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Title: Avaliação do impacto do tratamento de quimioterapia na fertilidade masculina|
Authors: Gonçalves, João André Neto Parra Rocha 
Orientador: Santos, Ana Teresa Almeida
Parada, Belmiro Ataíde da Costa
Keywords: Neoplasias dos testículos; Quimioterapia -- efeitos adversos; Infertilidade masculina
Issue Date: 2010
Citation: Citação: GONÇALVES, João André Neto Parra Rocha - Avaliação do impacto do tratamento de quimioterapia na fertilidade masculina [em linha]. Coimbra : [s.n], 2011. [Consult. em Dia Mês Ano]. Dissertação de mestrado. Disponível em:
Abstract: O cancro do testículo (CT) é a neoplasia maligna mais frequente em homens em idade reprodutiva e a sua incidência está a aumentar. Os avanços no tratamento desta patologia permitem, actualmente, uma sobrevida média de 95% aos cinco anos. Face ao bom prognóstico da doença, o desafio que se impõe à clínica, no presente, consiste em minimizar os efeitos secundários a longo prazo induzidos pela terapêutica, nomeadamente a esterilidade, dado que os estudos actuais mostram que a possibilidade de paternidade futura é uma das principais preocupações dos doentes que sobrevivem ao CT. No que concerne à fertilidade, os doentes com CT representam um desafio particular uma vez que a sua capacidade reprodutiva não é afectada apenas pelo tratamento (cirurgia, quimio e radioterapia), mas também pelo próprio tumor que se associa à infertilidade, pelo que ambos são incluídos, por alguns autores, na síndrome de disgenesia testicular. A quimioterapia à base de cisplatina induz na maioria dos doentes azoospermia temporária, sendo que a recuperação da espermatogénese tende a ocorrer com o decorrer do tempo. O número de doentes com recuperação da espermatogénese tende a aumentar num período de pelo menos cinco anos. A probabilidade de melhoria da espermatogénese após a quimioterapia, bem como a sua extensão e velocidade, dependem do citostático usado, da dose administrada e da função testicular de base anterior ao tratamento. Contudo, 15% a 30% dos indivíduos vêem a sua função reprodutiva afectada de forma permanente e ainda que o efeito final da quimioterapia seja dependente da dose é actualmente impossível prever quais os doentes que serão afectados definitivamente. Actualmente, o único método capaz de preservar a capacidade reprodutiva dos doentes submetidos a terapêuticas gonadotóxicas é a criopreservação de esperma. Se o doente pretender procriar após ter sobrevivido ao cancro e caso apresente insuficiência gonadal induzida pelos citostáticos, o sémen preservado previamente pode ser usado em técnicas de procriação medicamente assistida (PMA), normalmente a Fecundação in Vitro (FIV) e a Injecção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI), sendo que as taxas de gestações obtidas por cada técnica rondam os 24% e os 33%, respectivamente. O objectivo do presente estudo consiste em verificar o efeito prejudicial da quimioterapia sobre a fertilidade masculina avaliando os parâmetros seminais e as hormonas reprodutivas em doentes com CT antes e após serem submetidos a quimioterapia. Após a colheita de amostras de sémen antes e após a quimioterapia, serão avaliadas a concentração e mobilidade espermáticas de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), enquanto a morfologia e a integridade da cromatina serão medidas com recurso a um método de coloração do tipo Diff-Quik. A integridade do ácido desoxirribonucleico (ADN) tem sido indicada como sendo um marcador importante da infertilidade masculina e tendo em conta que os parâmetros seminais clássicos não permitem avaliar o estado da cromatina nuclear, torna-se importante determinar o grau de fragmentação do ADN dos espermatozóides e de descondensação da cromatina para uma completa avaliação da qualidade espermática. É de esperar que a maioria dos doentes com CT apresente diminuição da qualidade espermática antes da quimioterapia e que esta agrave com o tratamento. Dois anos após a quimioterapia prevê-se que cerca de metade dos doentes apresente recuperação da espermatogénese. Nos mesmos períodos, serão obtidas amostras de sangue periférico para determinação das hormonas reprodutivas incluindo a hormona luteinizante (LH), a hormona folículo estimulante (FSH), a inibina B, a testosterona total e a testosterona livre. De acordo com a literatura prevê-se que haja diminuição dos níveis séricos de inibina B e de FSH indicando lesão do epitélio germinativo. Embora as células de Leydig sejam mais resistentes aos fármacos citostáticos, os níveis de LH tendem a estar elevados após a quimioterapia, sinal de disfunção endócrina. O aumento dos níveis de LH e de FSH permitem manter os níveis de testosterona nos limites da normalidade. Finalmente, com este projecto pretende-se demonstrar o efeito deletério da quimioterapia sobre a função gonadal de forma a sensibilizar médicos e doentes para a necessidade da criopreservação de esperma antes do início de uma terapêutica gonadotóxica.
