Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/26025
Título: Medicina e religião no Hospital-Colónia Rovisco Pais
Autor: Gomes, Ana Carolina Damas 
Orientador: Xavier, Sandra
Palavras-chave: Biomedicina; Hospital-Colónia Rovisco Pais; Lepra; Religião
Data: 2014
Local de edição ou do evento: Coimbra
Resumo: Medicina e religião, ao longo da história ocidental, legitimaram-se e opuseram-se, recorrendo a uma dicotomia entre corpo e mente. A medicina dita ocidental desenvolve-se tendo como foco o tratamento do corpo material e biológico. É por isso designada biomedicina. A Antropologia Médica mostra que a biomedicina é, como qualquer outro sistema médico, um sistema sociocultural, uma construção cultural e histórica, permitindo um olhar crítico sobre ela. Religião é um conceito difícil de definir. Geertz tentou criar uma definição universal, mas acabou por, ao sistematizar, deixar de lado a sua capacidade de adaptação contextual. Ainda assim, podemos comparar a biomedicina com uma religião ao considera-la um sistema de crenças ao qual as pessoas recorrem em situações de sofrimento. De resto, através dos conceitos de sofrimento e crença, biomedicina e religião partilham terrenos comuns. Um desses terrenos é a lepra. Doença complexa, com uma longa história ao longo da qual vai adquirindo vários significados como categoria moral. Começa por ser uma doença bíblica, ligada à religião. Na transição para o século XX, atravessa um processo de medicalização através do isolamento de doentes de lepra em asilos. No Hospital-Colónia Rovisco Pais, inaugurando em 1947, graças a uma campanha de Bissaya Barreto, medicina e religião estão presentes desde o início. Uma vez que, apesar de este ser um projeto modernista, desde o início contou com a presença das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. No entanto, esta é uma congregação religiosa com características particulares. As conceções de lepra no Rovisco Pais permitem evidenciar a natureza contextual, histórica e plástica tanto da medicina como da religião, assim como perceber como ambas podem conviver, com todas as suas diferenças e semelhanças.
Medicine and Religion, throughout the occident history, legitimate and oppose themselves recurring to a dichotomy between body and soul. The medicine said as occidental develops itself having as focus the treatment of the materialistic and biological body. So it can be designated as biomedicine. Medical Anthropology shows that biomedicine is, as any other medical system, a sociocultural system, a cultural and historic construction, enabling a critical look upon it. Religion is a difficult concept to define. Geertz has tried to create an universal definition, but it turns out that, systematizing, he neglected the religion capacity of contextual adaptation. Nevertheless, we can compare biomedicine with a religion, considering it a system of beliefs, to which people appeal in suffering moments. For the rest, through the concepts of suffering and belief, biomedicine and religion share common grounds. One of that common grounds is leprosy. Complex sickness, with a long story in which it acquires multiple meanings as a moral category. It begins being a biblical sickness, connected to religion. In the transition to de 20th century, goes through a process of medicalization by the isolation of the leprosy patients in asylums. At the Hospital-Colony Rovisco Pais, inaugurated in 1947, thanks to a Bissaya Barreto’s campaign, medicine and religion are present since the beginning. Since, in spite of this being a modernist project, it had counted with the presence of the Daughters of Charity of Saint Vincent de Paul. However this is a religious congregation with particular characteristics. The leper conceptions at Rovisco Pais allow to point out the contextual, historic, and plastic nature of both medicine and religion, as well as to understand how both of them can live together, with all of them differences and resemblances.
Descrição: Dissertação de mestrado em Antropologia Medica, apresentada ao Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
URI: https://hdl.handle.net/10316/26025
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:UC - Dissertações de Mestrado
FCTUC Ciências da Vida - Teses de Mestrado

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato
Dissertação, Ana Gomes.pdf684.98 kBAdobe PDFVer/Abrir
Mostrar registo em formato completo

Visualizações de página 50

397
Visto em 16/jul/2024

Downloads 50

592
Visto em 16/jul/2024

Google ScholarTM

Verificar


Todos os registos no repositório estão protegidos por leis de copyright, com todos os direitos reservados.