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Title: VIH/Sida e comportamentos de risco: monitorizar a evolução
Authors: Oliveira, Aliete Cristina Gomes Dias Pedrosa da Cunha 
Orientador: Cardoso, Salvador Massano
Pita, João Rui
Keywords: Comportamentos sexuais de risco; VIH/Sida; Estudos de coorte prospetivo; Programa de intervenção educativa; Tamanho do efeito; Estudantes universitários; Sexual risky behaviours; HIV/AIDS; Prospective cohort studies; Educational intervention programs
Issue Date: 4-Feb-2015
Citation: OLIVEIRA, Aliete Cristina Gomes Dias Pedrosa da Cunha - VIH/Sida e comportamentos de risco : monitorizar a evolução. Coimbra : [s.n.], 2015. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/26407
Abstract: As infeções sexualmente transmissíveis, como o VIH/Sida, são causa importante de morbilidade nos jovens adultos, devido a comportamentos sexuais de risco, pelo que são necessárias intervenções programadas para ajudar a prevenir tais comportamentos. Os objetivos gerais deste trabalho são a construção e validação de um instrumento para avaliar o risco de aquisição do VIH na população universitária e avaliar a eficácia de um programa de intervenção educativa para redução de comportamentos sexuais de risco. Trata-se de um estudo de coorte, prospetivo, de intervenção grupal, realizado entre 2009 e 2013. A amostra aleatória por cursos foi constituída por 1303 alunos das universidades da Região Centro, com idades entre os 18 e os 24 anos, e uma média de 18.71± 1.20 anos. Na baseline, 69.4% dos alunos do estudo já tinham iniciado a atividade sexual, para uma idade média de iniciação de 16.55±1.43 anos. 10.7% tinham feito o teste de VIH. A média de parceiros sexuais ao longo da vida era de 2.26±2.49 e de 1.31±1.30 nos últimos 12 meses. Quanto ao uso do preservativo na última relação sexual, 72.8% referiram usar o preservativo com parceiro fixo, 82.2% com parceiro ocasional. 10.2% relataram ter tido alguma IST ao longo da vida. 21.6% referiram ter tido relações sexuais sob efeito de álcool ou outras drogas. E 84.8% referiram já ter sido abrangidos por programas de prevenção. O estudo englobou 4 sessões com o grupo de intervenção, 2 por semana, cada uma de 2 horas de duração, com avaliação pré e pós-teste, num total de dois follow-ups, i. e., aos 6 e aos 36 meses. O grupo de controlo, sem intervenção, foi avaliado na baseline e aos 36 meses. Ambos os grupos foram acompanhados durante 36 meses, com uma taxa de retenção superior a 80%. Usámos uma combinação de dois modelos teóricos: o modelo de redução do risco da Sida e o modelo informativo-motivacional-comportamental. Como instrumento de medida usámos um questionário de autopreenchimento, sempre o mesmo nos vários follow-ups. Realizou-se uma análise bivariada e de regressão logística. O grupo de intervenção mostrou uma melhoria no score de conhecimentos sobre VIH (13.24±1.27 vs. 14.88±0.83; p <0.001), um aumento do número de parceiros ao longo da vida (1.71±1.69 vs. 2.28± 2.17; p <0.001) e, quanto ao número de parceiros sexuais nos últimos 12 meses, uma evolução estatisticamente não significativa (1.15± 0.92 vs. 1.12±0.44; p=0.66). As tendências temporais nos indicadores “perceção de risco individual