualquer relação consistente com a prevalência de doença mental. Quanto aos restantes métodos de avaliação familiar (APGAR familiar, escala de Segóvia Dreyer e escala de Imperatori), ficou demonstrado que as classificações de moderado-alto risco/disfunção estão associadas a uma alta prevalência de doença mental. Este estudo mostra a necessidade de mais informação nesta área, uma vez que ficou claro que a família em cada individuo se insere tem um papel importante na prevalência de doença mental.
Mental health is increasingly important in today's society, due to high morbidity which affects in people's lives. However, the influence to mental health that each type of family carries has not yet been established. Therefore, the aim of this study is to characterize this relationship. There were 180 families studied in the central region of Portugal, using Family Reports prepared by students of the 6th Medical Year of the Faculty of Medicine of the University of Coimbra in 2011/2012 and filed in Sala Professor Armando Porto in the Norton de Matos Health Center. For characterization of the families, there were studied all the different types of families and the phase of the Duvall Life Cycle in which they were included. It was also recorded the result of the application of different evaluation methods such as the Smilkstein APGAR family (functionality), the adapted Graffar scale (socioeconomic status) and also Segovia-Dreyer scale and Imperatori scale (familial risk). Finally, the different mental disorders present in each household were characterized and later related to the different variables above, using the “cross-tabs” analysis. Of the 180 households, most of them had one or more members with mental illness (57.8%), depressive disorder and anxiety disorder being the most frequent pathologies (41.1% and 14.4%, respectively). The most common type of family is the nuclear family within overall structure and dynamics (54.9%), the traditional family within marital relationship (56.7%) and the balanced family within the parental relationship (84%). In these types of family, considered to be stable, the prevalence of mental illness was 55.7%, 59.2% and 57.9% respectively. As for Duvall Life Cycle, the most frequent phases were VIII (33%) and VI (24%). The first was associated with a lower prevalence of mental illness (42.4%), while the latter was associated with a high prevalence (68%). According to the application of the familial APGAR, most families are "highly functional" (86.9%). Within this classification, the prevalence of mental illness amounts to 54.6%. According to the adapted Graffar scale, most of the families studied correspond to "Middle Class" (55%), where the prevalence of mental illness reaches 61.4%. Finally, according to the scales of Segovia-Dreyer and Imperatori most families studied are considered to be low risk (85.9% and 74.3%, respectively). The prevalence of mental illness in these families is 52.9% and 52.7% respectively. In both scales the classification of "high risk" has a 100% prevalence of mental illness It was demonstrated in this study that the family types considered to be stable are not necessarily those with lower prevalence of mental illness. However, the types of classically unstable families are indeed associated with a higher prevalence of mental illness. As for the Duvall Life Cycle, the phases associated with mental illness are phases in which adapting to new roles within the family (family with young children and families of middle age) or society (families with school-aged children) occurs. The socioeconomic status of each family showed no consistent relationship with the prevalence of mental illness. The remaining family assessment methods (familial APGAR, Segovia-Dreyer scale and Imperatori scale), demonstrated that the ratings “moderate-high” risk / dysfunction are associated with a high prevalence of mental illness. This study shows the need for more information in this area, since it was clear that each family characteristics play an important role in the prevalence of mental illness
Description: Trabalho final de mestrado integrado em Medicina àrea científica de Medicina Geral e Familiar, apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/79771
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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