Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/36885
Title: Depressão pós-parto paterna : família em risco
Authors: Brites, Tiago José da Costa 
Orientador: Caniço, Hernâni Pombas
Keywords: Depressão pós-parto; Família
Issue Date: Mar-2016
Abstract: O presente trabalho visa constituir um artigo de revisão sobre a depressão pós-parto (DPP) paterna e o seu impacto na saúde e bem-estar da unidade familiar. Baseou-se numa extensa análise de artigos científicos disponíveis na base de dados PubMed. Registando um investimento científico ainda diminuto e negligenciada como fenómeno autónomo, quer pelos profissionais de saúde quer pela sociedade em geral, a caracterização desta patologia assentou na explanação da sua sintomatologia, rastreio, evolução, fatores de risco e prevalência. Pais deprimidos tendem a exibir os mesmos sintomas que uma mãe deprimida, com principal destaque para o aumento da impulsividade, irritabilidade, agressividade e consumo de álcool e drogas. Os principais fatores de risco são a DPP materna, antecedentes prévios de psicopatologia e desequilíbrio na relação marital. A DPP paterna tende a desenvolver-se de forma mais gradual, em comparação com a materna. O período crítico para a sua emergência é entre os 3 e 6 meses após o parto e a sua prevalência é de 10,4%. Em seguida, analisou-se o impacto da DPP paterna no contexto familiar, abarcando os seus efeitos em quatro dimensões interrelacionadas. Na mãe, ressaltam-se os riscos de falta de apoio, interferência na relação mãe-criança, aumento dos sintomas depressivos, entre outros. Na relação do casal, destaca-se a possível intensificação de conflito, afastamento emocional, riscos de separação e violência doméstica. No âmbito da interação pai-filho/a, sobressai a maior probabilidade de decréscimo de afeto, irritabilidade, disciplina inconsistente, retribuições débeis e/ou insatisfatórias. No que concerne ao desenvolvimento da criança, evidenciam-se os riscos de problemas de ordem emocional, conduta e socialização, atraso na expressão verbal e doença psiquiátrica, bem como ideação suicida e depressão a longo prazo, entre outros. Finalmente, expuseram-se as medidas de prevenção e tratamento da DPP paterna, cuja sintomatologia permanece difícil de identificar, em grande parte devido à centralização dos cuidados de saúde no binómio mãe-bebé e à baixa consciencialização pública sobre este fenómeno. Entre as principais estratégias sugeridas, sublinham-se: campanhas de educação sobre esta temática; maior sensibilização dos profissionais de saúde; desenvolvimento de ferramentas de rastreio; envolvimento do casal nos cuidados de saúde no período ante e pósnatal e divulgação de técnicas para a redução do conflito conjugal; a constituição de grupos de apoio entre pares; terapias farmacológicas e psicológicas. Conclui-se advogando a necessidade de uma viragem na perceção da DPP paterna como um problema de saúde pública que afeta a unidade familiar e exige uma intervenção multifacetada.
The present work aims to provide a review on paternal postpartum depression (PPD) and its impact in the health and well-being of the family unit. It was based on an extensive analysis of scientific articles that are available on the PubMed database. Observing a scientific investment that is still small and neglected as an autonomous phenomenon, both by healthcare professionals and society in general, the characterization of this pathology was based on the explanation of its symptomology, screening, evolution, risk factors and prevalence. Depressed fathers tend to exhibit the same symptoms of a depressed mother, with an emphasis on the increase of impulsivity, irritability, aggression and the consumption of alcohol and drugs. Main risk factors include maternal PPD, history of psychopathology and an imbalance in the marital relationship. Paternal PPD tends to develop more gradually when compared to maternal PPD. The critical period for its emergence is between 3 and 6 months after delivery, with a prevalence of 10,4%. Following, the impact of paternal PPD in the family context was analysed, covering its impacts in four interrelated dimensions. With the mother, what stands out is the risk of lack of support, interference in the mother-child relationship and an increase in depressive symptoms, among others. In the couple’s relationship, we highlight a potential increase of conflict, emotional withdrawal, risk of separation and domestic violence. In the father-son/daughter interaction, what stands out is the probability of decrease in affection, irritability, inconsistent discipline, and weak or unsatisfactory rewards. In what regards the child’s development, there is an evident risk of emotional problems, as well as problems in conduct and socialization, retardation of verbal expression, psychiatric illness, and suicidal ideation and depression in the long term, among others. Finally, the measures for prevention and treatment of paternal PPD were presented, whose symptoms remain difficult to identify, largely due to the centralization of healthcare around the mother-child binomial and poor public awareness for this phenomenon. Among the main suggested strategies, we highlight: educational campaigns; increased awareness of healthcare professionals; development of screening tools; involvement of the couple in health caring activities during pre- and post-natal periods and dissemination of marital conflict reduction techniques; the establishment of peer support groups; pharmacological and psychological therapies. We conclude by advocating the need for a shift in the perception of paternal PPD as a public health concern that affects the family unit and requires a multifaceted intervention
Description: Trabalho final de mestrado integrado em Medicina área cientifica de Clinica Geral, apresentado á Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/36885
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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