Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/114214
Title: “Step into my office (SIMO): arte e dinheiro, performance e performance digital”
Other Titles: “Step into my office (SIMO): Art and Money, Performance and Digital Performance
Authors: Silva, Jácome Filipe Morais
Orientador: Rodrigues, Ana Luísa Rito da Silva
Carvalho, José Augusto Maçãs da Silva
Miranda, José Augusto Nunes Bragança de
Keywords: Corpo; Dinheiro; Espaço; Participação; Performance/Performance Digital; Body; Money; Participation; Performance/Digital Performance; Space
Issue Date: 23-Jun-2023
Project: info:eu-repo/grantAgreement/FCT/OE/SFRH/BD/138426/2018/PT 
Serial title, monograph or event: “Step into my office (SIMO): arte e dinheiro, performance e performance digital”
Place of publication or event: CAUC
Abstract: Developed for the urban context, SIMO is a creation based on the theme of art and money. It explores the synergy between space, body, and money united by the common traits delineated by their openness and project nature. This thesis is part of a practical and theoretical investigation that highlights the fundamental indefiniteness of each of these concepts and their continuous and interdependent construction. To that extent, the performance is structured by a specific set of actions dependent on each other, always developed in the same order which sets in motion all the elements cited above. The becoming of the performance space is opened by an action of a cleaning of the floor with the symbolic function of revealing what is under it. An emptiness where its potential vibrates and which Peter Brook, Ives Klein, Merce Cunningham, or Lee Mingwei described as creative and performative matter, which André Lepecki develops as a matter of topocoreopolitic nature and which Ignasi de Solà-Morales places in the urban context as “terrain vague”. Moreover, the space is not only a set of concepts that describe its qualities but, as a Giorgio Agamben dispositive, it’s also operative. This means that this conceptual emptiness full of possibilities, which justifies the space of the performance, acts over everything that occupies its underlying creative power. The body that expresses the complexity and the creative indetermination of the performance space is the one designated by Laurence Louppe. A permanent project claimed by a contemporary dance with its history and its multiple approaches pointed towards the construction of all subjectivities. Involved in a dialogical process, a floor crossed with intensities as an action on the body, as Lepecki proposes, and a body formed by multiple intensities as Deleuze affirms, time strata and paradoxes as said by José Gil, and by an exposed flesh in relationship with the unknown as proposed by Bragança de Miranda, as an action on the floor. In turn, money in situation placed in the space of the performance through the gifts of a passing by public, recovers its conceptual openness, its formlessness as described by Georg Simmel. Expands beyond its economic definitions and becomes exclusively artistic matter. If Marcel Duchamp wrote that a work of art is only completed when it connects with the spectator, the money in SIMO, transformed in material to make art, becomes dependent of the multiple perceptions that go through it. As a super object, described by François Dagognet, with its strange quality of reaching and being all things without being none of the former, necessarily includes all possible perceptions that might be associated with it. Based on this premise in which the unfinished and subjective nature of money generates multiple questions, the performance integrates a participation component developed through Instagram. A varied set of questions contextualized through different artistic processes was published, which are a ramified representation of a larger question: what is money? The participation happened simultaneously in the platform and in the public space. In order to understand the best strategies to implement and the nature of the performance participation, it was crucial to acquire knowledge about the platform which Lev Manovich helped to clarify. Assign it the quality of the gift justified through Marcel Mauss and Lewis Hyde. Access a history of participation developed since the historical vanguards, passing through the Fluxus movement and some posterior examples. Using chance as the predominant strategy, the total of answers between the platform and the public space was 218 which not only demonstrates an availability to discuss the theme but also a positive disposition for initiatives of this nature. Thus, the proposal to approach money through an artistic lens, using the place of art and its varied artistic tools allowed to open questions and reach for answers that wouldn’t be possible to formulate in any other way. Money, as the space and the body, inside social, political, or ideological systems is reduced to the boundaries and limitations of their conceptions of reality. Inside art, it will always have the potential of assuming all possible and impossible forms and be, as confirmed as one more of its characteristics, a substance of dialogue. As Vivianne Zelizer explained, speaking about money can help us understand not only what we do but also what we say with money and its meaning. To that extent, any subject about money will never be exclusively about money. Like with any other technology we will be constantly in the process of trying to solve the complexity of all that is human.