para o VIH”, revelam diferenças significativas entre os grupos ao longo do tempo (masc: χ2 =22.29, p <0.001 vs. fem: χ2=37.42, p <0.001), a favor do grupo de intervenção, em ambos os sexos. O tamanho do efeito da intervenção foi ligeiro a moderado, sendo igual em ambos os sexos (φ c = 0.24). Quanto ao indicador “número de parceiros sexuais nos últimos 12 meses”, a análise da eficácia da intervenção intergrupos não revelou diferenças significativas entre os grupos ao longo do tempo (masc: χ2 =3.54, p =0.16 vs. fem: χ2 =1.50, p =0.13). No que respeita ao indicador “número de parceiros sexuais ao longo da vida”, a análise revela diferenças significativas entre os grupos ao longo do tempo (masc: χ2=8.94, p=0.01 vs. fem: χ2=8.47, p= 0.01), a favor do grupo de intervenção, em ambos os sexos. O tamanho do efeito da intervenção foi reduzido (φ c= 0.17 no sexo masculino; φ c= 0.13 no sexo feminino). Já o indicador “relações sexuais sob efeito de álcool ou outras drogas nos últimos 12 meses” não revelou diferenças significativas entre os grupos ao longo do tempo (masc: χ2=4.55, p =0.40 vs. fem: χ2=3.97, p =0.56). Quando se faz uma análise deste comportamento intragrupos, verificámos que o grupo de controlo teve um aumento estatisticamente significativo no consumo de álcool, facto que não ocorreu no grupo experimental. Quanto à eficácia do programa nos principais outcomes do comportamento sexual a análise revela que o grupo de intervenção apresenta maior probabilidade de usar preservativo na última relação sexual com parceiro fixo (sexo masculino ORa= 4.61, IC 95% [1.31-16.20], p= 0.017; sexo feminino ORa = 2.20 IC 95% [1.35-3.58], p=0.002), sendo mais provável no sexo masculino. A evolução do uso do preservativo na última relação sexual com parceiro ocasional não foi estatisticamente significativa, verificando-se no sexo masculino um ORa = 0.95, IC95% [0.88- 1.07], p=1.000; e no sexo feminino um ORa = 2.84 IC 95% [0.28 - 28.37]; p=0.375. No que respeita à realização do teste de VIH ao longo da vida, as mudanças no grupo intervencionado foram estatisticamente significativas. Quanto aos sexos, no masculino o ORa foi de 7.59, IC 95% [3.33 – 17.35], p <0.001, e no feminino ORa= 3.86, IC 95% [2.51 - 5.95], p <0.001. Por conseguinte, quem fez formação apresentou maior probabilidade de realizar o teste de VIH ao longo dos 36 meses de seguimento. A ocorrência de sexo com parceiro ocasional nos últimos 12 meses, não teve relevância estatística no sexo masculino, com ORa = 0.41 IC95% [0.14 - 1.21], p=0.106. No sexo feminino, o ORa é de 2.26 IC95% [1.17 -4.37], p=0.015, denotando que quem fez formação tem maior probabilidade de não ter sexo com parceiro ocasional. Globalmente, o programa de intervenção educativa em grupo demonstrou eficácia nos indicadores comportamentais, sobretudo no uso do preservativo na última relação sexual com parceiro fixo e nas relações sexuais ocasionais nos últimos 12 meses, nas mulheres. Teve igualmente eficácia na realização do teste de VIH ao longo da vida, em ambos os sexos. Os resultados parecem comprovar a utilidade de uma intervenção em grupo, de curta duração, tendo em vista o aumento da frequência e da consistência dos comportamentos protetores.
