Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/33729
Title: O Encontro Nacional de Arquitectos em 1969. A reprodução das tensões sociais, culturais e políticas no âmbito profissional da arquitectura
Authors: Bandeirinha, José António 
Keywords: Arquitetura; Encontro Nacional de Arquitetos (ENA); Movimento Moderno; Urbanismo; 1969
Issue Date: 2010
Publisher: Centro de Estudos Sociais
Serial title, monograph or event: Revista Crítica de Ciências Sociais
Volume: 91
Place of publication or event: Coimbra
Abstract: No rescaldo das eleições, logo no princípio de Dezembro de 1969, realizou-se em Lisboa, na Sociedade Nacional de Belas-Artes, o Encontro Nacional de Arquitectos – ENA. Os arquitectos portugueses reuniram-se numa plataforma não tão formalizada como tinha sido o I Congresso Nacional de Arquitectura, em 1948. Talvez por essa razão, ou tendo-a mesmo como causa próxima, foram debatendo temáticas que se inscreviam na esfera das preocupações reais da profissão e não tanto na dos consensos técnicos e sociais do pós-guerra, emoldurados então pelo frentismo anti-regime, por um lado, e pela vitalidade do Movimento Moderno, por outro. Evocar este Encontro quarenta anos depois significa também recolocar algumas questões de interesse fulcral para a contemporaneidade. No círculo mais ou menos restrito de uma classe profissional como a dos arquitectos, reproduziram-se, em 1969, as tensões que dominavam os ambientes mais intelectualizados da sociedade portuguesa. Podemos também questionar-nos se, ou em que medida é que essa reprodução se processa hoje em dia. Será que podemos falar de um envolvimento social da classe consentâneo com tudo o que constitui a realidade social do país? A resposta, a existir, não é simples nem poderá nunca ser linear.
At the beginning of December 1969, in the aftermath of the elections, the National Meeting of Architects (Encontro Nacional de Arquitectos – ENA) was held in Lisbon at the Sociedade Nacional de Belas-Artes (National Society of Fine Arts). The platform for this meeting of Portuguese architects was not as formal as that of the 1st National Architecture Congress held in 1948. Perhaps for this reason, the issues that were debated related more to actual professional concerns than to the post-war technical and social consensus shaped at the time by the anti-regime front, on the one hand, and the vitality of the Modern Movement, on the other. Evoking this meeting forty years later involves once again raising certain questions that are of crucial interest to the present day. In 1969, in the rather restricted circle of a professional class such as architects, the predominant tensions in the more intellectualised sectors of Portuguese society were reproduced. We may ask whether, or to what extent, this process of reproduction continues today. Is it possible to speak of a class-based social involvement with what constitutes the social reality of a country? The answer that emerges is not simple and can never be linear.
A l’issue des élections, tout début décembre 1969, eurent lieu à Lisbonne, à la Sociedade Nacional de Belas-Artes (Société Nationale des Beaux-Arts), les Rencontres Nationales d’Architectes – ENA. Les architectes portugais se réunirent en une plateforme moins formalisée que ne l’avait été le 1er Congrès National d’Architecture, en 1948. C’est peut-être pourquoi ils abordèrent des thématiques qui s’inscrivaient dans la sphère des préoccupations réelles de la profession et non pas tant dans celle des consensus techniques et sociaux de l’après-guerre, alors encadré par le frontisme anti-régime, d’une part, et par la vitalité du Mouvement Moderne, de l’autre. Évoquer ces rencontres quarante ans après revient aussi à reposer certaines questions d’intérêt primordial pour la contemporanéité. Dans le cercle plus ou moins fermé d’une classe professionnelle telle que celle des architectes, on vit se reproduire, en 1969, les tensions qui dominaient les milieux les plus intellectualisés de la société portugaise. Nous pouvons aussi nous poser la question de savoir si, ou dans quelle mesure, cette reproduction a lieu de nos jours. Peut-on parler d’un engagement social de la classe en accord avec tout ce qui constitue la réalité sociale du pays? La réponse, si elle existe, n’est pas simple et ne pourra jamais être linéaire.
URI: https://hdl.handle.net/10316/33729
ISSN: 0254-1106
2182-7435
DOI: 10.4000/rccs.1816
Rights: openAccess
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