Quando a arquitetura se transforma em música. O Pavilhão Philips e a magia do Pòeme Électronique

Abstract

A arquitetura e a música, com as suas formas de arte abstratas baseadas no ritmo, na proporção e na harmonia, partilham uma evidente linhagem cultural que ultrapassa os conceitos que as definem. Muitas vezes apelidada de “música congelada” são várias as particularidades que unem a arquitetura, arquétipo da arte visual e material e a música, protótipo da arte acústica e imaterial, como formas de arte de ordem harmónica e rítmica. Neste estudo propomo-nos transpor os limites mais ou menos estanques que separam estas duas manifestações de arte – arquitetura e música – para estudar o modo como ambas se têm influenciado e relacionado mutuamente ao longo da História. Partindo de uma perspectiva geral, pretendemos traçar um retrato do conceito artístico de ambas as artes e procurar identificar e interpretar, para além dos vínculos culturais comuns, as diferentes relações teóricas, metafísicas e filosóficas que as unem. Para o efeito iremos percorrer vários trabalhos onde, ao longo dos anos, ambas as artes se fundiram para se transformarem em estruturas que apelam aos sentidos de forma acentuada e emocional, para nos determos numa obra em particular, onde a arquitetura alcançou a sua condição suprema, tornando-se num tipo particular de música: o Pavilhão Electrónico Philips.