Sexually Transmitted Diseases such as HIV/AIDS are a major cause of morbility in young adults in Portugal and worldwide, which is attributable to sexual risk behaviors. Well planned interventions are needed to prevent these behaviors. The general objectives of this work are the development and validation of an instrument designed to assess the risk of HIV infection in the university population and to evaluate the effectiveness of an educational intervention program to reduce sexual risk behaviors. This is a study using prospective cohort methodology (exposed/unexposed) group intervention, conducted between 2009 and 2013. A random sample consisted of 1303 students from universities of the Região Centro ranging from 18 to 24 years old, and on average 18.71±1.20 years. Of students in the baseline, 69.38% had already initiated sexual activity, with an average age of sexual initiation at 16.55±1.43 years. 10.7% had been tested for HIV serostatus. The average number of sexual partners over a lifetime was 2.26±2.49 and 1.31±1.30 in the last 12 months. Regarding condom use in the previous sexual intercourse, 72.8% reported using a condom with a steady partner, 82.2% with casual partners. 10.2% have admitted to some STD in their lifetime. About 21.6% reported having had sex under the influence of alcohol or other drugs. 84.8% reported having been covered by prevention programs. The study included four sessions with the intervention group, two per week, each of two hours duration, with pre-and post-test, a total of two follow-ups, one at 6 months and the other at 36 months. In parallel, the control group was not subjected to any intervention and was assessed at baseline and at 36 months. The two groups were followed for 36 months with a retention rate exceeding 80%. As a theoretical framework we utilized a combination of two models: the AIDS Risk Reduction Model (ARRM) and the Information Motivation Behavioral Skills (IMB) Model. The same self-administered questionnaire was used in the various follow-ups. We performed a bivariate and multivariate logistic regression to identify and evaluate the proposed objectives. The intervention group showed an improvement in their knowledge about HIV infection (13.24±1.27 vs 14.88±0.83; p<0.001). There was an increased number of partners over a lifetime (1.71±1.69 vs 2.28±2.17; p<0.001); on the number of sexual partners in the past 12 months, progress was not statistically significant (1.15±0.92 vs 1.12 ± 0.44; p=0.66) Regarding the indicator "knowledge about HIV", the analysis reveals significant differences between the groups over the 36 month (male: χ2=27.24, p<0.001 vs female: χ2=81.80, p<0.001) in favor of group intervention in both sexes. The impact of the intervention was mild to moderate in males, with a value of φc=0.27, and moderate in females, with φc=0.35. Regarding the indicator "number of sexual partners in the last 12 months," the analysis of the effectiveness of intervention between groups revealed no significant differences between groups over time (male: χ2=3.54, p=0.16 vs female: χ2=1.50, p=0.13). Regarding the indicator "number of sexual partners in lifetime", the analysis reveals significant differences between groups over time (male: χ2=8.94, p=0.01 vs female: χ2=8.47, p=0.01); in favor of the intervention group in both sexes. The effect size of the intervention was reduced (φc=0.17 in males, φc=0.13 in females). Regarding the indicator "sex under the influence of alcohol or other drugs in the last 12 months", this revealed no significant differences between groups over time (male: χ2=4.55, p=0.40 vs female: χ2=3.97, p=0.56). When an analysis is made of the intragroup behavior, we found that the control group had a statistically significant increase in alcohol consumption, a fact that did not occur in the experimental group. As for the effectiveness of the program in the major outcomes logistic regression analysis revealed that the intervention group is more likely to use a condom during the last sexual intercourse with a steady partner (ORa=4.61 males, CI 95% [1.31-16.20], p=0017; female ORa=2.20 CI 95% [1.35-3.58], p=0.002), with higher probability in males, as typical throughout the various analyses. The progress in condom use during last sexual intercourse with a casual partner was not statistically significant, as it is evident in both males (ORa=0.95, CI 95% [0.88-1.07], p=1.000) and females (ORa=2.84 CI 95% [00.28-28.37], p=0.375). In regard to the implementation of the HIV test throughout life, changes in the intervened group were statistically significant. As for gender, the ORa was 7.59 (IC 95% [3.33-17.35], p<0.001) in males, and ORa=3.86 (CI 95% [2.51-5.95], p<0.001) in females. Therefore, trained subjects were more likely to perform an HIV test during the 36-month follow-up. The occurrence of sex with a casual partner in the past 12 months for males was statistically irrelevant with ORa of 0.41 (CI 95% [0.14-1.21], p=0.106). For females, the ORa was 2.26 (CI 95% [1.17-4.37], p=0.015) and statistically significant and indicative that trained subjects have a higher probability of not having sexual intercourse with a casual partner. Overall, the program of educational group intervention was effective in improving behavioral indicators. Had particular efficacy of condom use for sexual intercourse with a steady partner and not having had casual sex in the last 12 months in females. Also had efficacy in the implementation of the HIV testing throughout life in both sexes. The results seem to indicate the usefulness of an intervention of short duration and in groups to reduce risk for HIV/STD, in order to increase the frequency and consistency of protective behaviors
Description: Tese de doutoramento em Ciências da Saúde, no ramo de Enfermagem, apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/26407
Rights: openAccess
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