Desenvolvida para o contexto urbano, SIMO é uma criação em torno do tema arte e dinheiro. Explora a sinergia entre espaço, corpo e dinheiro, unidos pelo pressuposto da sua abertura e condição de projecto. Esta tese é parte integrante de um processo investigativo prático e teórico que coloca em evidência a indefinição fundamental de cada um destes conceitos e como a sua construção é um acto contínuo e interdependente. Nessa medida, a performance é estruturada por um conjunto específico de acções dependentes umas das outras, desenvolvidas sempre na mesma ordem e que dinamizam todos os elementos supracitados. O espaço começa por ser aberto pela acção fundadora de um limpar o chão com a função simbólica de revelação do seu interior. Um vazio onde vibra o seu potencial e que Peter Brook, Ives Klein, Merce Cunningham ou Lee Mingwei descreveram enquanto matéria criativa e performativa, que Lepecki define enquanto matéria topocoreopolitica e que Solà-Morales situa no contexto urbano enquanto “terrain vague”. No entanto, o espaço não é apenas um conjunto de conceitos descritivos das suas qualidades mas, enquanto dispositivo Agambeniano, é igualmente operativo. Isto quer dizer que esse vazio conceptual pleno de possibilidades e que fundamenta o espaço da performance age sobre tudo o que ocupa o seu interior afirmando a sua potência criativa. O corpo que expressa a complexidade e a indeterminação criativa do espaço da performance é aquele designado por Laurence Louppe. Um projecto permanente reclamado pela dança contemporânea com a sua história e as suas múltiplas abordagens apontadas para a construção de todas as subjectividades. Envolve-se num processo dialógico em que um chão atravessado de intensidades tem uma acção sobre o corpo, como propõe Lepecki, e em que um corpo formado por múltiplas intensidades como afirma Deleuze, estratos de tempo e paradoxos como nos diz José Gil e por uma carne exposta na relação com o desconhecido como propõe Bragança de Miranda, tem uma acção sobre o chão. Por sua vez, um dinheiro em situação colocado no espaço da performance através das ofertas de um público sempre de passagem, recupera a sua abertura conceptual, o seu caracter informe, como descrito por Simmel. Expande-se para além das definições económicas e resolve-se exclusivamente enquanto matéria artística. Se Marcel Duchamp escreveu que a obra só se completa na relação com o espectador, o dinheiro em SIMO, transformado em material para fazer arte, passa a estar dependente das múltiplas percepções que o atravessam. Enquanto super objecto, como descreve François Dagognet, com a sua estranha qualidade de chegar e ser todas as coisas sem ser nenhuma, incluirá necessariamente todas as possíveis percepções que lhe poderão estar associadas. Baseado nesta premissa, em que a natureza inacabada e subjectiva do dinheiro pode ser geradora de múltiplas questões, a performance integra uma componente participativa desenvolvida a partir da rede social Instagram. Foi publicado um conjunto de perguntas contextualizadas a partir de diferentes processos e formatos artísticos que são a representação ramificada de uma pergunta maior: o que é o dinheiro? A participação aconteceu simultaneamente na plataforma e no espaço público. Para se perceber quais as melhores estratégias a implementar e a natureza da participação na performance foi fundamental adquirir um melhor entendimento sobre a plataforma que Lev Manovich ajudou a contextualizar. Atribuir-lhe a qualidade de um presente justificado através de Marcel Mauss ou Lewis Hyde. Aceder a uma história da participação desenvolvida desde as vanguardas históricas, passando pelo movimento Fluxus e alguns exemplos posteriores. No total, entre a participação na plataforma e espaço público foram obtidas 218 respostas individuais usando o acaso como estratégia predominante. O âmbito da participação é variado e demonstra não apenas disponibilidade para discutir o tema mas igualmente uma apetência para iniciativas desta natureza. Assim, a proposta para usar o lugar da arte e as suas variadas ferramentas serviu para abrir questões e chegar a respostas que de outra forma não seriam possíveis de formular. O dinheiro, tal como o espaço e o corpo, no interior de sistemas políticos e ideologias ficam reduzidos às limitações das respectivas concepções da realidade. No interior da arte terá sempre o potencial de assumir todas as formas possíveis e impossíveis e ser, como se confirmou como mais uma das suas características, uma substância de diálogo. Como Viviane Zelizer explica, falar sobre dinheiro pode ajudar-nos a perceber não só aquilo que fazemos mas igualmente aquilo dizemos com dinheiro e o seu significado. Nessa medida qualquer assunto sobre dinheiro nunca será apenas sobre dinheiro. Como com qualquer outra tecnologia estaremos constantemente no processo de tentar resolver a complexidade de tudo o que é humano.
Description: Tese de Doutoramento em Arte Contemporânea apresentada ao Colégio das Artes
URI: https://hdl.handle.net/10316/114214
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Teses de Doutoramento

Files in This Item:
File SizeFormat
Tese de Doutoramento Filipe Silva.pdf6.18 MBAdobe PDFView/Open
Show full item record

Page view(s)

41
checked on Jul 17, 2024

Google ScholarTM

Check


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons