Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/28812
Title: Alcoolismo e violência doméstica : investigação de variantes genéticas em genes da família do citocromo P450
Authors: Marques, Andreia Torres da Silva 
Orientador: Ambrósio, Alda
Carvalho, Rui de
Keywords: Alcoolismo; Violência doméstica; Genética; CYP2E1; CYP1A2
Issue Date: 2010
Place of publication or event: Coimbra
Abstract: O alcoolismo é um grave problema de saúde pública global, com implicações a nível social e económico. O consumo excessivo de álcool está associado à violência doméstica, que à semelhança do alcoolismo representa um problema social e de saúde pública igualmente preocupante na actualidade. A dependência alcóolica é uma doença complexa e multifactorial, que resulta de interacções gene-gene e gene-ambiente, com uma hereditariedade estimada entre 40- 60%. A identificação de factores genéticos associados ao alcoolismo poderá eventualmente ter um impacto determinante na diminuição do número de casos de violência doméstica. Várias evidências têm implicado as enzimas metabolizadoras do etanol, nomeadamente do sistema enzimático do citocromo P450 (CYP450), na fisiopatologia do alcoolismo. Em particular a enzima CYP2E1, o principal componente do sistema microssomal hepático de oxidação do etanol (MEOS) no fígado, é responsável por cerca de 10% da metabolização total do etanol e, simultaneamente, pode ser induzida pelo consumo do mesmo. A enzima CYP1A2, que desempenha também funções ao nível do metabolismo do álcool, é altamente indutível pelo fumo do cigarro, podendo ser importante na interacção entre estas duas dependências que estão frequentementes associadas. Face às evidências, o estudo de variantes genéticas nas enzimas da família CYP450 poderá contribuir para o preenchimento da lacuna existente nesta área de investigação e, por outro lado, responder a algumas questões no âmbito da genética do alcoolismo, com eventuais repercussões na violência doméstica. Assim, neste trabalho investigou-se a associação entre os polimorfismos nos genes CYP2E1 (−1053C>T) e CYP1A2 (C734A) com o alcoolismo e/ou violência doméstica numa amostra de doentes da população Portuguesa bem caracterizada clinicamente, com e sem historial de violência doméstica. No que se refere ao gene CYP2E1, os resultados obtidos não revelaram associação entre o polimorfismo −1053C>T e o alcoolismo na totalidade da amostra estudada. Na estratificação da amostra por género também não se observaram diferenças estatisticamente significativas, quer para o sexo feminino quer para o sexo masculino, quando comparadas com a amostra controlo. Além disso, com o intuito de se identificar genes de susceptibilidade que predispõem indivíduos alcoólicos para a violência doméstica, analisou-se o polimorfismo −1053C>T no gene CYP2E1, numa amostra dedoentes alcoólicos com e sem historial de violência doméstica, e os resultados obtidos não demonstraram associação entre o polimorfismo mencionado e a violência doméstica. Estes resultados no seu conjunto, parecem sugerir que o polimorfismo −1053C>T do gene CYP2E1 não desempenha um papel major na etiologia do alcoolismo e/ou da violência doméstica. Em relação ao gene CYP1A2, a análise da distribuição dos genótipos obtidos para a amostra total não revelou associação entre o polimorfismo C734A e o alcoolismo, apesar de se verificar uma ligeira tendência de associação (χ2= 5,244; df = 2; p = 0,073). A análise da distribuição alélica detectou diferenças estatisticamente significativas entre a amostra de doentes alcoólicos e os controlos (χ2= 4,197; df = 1; p = 0,040). Por outro lado, não se obteve associação entre o polimorfismo C734A do gene CYP1A2 e o alcoolismo na amostra estratificada por género, e também ao comparar a amostra de doentes alcoólicos com e sem historial de violência doméstica. Apesar dos resultados obtidos carecerem de replicação em diferentes populações mundiais, os mesmos sugerem que o polimorfismo C734A poderá ser um factor de risco para a dependência alcoólica na população Portuguesa. No que se refere à violência doméstica, os resultados permitem inferir que o polimorfismo C734A do gene CYP1A2 não está directamente envolvido na violência doméstica. Face aos resultados obtidos, e uma vez que este estudo é pioneiro na investigação do gene CYP1A2 na etiologia do alcoolismo, espera-se que o conhecimento adquirido possa contribuir, no futuro, para a prevenção, aplicação de terapêuticas individualizadas aos doentes alcoólicos e detecção precoce de indivíduos de risco, que no seu conjunto poderão conduzir a uma diminuição do número de vítimas.
Description: Dissertação de mestrado em Biologia Celular e Molecular, apresentada ao Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/28812
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FCTUC Ciências da Vida - Teses de Mestrado

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