Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/79480
Title: A fibrilhação auricular não valvular e o acidente vascular cerebral
Authors: Viveiros, Octávio Domingos Maciel 
Orientador: Gonçalves, António Freire
Santo, Gustavo António Pereira Rodrigues Cordeiro
Keywords: Fibrilhação auricular; Diagnóstico; Terapêutica; Acidente vascular cerebral
Issue Date: Mar-2010
Abstract: Introdução A fibrilhação auricular é a arritmia cardíaca mais comum na população ocidental. Estima-se que 6 milhões de pessoas na Europa têm fibrilhação auricular. O acidente vascular cerebral tromboembólico constitui a complicação mais grave deste tipo de arritmia. Objectivos e Métodos Este trabalho de revisão teve por objectivo analisar a associação entre a fibrilhação auricular não-valvular e o acidente vascular cerebral isquémico. Abordou-se a epidemiologia, etiologia e fisiopatologia e deu-se particular ênfase ao diagnóstico e às actuais recomendações terapêuticas no âmbito da prevenção de eventos cardioembólicos. Foram consultados, através dos motores de busca Pubmed, Medline, Emedicine, um conjunto de artigos científicos que versavam os tópicos: «fibrilhação auricular» e «acidente vascular cerebral». Desenvolvimento Os doentes com fibrilhação auricular, cuja prevalência tem vindo a aumentar, apresentam um risco cinco vezes maior de desenvolver um acidente vascular cerebral isquémico em relação à população geral. Admite-se ainda que esta arritmia responda por cerca de 20% de todos os acidentes vasculares cerebrais isquémicos. Estes eventos cardioembólicos, no contexto de fibrilhação auricular, são habitualmente mais graves e causam maior compromisso funcional do que os atribuídos a outra etiologia. A primeira manifestação de fibrilhação auricular é frequentemente um acidente vascular cerebral isquémico. Assim, todo o enfoque deve ser colocado na detecção precoce deste tipo de arritmia, designadamente através de estratégias coordenadas de rastreio. Uma vez efectuado o diagnóstico de fibrilhação auricular, as medidas a instituir baseiam-se em dois pressupostos: o controlo/ abolição da arritmia (terapêutica «upstream») e a prevenção dos eventos tromboembólicos («downstream»). O score CHADS2 permite a estratificação deste risco e, desta forma, apresenta-se como o método adequado para a definição da melhor estratégia terapêutica. Em doentes com um score igual ou superior a 2 está indicada a terapêutica anticoagulante com antagonistas da vitamina K, que se traduz numa redução de risco relativo de 62%. Apesar da sua eficácia, estes fármacos exigem uma monitorização especial e apresentam um elevado número de interacções (alimentos, outros fármacos). Os resultados do estudo RE-LY recentemente publicados, demonstraram que o inibidor directo da trombina dabigatran, quando comparado com o varfarina, apresenta uma eficácia não inferior na dose de 110 mg duas vezes/dia e resulta numa redução significativa no número de hemorragias major. Na dose de 150 mg, administrada em duas tomas diárias, revelou uma eficácia superior. Apesar do seu elevado preço, tem a vantagem de não exigir uma monitorização laboratorial apertada. Apresenta-se, desta forma, como uma terapêutica altamente promissora, estando por definir, no entanto, os sub-grupos nos quais se constitui como terapêutica de primeira linha. Apesar dos recentes desenvolvimentos, não existe, no momento, evidência clínica robusta de benefício a longo prazo das diversas abordagens cirúrgicas ou percutâneas, no sentido de promover a ablação da FA ou prevenção dos eventos tromboembólicos. Conclusão A fibrilhação auricular constitui-se como um dos principais problemas de saúde pública no âmbito das doenças cardiovasculares. Apresentam-se, neste trabalho, as medidas que conduzam à sua detecção precoce e, na sua presença, à estratificação do risco de modo a definir a melhor abordagem terapêutica que previna os eventos tromboembólicos.
Introduction Atrial fibrillation is the most common cardiac arrhythmia in western population. It is estimated that 6 million people in Europe have atrial fibrillation. The thromboembolic stroke is the most serious complication of this type of arrhythmia. Objectives and Methods This review aimed to analyse non-valvular atrial fibrillation and ischemic stroke association. The author approaches epidemiology, etiology and pathophysiology emphasizing this arrhythmia diagnosis and the current therapeutic recommendations for cardioembolic events prevention. A wide range of scientific articles approaching «atrial fibrillation» and «stroke» were consulted through the following search engines: Pubmed, Medline and Emedicine. Discussion Atrial fibrillation patients, whose prevalence has been increasing, have a fivefold risk boost of developing an ischemic stroke compared to general population. This arrhythmia accounts for about 20% of all ischemic strokes. The cardioembolic events associated to atrial fibrillation are frequently more severe, with worse functional impairment than attributed to other etiology. The first manifestation of atrial fibrillation is often an ischemic stroke. Thus, all focus should be placed on early detection of this type of arrhythmia, particularly through coordinated screening strategies. Following atrial fibrillation diagnosis, measures should be considered on two assumptions: arrhythmia control / elimination («upstream» therapy) and thromboembolic events prevention («downstream»). The CHADS2 score allows risk stratification, thus presenting itself as an appropriate method for defining the best therapeutic strategy. For CHADS2 scores ≥2 oral anticoagulation therapy with vitamin K antagonists is indicated, promoting a relative risk reduction of 62%. Despite their effectiveness, these drugs not only require special monitoring but also have a high number of interactions (food, other drugs). The RE-LY study results, recently published, showed that direct thrombin inhibitor dabigatran compared with warfarin has no inferiority at a dose of 110 mg twice a day, resulting in a significant major bleedings reduction .At a dose of 150 mg administered twice a day, showed superiority. Despite its high price, it has the advantage of not requiring tight laboratory control. Thus is presented as a highly promising therapeutic, despite of the need to identify the sub-groups in which can be applied as a first-line therapy. At the moment, in spite of recent developments, there is no clinical evidence concerning long-term benefit of surgical or catheter approaches in order to promote atrial fibrillation ablation or thromboembolic events prevention. Conclusion Atrial fibrillation is one of the major health public problems in cardiovascular diseases context. In this review, the author presents early detection measures and risk stratification to define the best therapeutic approach for thromboembolic events prevention, in atrial fibrillation patients.
Description: Trabalho final de mestrado integrado em Medicina àrea científica de Neurologia, apresentado à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/79480
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

Files in This Item:
File Description SizeFormat
fa_avc_final.pdf2.08 MBAdobe PDFView/Open
Show full item record

Page view(s)

415
checked on Apr 16, 2024

Download(s) 50

1,046
checked on Apr 16, 2024

Google ScholarTM

Check


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.