Bishops and Politics: The Portuguese Episcopacy During the Dynastic Crisis of 1580

Abstract

Using Pierre Bourdieu’s concept of "field", this essay assumes that there was no single "Church position" during Portugal's dynastic crisis of 1578-81: Portugal's Church was an institution encompassing a large number of different agencies, each containing a huge number of very different agents (from a social, cultural, economic and even religious perspective) struggling for power and influence and disputing control over material, spiritual and symbolic goods. Therefore, my purpose is to explain the various and changing ways that the different prelates of Portugal's thirteen mainland dioceses responded to the acute political problem of the royal succession between 1578 and 1581, and how the crown candidates tried to obtain their support.

Partindo do conceito de "campo" tal como formulado por Pierre Bourdieu, este estudo assume que não existiu uma posição unitária da Igreja no agitado processo político que marcou a vida portuguesa nos anos da crise dinástica (1578-1581). A Igreja portuguesa era uma instituição constituída por várias instâncias e organismos, englobando diferentes agentes, tanto do ponto de vista social, como económico, cultural e até religioso, os quais lutavam por poder e influência e disputavam a posse de bens materiais, espirituais e simbólicos. Em face desta perspectiva, a intenção central da análise aqui apresentada é explicar como é que cada um dos bispos que ocuparam as 13 dioceses do reino de Portugal se posicionaram e actuaram no contexto da vida política portuguesa, entre 1578 e 1581, e como é que os candidatos à sucessão da Coroa portuguesa em 1580 tentaram obter o seu apoio