Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/26157
Title: Monitorização da segurança dos medicamentos biológicos oftálmicos
Authors: Penedones, Ana Sofia Martins
Orientador: Marques, Francisco Batel
Keywords: Preparações farmacêuticas; Avaliação de medicamento; Oftalmologia; Doenças do olho; Terapêutica por medicamentos; Produtos biológicos
Issue Date: 2013
Abstract: Introdução Os medicamentos biológicos têm características distintas dos restantes medicamentos que tornam o seu perfil de segurança único, requerendo diferentes necessidades de monitorização. Recentemente, três medicamentos biológicos foram aprovados na área da oftalmologia. Objetivo O objetivo deste estudo é monitorizar a segurança dos medicamentos biológicos oftálmicos através da identificação e caracterização dos medicamentos biológicos; caracterização do alvo terapêutico e indicações terapêuticas para as quais estão indicados; identificação da iatrogenia medicamentosa associada; e identificação dos indicadores de segurança que permitam monitorizar a segurança do tratamento na prática clínica. Métodos A identificação dos medicamentos biológicos foi feita a partir da base de dados Infomed. A caracterização dos medicamentos e das respetivas indicações terapêuticas foi baseada no respetivo resumo das características do medicamento (RCM). O estudo da iatrogenia medicamentosa foi dividido em dois períodos: pré e pós-comercialização. No período précomercialização foram revistos os ensaios clínicos aleatorizados e controlados (RCT) de fase III. No período pós-comercialização foram revistos os RCT e os casos de reações adversas descritos na literatura e analisaram-se as notificações espontâneas suspeitas europeias desde a data de aprovação de cada medicamento até 31 de maio de 2013. Resultados Identificaram-se três medicamentos biológicos indicados em oftalmologia: pegaptanib, ranibizumab e VEGF Trap-eye. Estes são inibidores do fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF) e estão indicados no tratamento da degenerescência macular relacionada com a idade (DMI) neovascular, edema macular diabético (EDM) e edema macular secundário de oclusão do ramo da veia central da retina (ORVCR) e oclusão da veia central da retina (OVCR). A percentagem de doentes que sofreu um evento adverso foi elevada. Porém, a proporção de eventos adversos graves foi baixa. Os eventos adversos oculares foram os mais frequentes, sendo os mais significativos flocos vítreos, hemorragia ocular, pressão intraocular (PIO) aumentada, dor ocular e opacidade do vítreo. Eventos adversos como endoftalmite foram associados ao procedimento de injeção. Não foram identificados eventos adversos sistémicos significativos. Os eventos adversos tromboembólicos e os relacionados com a iv inibição sistémica do VEGF (hipertensão e hemorragia não-ocular) foram numericamente superiores nos grupos de doentes tratados com os medicamentos em estudo, contudo não foram significativos. O estudo dos dados pós-comercialização confirmou a incidência de eventos como PIO aumentada, dor ocular, hemorragia ocular e endoftalmite; e identificou novos riscos como rasgaduras do epitélio pigmentado da retina (EPR) e reações de hipersensibilidade. Parece existir uma relação entre a incidência de alguns efeitos adversos com fatores intrínsecos ao doente. Não existem dados que avaliem a incidência de eventos adversos tromboembólicos e os relacionados com a inibição sistémica do VEGF na prática clínica, nem o impacto desta terapêutica em longo tempo de latência. Não foram identificadas orientações sobre monitorização da segurança do tratamento com estes medicamentos. Conclusões Existem efeitos adversos associados ao tratamento com os medicamentos biológicos oftálmicos que devem ser monitorizados na prática clínica. Devido à falta de orientações na prática clínica que permitam monitorizar estes, deve ser elaborado um plano de monitorização da segurança durante o tratamento
Introduction Biologics have different characteristics compared with other medicines that contribute to a unique safety profile, requiring a different approach in their management. Recently, three biologics were approved for treatment of ophthalmic diseases. Aim The aim of this study is to monitor the safety of ophthalmic biologics through the identification and characterization of them; characterization of therapeutic target and their therapeutic indications; identification of iatrogenic drug; and identification of safety parameters to clinical monitoring. Methods Biologics were identified through Infomed database. The biologics and their therapeutic indications characterization were based on their respective summary of product characteristics (SPC). The study of iatrogenic drug was divided into two periods: pre- and post-marketing. Randomized and controlled trials (RCT) of phase III were reviewed to study pre-marketing safety of biologics. To study post-marketing safety, all RCT and case reports available were also reviewed and, additionally, all European spontaneous reports available since biologics approval date to 31 may 2013 were analysed. Results Three biologics were indentified for treatment of ophthalmic diseases: pegaptanib, ranibizumab and VEGF Trap-eye. All of biologics are inhibitors of vascular endothelial growth factor (VEGF) and are approved for treatment of age-related macular degeneration (AMD), diabetic macular edema (DME) and macular edema secondary to branch retinal vein occlusion (BRVO) and central retinal vein occlusion (CRVO). The percentage of patients who suffer an adverse event was high. However, the proportion of these which was considered serious was low. Ocular adverse events were most frequent than systemic adverse events, being the most significant vitreous floaters, ocular hemorrhage, increased intraocular pressure (IOP), ocular pain and vitreous opacity. Some adverse events such as endophthalmitis were related to injection procedure. None of the systemic adverse events were significant. Thromboembolic adverse events and those related with systemic inhibition of VEGF (such as hypertension and non-ocular hemorrhage) were numerically superior on the biologic treatment group, though they are not significant. vi The post-marketing safety study confirmed the incidence of certain adverse events such as increased IOP, ocular pain, ocular hemorrhage and endophthalmitis; and new safety concerns were identified such as retinal pigmented epithelial (RPE) tears and hypersensitivity reactions. The occurrence of some adverse events seems to be related to patient intrinsic factors. There’s no data available that evaluate the incidence of thromboembolic adverse events and those related with systemic inhibition of VEGF on clinical practice, neither long-term safety studies. No safety management recommendations available for treatment with ophthalmic biologics were indentified. Conclusions There are some adverse effects related to ophthalmic biologics’ treatment that must be monitored in clinical practice. Due to lack of orientations in clinical practice to monitor them, it must be done a safety management plan during the treatment with these medicines.
Description: Dissertação de mestrado em Biotecnologia Farmacêutica, apresentada à Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.
URI: https://hdl.handle.net/10316/26157
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FFUC- Teses de Mestrado

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