Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/41114
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dc.contributor.authorAraújo, Pedro-
dc.contributor.authorMendes, José Manuel-
dc.date.accessioned2017-05-04T10:59:21Z-
dc.date.available2017-05-04T10:59:21Z-
dc.date.issued2013-12-
dc.identifier.issn2182-9071por
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/10316/41114-
dc.description.abstractAs histórias do urânio integram uma história mais vasta, mais complexa, mais distante, também, ideológica, política e tecnologicamente: a história do nuclear.3 As histórias do urânio e as histórias do nuclear entrelaçam-se, a segunda, porém, ofuscando a primeira, extravasando, como refere Gabrielle Hecht em capítulo constante deste relatório, as escalas do tempo e do espaço.4 As histórias do urânio, pelo contrário, são inevitavelmente cativas de um tempo e, mais ainda, de um espaço. Será aqui questão de urânio, enquanto “facto em bruto” (Gunter e Kroll-Smith, 2006:198) que existe para além dos desideratos e valores humanos, e de nuclearidade (Hecht, 2006; 2009), enquanto categoria tecno-política continuamente contestada, cujos parâmetros de definição dependem da história e da geografia, da ciência e da tecnologia, dos corpos e das políticas, dos estados e dos mercados. Será questão de urânio e de nuclearidade, mas num momento particular daquelas que configuram as suas temporalidades em dois territórios: a Urgeiriça, em Portugal, e a região do Limousin, em França. Comecemos, então, por situar a análise no espaço e no tempo. A análise que nos propomos desenvolver parte de dois territórios, em Portugal e em França, nos quais a exploração de urânio foi irreversivelmente marcante: a Urgeiriça e a região do Limousin. Distintos no impulso que conferiram ao desenvolvimento nacional da indústria nuclear, estes territórios partilham duas importantes semelhanças que serviram de ponto de partida para o exercício comparativo que nos propomos empreender. Por um lado, a Urgeiriça e o Limousin foram, sem dúvida, os territórios onde, em Portugal como em França, a exploração de urânio mais se desenvolveu e adquiriu dimensão nacional e internacional. Por outro, ambas as histórias da indústria uranífera nestes territórios culminam, no final do século XX, num reconhecimento algo tardio do passivo ambiental gerado pela exploração desse minério. Meio século depois, no caso do Limousin, e quase um século, no caso da Urgeiriça, findos a extracção e tratamento de urânio, o momento histórico ao qual ambos os casos nos reportam — e no qual nos deteremos para abrir a cena sobre os actores que lhe dão corpo — é o do tempo incerto da radioactividade (Brunet, 2004). A designação de tempo incerto não poderia ser mais acertada. Num caso como no outro, encerrada a actividade, o urânio e a sua exploração desprendem-se definitivamente do contexto de familiaridade no qual se encontravam e passam a ser fonte de incerteza (Vide capítulo de Olivier Borraz neste relatório). Incerteza relativamente ao património negativo que legaram aos territórios e às gerações vindouras. E, mais importante, incerteza relativamente ao seu controle no passado e à sua gestão no futuro por parte dos responsáveis pela actividade e pelo Estado. É este o tempo durante o qual estão presentes as condições para que, em França, uma associação ambiental se oponha ao gigante francês do nuclear, a COGEMA (hoje, AREVA NC), e que, em Portugal, o dever assumido por sucessivos governos de proceder à requalificação ambiental dos antigos sítios minérios encontre resistência local na voz dos ex-trabalhadores da ENU. O que procuraremos tornar saliente são as diferentes configurações que, em França e em Portugal, assume a relação entre o Estado, o território e a população, quando mediadas pela «redescoberta» da nuclearidade do urânio, tomando-se como pontos de entrada, no caso francês, o processo judicial que opôs a associação Sources et Rivières du Limousin (Fontes e Rios da região Limousin, SRL) à COGEMA e, no caso português, nos inesperados protestos que emergiram na sequência da requalificação ambiental da área mineira da Urgeiriça.por
dc.language.isoporpor
dc.publisherCentro de Estudos Sociaispor
dc.rightsopenAccesspor
dc.titleAs minas de urânio em França e Portugalpor
dc.typeother-
degois.publication.firstPage55por
degois.publication.lastPage108por
degois.publication.issue03por
degois.publication.locationCoimbrapor
degois.publication.titleCescontexto - estudospor
degois.publication.titleRisco, Cidadania e Estado num Mundo Globalizado-
dc.relation.publisherversionhttp://www.ces.uc.pt/publicacoes/cescontexto/index.php?id=8881por
dc.peerreviewedyespor
uc.controloAutoridadeSim-
item.openairetypeother-
item.languageiso639-1pt-
item.openairecristypehttp://purl.org/coar/resource_type/c_1843-
item.cerifentitytypeProducts-
item.grantfulltextopen-
item.fulltextCom Texto completo-
crisitem.author.deptFaculty of Sciences and Technology-
crisitem.author.parentdeptUniversity of Coimbra-
crisitem.author.researchunitCMUC - Centre for Mathematics of the University of Coimbra-
crisitem.author.researchunitCES – Centre for Social Studies-
crisitem.author.parentresearchunitUniversity of Coimbra-
crisitem.author.orcid0000-0002-4898-5289-
crisitem.author.orcid0000-0003-3602-9756-
Appears in Collections:I&D CES - Relatórios Técnicos
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