Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/44201
Title: Uma perspectiva cosmopolita sobre os estudos africanos: a lembrança e a marca de Aquino de Bragança
Authors: Meneses, Maria Paula 
Issue Date: 2012
Publisher: CODESRIA
Serial title, monograph or event: Como fazer ciências sociais e humanas em África: Questões epistemológicas, metodológicas, teóricas e políticas
Place of publication or event: Dakar
Abstract: Moçambique conhece, ao longo dos últimos anos, um crescente interesse sobre as ciências sociais e humanas enquanto objecto de pesquisa. No seu conjunto, as análises produzidas assinalam a presença de uma análise crítica empenhada sobre as ciências sociais e as humanidades no país, conjugando problemas e desafios locais com estudos realizados noutras regiões do continente e do mundo. O estudo do papel desempenhado, neste contexto, pelo Centro de Estudos Africanos (CEA) da Universidade Eduardo Mondlane é um repto importante ao esbatimento da memória da acção político-académica deste Centro.2 Mas, mesmo as análises críticas são por vezes insuficientes para resgatar o papel do CEA na luta contra a persistência de uma leitura distorcida provocada pela hegemonia de uma produção académica que se desenvolve no Norte global, em torno do eixo Europa-America. É neste contexto que teve lugar, em 2009, o colóquio de homenagem a Aquino de Bragança, fundador do CEA.3 Este colóquio constituiu um espaço intelectual de reflexão e de auto-análise sobre o sentido das pesquisas realizadas, para, a partir delas, se (re)pensarem os caminhos das ciências sociais e humanas numa perspectiva proactiva. Em paralelo, este colóquio, pelas temáticas epistémicas e metodológicas tratadas, reafirmou a centralidade do papel do Centro de Estudos Africanos no desenvolvimento e promoção de um debate intelectual sobre a complexa realidade de Moçambique, do continente e do mundo. Como vários dos académicos presentes ao colóquio debateram, universal na aparência, o saber científico (e as metodologias que lhe estão associadas) produzido a partir da modernidade ocidental está presente na nossa forma de imaginar e interpretar o mundo. O espírito da racionalidade, em cuja origem reside um desejo de divulgação, gerou, no contacto com outros saberes e realidades, uma geopolítica do conhecimento complexa e densa, onde funcionam múltiplos centros de pesquisa, hierarquicamente organizados. Após chamar a atenção para as dimensões institucionais da pesquisa e problematizar o activismo e a própria pesquisa, estabelecerei as conexões entre diferentes tipos de conhecimento/pesquisa e as possibilidades de transformação estrutural e revolucionária das sociedades, a partir, também, da minha experiência como parte deste processo. Numa segunda parte, o artigo chama a atenção para o salto qualitativo traduzido em acção que é necessário dar para que a pesquisa consiga transformar o mundo de uma maneira radical. Em última análise, é preciso que a qualidade do conhecimento produzido pela pesquisa seja avaliada em função do seu poder transformador — ou seja, da sua capacidade de transformar as relações injustas e desiguais existentes no mundo tal como ele é hoje, bem como de transformar radicalmente as estruturas geradoras da opressão, da desigualdade e da injustiça.
URI: https://hdl.handle.net/10316/44201
ISBN: 978-2-86978-505-2
Rights: openAccess
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