Vinculação no adulto e qualidade de vida: O papel moderador do mindfulness disposicional e interpessoal

Abstract

The aim of this study was to analyze the association between the dimensions of anxiety and avoidance related to attachment and quality of life, as well as whether this association was moderated by dispositional mindfulness and interpersonal mindfulness. The sample of this study consisted of 470 participants from the general community, with an average age of 40.27 years (SD = 13.84 years), mostly female (72.1%). Participants answered an online survey using the following self-administered instruments: Experiences in Close Relationships - Relational Structures Scale (ECR-RS), EUROHIS-QOL-8, Mindful Attention Awareness Scale (MAAS), and Interpersonal Mindfulness Scale (IMS). Our results showed a negative association between the dimensions of anxiety and avoidance related to attachment and quality of life, as well as with dispositional and interpersonal mindfulness. There was also a positive association between mindfulness (dispositional and interpersonal) and quality of life. The results showed that neither type of mindfulness was able to moderate the association between the dimensions of anxiety and avoidance and quality of life. These results are relevant to clinical practice, as they allow the identification of individuals who may be more vulnerable to develop psychopathology or to present poorer well-being, particularly when reporting insecure attachment representations. In addition, considering that mindfulness (dispositional and interpersonal) benefits quality of life, the promotion of mindful practices can play an important role in increasing individuals' quality of life and well-being. It is also important for future research to assess the construct of interpersonal mindfulness in greater depth, as it is relatively new and there is still little literature on it.

O presente estudo teve como objetivo analisar a associação entre as dimensões de ansiedade e evitamento relacionadas com a vinculação e a qualidade de vida, bem como se esta associação era moderada pelo mindfulness disposicional e pelo mindfulness interpessoal. A amostra do presente estudo foi composta por 470 participantes da comunidade geral, com uma idade média de 40.27 anos (DP = 13.84 anos), maioritariamente do sexo feminino (72.1%). Os participantes responderam a um inquérito online, constituído pelos seguintes instrumentos de autorresposta: Escala de Experiências nas Relações Próximas – Estruturas Relacionais (ECR-RS), EUROHIS-QOL-8, Escala de Atenção e Consciência Plena e Escala de Mindfulness Interpessoal. Os nossos resultados mostraram uma associação negativa entre as dimensões de ansiedade e evitamento relacionadas com a vinculação e a qualidade de vida, bem como com o mindfulness disposicional e interpessoal. Observou-se ainda uma associação positiva entre o mindfulness (disposicional e interpessoal) e a qualidade de vida. Os resultados revelaram que nenhum dos dois tipos de mindfulness mostrou ser capaz de moderar a associação entre as dimensões de ansiedade e evitamento e a qualidade de vida. Estes resultados são relevantes para a prática clínica, pois podem permitir identificar os indivíduos mais vulneráveis ao desenvolvimento de psicopatologia e a piores indicadores de bem-estar, sobretudo quando presentes orientações de vinculação inseguras. Adicionalmente, considerando que o mindfulness (disposicional e interpessoal) tem benefícios para a qualidade de vida, a promoção de práticas mindful pode desempenhar um papel relevante no aumento da qualidade de vida e bem-estar dos indivíduos. Destaca-se ainda a importância de investigações futuras avaliarem, de forma mais aprofundada, o construto de mindfulness interpessoal, visto ser relativamente recente e, por isso, existir ainda pouca literatura sobre o mesmo.