Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/17407
Title: Caracterização das práticas educativas vivenciadas na infância e na adolescência pelos pais de crianças com e sem psicopatologia
Authors: Chelinho, Marta Sofia de Jesus 
Orientador: Sá, Eduardo
Keywords: Práticas educativas; Parentalidade; Suporte emocional; Infância; Sobreprotecção; Rejeição
Issue Date: 2008
Serial title, monograph or event: Caracterização das práticas educativas vivenciadas na infância e na adolescência pelos pais de crianças com e sem psicopatologia
Place of publication or event: Coimbra
Abstract: A presente investigação teve como principal objectivo compreender o conceito de abandono psicológico, um constructo que remete para a carência afectiva e desamparo emocional, não correspondendo necessariamente a um abandono real, mas, sobretudo, a uma vivência interna de solidão afectiva. Neste sentido, numa época em que o número de crianças institucionalizadas (com percursos de vida pautados por adversidades) continua a ser expressivo, sobretudo no nosso país, e, em que a taxa de desinstitucionalização continua a ser relativamente pouco significativa, pretendemos, com o estudo actual, compreender a complexidade inerente à carência emocional, nomeadamente as suas repercussões nos domínios emocional e cognitivo. Com efeito, pretendemos (a) explorar o modo como a criança institucionalizada, objecto do estudo actual, lida com a ansiedade e o prazer e as estratégias emocionais de elaboração da ansiedade que utiliza ante situações ansiogéneas; (b) explorar o impacto da permanência prolongada das crianças nas instituições e consequente repercussão nos âmbitos emocional e cognitivo; (c) explorar os desempenhos intelectuais das crianças que constituem a amostra do estudo. Para tal, utilizámos, como instrumentos de avaliação, um teste projectivo, a prova “Era uma vez…” (para avaliar o domínio emocional). A acrescer, os Testes das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven permitiram avaliar o desempenho cognitivo da amostra da presente investigação. Os resultados do nosso estudo mostraram que as crianças, em geral, utilizam, estratégias adaptativas perante diferentes situações. No entanto, observámos que as crianças institucionalizadas, que constituíram a amostra do presente estudo, evidenciaram dificuldade em lidar, de forma adaptada e realista, com situações relacionadas com a separação e o abandono, a doença e a dependência de outrem (cuidadores principais, médicos, por exemplo), com a briga entre os pais e, finalmente, a escola e dificuldades escolares. A acrescer, não se observou uma relação entre o tempo de permanência nas instituições e as estratégias de elaboração emocional utilizadas e os desempenhos cognitivos. Além disso, verificámos que as principais temáticas relacionadas com as histórias construídas, no final da prova “Era uma vez…”, pelas crianças, remetiam para a solidão e medo de estar só. Em termos cognitivos, constatámos que, no geral, os desempenhos das crianças se encontram abaixo da capacidade intelectual média. Deste modo, através do nosso estudo, podemos pensar que as vicissitudes que marcaram a vida destas crianças (adversidades por parte de familiares ou outros e consequente institucionalização) podem repercutir-se, de forma significativa, na vivência emocional e no desempenho cognitivo das crianças. Além disso, apesar das adversidades, muitas crianças mostraram capacidade interna de adaptação a diversas situações, o que indica que novos estudos poderiam ser desenvolvidos, no sentido de compreender a importância de variáveis mediadoras (factores de protecção e de risco) na capacidade interna de adaptação das crianças ante situações pautadas por acontecimentos adversos (resiliência).
This research had as main objective to understand the concept of abandonment psychological, a construct which refers to the lacking affection and helplessness emotional, not necessarily corresponding to abandonment real, but, primarily, an experience of solitude internal emotions. In this sense, at a time when the number of institutionalised children (with paths of life composed by adversities) remains expressive, especially in our country, and, in which the rate of deinstitutionalization continues to be relatively significant, we want, with the current study, to understand the complexity inherent in the lacking emotional, in particular its repercussions in the fields emotional and cognitive. Indeed, we want (a) explore how the child institutionalised, subject to the current study, deals with anxiety and pleasure and emotional strategies for the preparation of the anxiety that uses before situations which cause anxiety situations; (b) to exploit the impact of prolonged children in institutions and consequent impact in the fields emotional and cognitive; (c) to exploit the performances intellectuals of children constitute the study sample. Thereunto, we have used, as instruments of assessment, a projective test, in particular test "Once upon a time...” (to evaluate the emotional). In addition, tests Progressive Matrices of Colored Raven allowed us to evaluate the cognitive performance of the sample of this research. The results of our study showed that the children, in general, use adaptive strategies in different situations. However, we have seen that the institutionalised children, which constituted the sample of the present study, showed difficulty in dealing, in an adapted form and realistic, with situations related to separation and the abandonment, disease and the dependence of others (main caregivers, doctors, for example), with the quarrel between parents and, finally, the school and scholar difficulties. In addition, there wasn’t a relationship between the time of permanence in the institutions and the strategies of elaboration emotional used and the cognitive performance. Besides, we noticed that the main themes associated with stories constructed, at the end of the proof " Once upon a time…” by children, they referred to the solitude and fear of being only. In cognitive terms, we noted that, in general, the performances of children are below the brainpower average. Thus, through our study, we think that the events that marked the life of the children (adversities by relatives or other and consequent institutionalization) can echo, significantly, in the experience emotional and cognitive performance of children. Furthermore, despite the adversities, many children showed internal capacity of adaptation to different situations, which indicates that new studies could be developed, in order to understand the importance of variables mediators (protection factors and risk) in internal capacity to adapt the children ante situations guided by adverse events (resilience).
Description: Dissertação de mestrado em Psicologia Clínica e Saúde (Psicoterapias e Psicopatologia Dinâmica), apresentada à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/17407
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FPCEUC - Teses de Mestrado

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