Objetos musicais

Abstract

As novas tecnologias têm vindo a permitir com as suas ferramentas a exploração de novos conceitos e formas de interagirmos com o mundo. Novas disciplinas do design, como o design de interacção, surgem como resultado da aplicação de soluções computacionais para a resolução de problemas de design (MAILMAN, 2013). A música é um dos meios mais poderosos para a expressão de emoções e sentimentos. Faz parte da cultura da Humanidade desde os seus primórdios. É uma expressão de criatividade assumida deste a infância por muitos de nós, habituados a improvisar ritmos e melodias, a imaginar harmonizações e até músicas completas. O mundo digital tem vindo a encontrar respostas cada vez mais poderosas para os que pretendem exprimir-se musicalmente, mas continua a verificar-se uma lacuna no que respeita à oferta de aplicações interactivas que permitam a composição de trechos musicais com alguma complexidade e o controlo da sua execução, de forma criativa e intuitiva, a pessoas com conhecimentos musicais limitados. Assumindo que qualquer pessoa, mesmo sem grande conhecimento musical, é capaz de a criar e aprender através de uma experiência interactiva e intuitiva, pretendemos construir uma ferramenta que consiga criar uma composição musical onde o corpo humano seja o próprio instrumento de interação. Ao construir esta ferramenta pretendemos também ficar a conhecer com uma maior profundidade a relação entre o mundo físico e o digital. De forma a podermos resolver este problema de carácter experimental, levantaram-se algumas questões, às quais se foram respondendo ao longo do projecto, de forma directa ou indirecta, as quais ajudaram na formulação de um processo de trabalho e validação do mesmo. Questões: Como podemos relacionar os gestos provenientes do corpo humano à música e de que modo podem eles criar diferentes sons? Quais as características gestuais que são mais relevantes quando se trata de produzir música com o próprio corpo e de que modo devem elas mudar o som? Qual o tipo de gestos e movimentos que se encontram associados a determinado tipo de sons? Como poderemos integrar a nossa percepção e informação do mundo físico no mundo digital? Existe alguma semelhança na forma como nos expressamos com um instrumento físico (através do toque) ou com um instrumento digital (através de gestos) ? Pretendemos com isto não só expressar a nossa individualidade, mas também que a mesma se confronte com caos e processos que estão fora do nosso controle com a introdução de uma componente colaborativa. O inesperado coloca o espectador e(ou) o participante num estado de elevada atenção e curiosidade (PITTARELLO, 2011), levando muitas vezes a uma interacção intuitiva e dinâmica. “Variety tends to keep our attention when the rhythm of difference captivates, for example, hearing the counterpoint between long sound, short sound, and the absence of sound in the kind of sequence a jazz drummer can create engages the entire body in dance. (MAEDA, 2006) Resumo Numa fase inicial, este projecto envolveu uma investigação sobre sensores e dispositivos de interface de programação que permitissem a manipulação de som e captação dos gestos/movimentos do corpo humano. A segunda fase está relacionada com o desenvolvimento prático da aplicação informática e respetivo modelo de interação, com subsequente implementação, experimentação e análise.

New technology has permitted with its tools to explore new concepts and new ways of interacting with the world. New branches of design, such as interaction design, arise from the application of computational solutions for solving design problems. Such technologies may help not only on expanding our perspectives but also our creativity (MAILMAN, 2013). Music is one of the most powerful ways for humans to express their emotions and feelings. It has been part of humanity for a long time almost since the begining of times. Yet it’s still a hard discipline to learn and takes a lot of time and effort. The digital world has found some powerful answers for people to express themselves musically, but there is still a lack of interactive applications that allow the control and a compositions of music sequences in an intuitive and creative way by people with limited musical knowledge. On the assumption that anyone, even without having great musical knowledge, can create and learn music through a simple interactive and intuitive experience, we aim to build a tool that allow the creation of a musical composition with some complexity where the human body is used as a musical instrument. By building this tool we also get to deeper explore the connection between physical and digital world. In order to solve this problem of an experimental character we came up with some questions that helped us with the thinking and validation such as: How can we relate human gestures to music and how can they create different sounds? Which features are more relevant to us when we produce music with our bodies and how can they change music? What kind of gestures and movements are associated to what sounds? How can we integrate our perception and information from the physical world into the digital world? Is there any similarity between the way we play and a physical instrument and the way we express ourselves with our body gestures and a digital instrument? We intend not only to express our individuality but also to express caos and processes that are out of our control and in order to accomplish that it is introduced a collaborative component. The unpredictable and the unexpected places where the viewer/participant finds himself in a state of heightened awareness and curiosity that often leads to an intuitive interaction and dynamic one. “Variety tends to keep our attention when the rhythm of difference captivates, for example, hearing the counterpoint between long sound, short sound, and the absence of sound in the kind of sequence a jazz drummer can create engages the entire body in dance. (MAEDA, 2006) At an early phase this project involved a research on sensors and programming resources to the manipulation of sound and caption of human body gestures among other experimentations in need. The second phase is about conceiving a computer application and respective interaction model followed by development, experimentation and analysis.