Testicular cancer (TC) is the most common cancer affecting men in reproductive age and its incidence is increasing. Advances in the treatment of this disease have allowed a survival rate of over 95% after 5 year. With the good prognosis, the clinical challenge nowadays is to minimize the long-term side effects of the cancer treatment, mainly sterility, since studies have shown that the future possibility of parenthood is a major concern between TC survivors. In terms of fertility, patients with TC represent a particular challenge not only because the reproductive function is affected by the treatment given (surgery, radiotherapy and chemotherapy) but also because TC is known to be associated with male infertility, both included in the testicular dygenesis syndrome, by some authors. Cisplatin-based chemotherapy results in temporary azoospermia in most patients with a time dependent recovery of spermatogenesis. The proportion of patients with recovery increases for at least 5 years after treatment. The chance of spermatogenesis improvement following cytotoxic insult, as well as the extent and speed of recovery are related to the drug used, the dose received and the baseline testis function prior to therapy. However, 15% to 30% of survivors remain permanently affected and although the final effect is likely to be dose dependent, it is currently impossible to predict who will be affected definitively. Nowadays, the unique established method used to preserve the male reproductive potential is sperm cryopreservation. If the patient wants to father a child after surviving cancer and if the gonadotoxic treatment has resulted in spermatogenic failure, banked semen can be used for artificial reproductive techniques, usually in Vitro Fertilization (IVF) and Intracytoplasmic sperm injection (ICSI), with pregnancy rates being around 24% and 33%, respectively. The aim of this study is to assess the impairing effect of chemotherapy in the fertility potential by monitoring semen parameters and reproductive hormones from TC patients, before and after chemotherapy. After collection of semen sample before and after chemotherapy, sperm concentration and motility will be assessed according to the World Health Organization (WHO), while sperm morphology and chromatin integrity will be both evaluated using a Diff-Quik like assay. As DNA integrity has been pointed out as an important marker of male infertility and considering that routine semen parameters are not able to assess sperm nuclear status, the evaluation of sperm deoxyribonucleic acid (DNA) fragmentation and chromatin decondensation seem to be important for a complete evaluation of sperm quality. We predict that the majority of patients with testicular tumors will have reduced sperm quality before chemotherapy and that this will further deteriorate after treatment. Spermatogenesis and sperm concentration are expected to recover in 50% of patients after 2 years of treatment. In the same periods, peripheral blood samples will be obtained for analysis of reproductive hormones including luteinizing hormone (LH), follicle stimulating hormone (FSH), inhibin B, total and free testosterone. In accordance to the literature we expect to find declining levels of inhibin B and increasing serum FSH levels meaning dysfunction of the germinal epithelium. Although the Leydig cells of the testis are more resistant to cytotoxic damage, LH levels tend to be elevated after chemotherapy. The increased levels of LH and FSH are suggested to maintain normal testosterone levels. Finally, with this project we hope to demonstrate the deleterious effects of chemotherapy in testicular function in order to sensitize physician and patients to the necessity of sperm cryopreservation before the beginning of the gonadotoxic therapy.
URI: https://hdl.handle.net/10316/19956
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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