A importância do HPV no carcinoma da cavidade oral

Abstract

O Cancro oral aparece actualmente numa posição de destaque no âmbito da saúde pública, pois é o sexto cancro mais comum a nível Mundial. Para tal muito contribui o diagnóstico tardio da maior parte das lesões, sendo portanto crucial a sua identificação precoce. Embora os factores etiológicos primordiais sejam o tabaco e o álcool, ultimamente tem sido demonstrado, em particular nos cancros da orofaringe e amígdala a presença do genoma do vírus do papiloma humano. As infecções por Vírus do Papiloma Humano são comuns em homens jovens sexualmente activos, contudo em apenas uma pequena fracção de indivíduos infectados se desenvolve a infecção, o que implica o envolvimento de co-factores ambientais e genéticos na carcinogénese. O mecanismo fisiopatológico subjacente á infecção pelo vírus papiloma humano ainda não é totalmente compreendido a nível oral. Alguns subtipos do vírus do papiloma humano são considerados de alto risco na prevalência e progressão, em especial os subtipos 16 e 18. A maioria dos estudos sugerem que pacientes com HPV positivo para carcinomas das células escamosas da cabeça e pescoço diferem dos HPV negativos em muitos aspectos: aparência histológica, diferenciação, factores de risco, prevalência, incidência e prognóstico. Os carcinomas HPV positivo têm um prognóstico mais favorável pois apresenta uma melhor resposta terapêutica, visto que incide em indivíduos mais jovens. O presente trabalho pretende fazer um levantamento dos resultados mais recentes e relevantes dos vários estudos desenvolvidos e publicados, com especial importância na introdução de políticas preventivas, as quais constituirão a principal estratégia para a redução da mortalidade com consequente implementação precoce de tratamento adequado. Oral Cancer has a prominent position in public health, as it is the sixth most common cancer in the World. Despite their prevalence statistically significant, a major factor involved is the poor prognosis and delayed diagnosis of lesions. Although the primary etiological factors are tobacco and alcohol, the presence of the human genome papillomavirus has recently been demonstrated, particularly in the case of amygdala and oropharyngeal cancers. Infections caused by human papillomavirus are common in young males sexually active, however only in a few infected individuals the infection is developed, evolving the co-evolvement of genetic and environmental factors. The underlying mechanism of the human papilloma virus infection is still not fully understood at the oral level. Some subtypes of human papilloma virus are considered high risk on the prevalence and progression, especially those subtypes 16 and 18. Most studies suggest that patients with positive HPV squamous cell carcinomas of the head and neck differ from negative HPV in many aspects: histological appearance, differentiation, risk factors, prevalence, incidence and prognosis. The positive HPV carcinoma has a favorable prognosis for successful outcome, since it occurs in younger individuals. In this review, we present a survey of the most recent and relevant results from various studies developed and published, with special emphasis on preventive policies, a major strategy for reducing mortality and implementation of early treatment.