“Aí andavam outros, quartejados de cores”. Visões da alteridade e da autoridade na colonização portuguesa nos manuais de história do 8.º ano.

Abstract

Nos últimos anos, na sequência do debate sobre racismo, xenofobia e intolerância, impulsionado por movimentos ativistas, tem-se reexaminado o papel da Escola e da disciplina de História na desconstrução daqueles preconceitos. No caso português, críticas ao eurocentrismo e ao racismo estrutural nos manuais de História têm surgido diversos estudos e em recomendações oficiais. O recém-aprovado (2022) Plano Nacional de Combate ao Racismo e à Discriminação (2021-2025) prevê alterar os manuais. O ano letivo de 2022/2023 ficará marcado pela adoção dos manuais do 8.º ano, elaborados de acordo com o novo documento de orientação curricular, em vigor desde julho de 2018, as Aprendizagens Essenciais. Este referencial preconiza a introdução de mudanças significativas na forma como os alunos reconhecem a submissão violenta dos diversos povos e o tráfico de seres humanos como uma realidade da expansão ibérica. Utilizando uma metodologia comparativa e analítica, o objetivo desta comunicação é examinar e estudar as visões que os manuais de História portugueses do 8.º ano projeta(ra)m da expansão ibérica nas últimas três décadas (1992-2022), procurando fazer a discussão das continuidades e ruturas, convergências e divergências, internas e externas.