Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/112887
Title: A receção dos medicamentos anti-lepróticos no Hospital Colónia Rovisco Pais - Estudo através da revista “Rovisco Pais: Revista Portuguesa da Doença de Hansen” (1962-1981)
Other Titles: Receiving anti-leprotics medications in Hospital Colónia Rovisco Pais - Study through the magazine “Rovisco Pais: Revista Portuguesa da Doença de Hansen” (1962-1981)
Authors: Oliveira, Ana Margarida Relva e
Orientador: Pita, João Rui Couto da Rocha
Keywords: Hansen's Disease; Sulfones; Hospital Rovisco Pais; Doença de Hansen; Sulfonas; Hospital Rovisco Pais
Issue Date: 25-Oct-2023
Serial title, monograph or event: A receção dos medicamentos anti-lepróticos no Hospital Colónia Rovisco Pais - Estudo através da revista “Rovisco Pais: Revista Portuguesa da Doença de Hansen” (1962-1981)
Place of publication or event: Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
Abstract: Leprosy, also known as Hansen's disease, stands as one of the oldest known diseases in human history. Referenced in the Bible and other ancient texts, paleopathological records confirm its existence in India around 2000 BC. This disease is caused by the obligate intracellular bacillus Mycobacterium leprae, the first bacterium identified as the causative agent of a human ailment, elucidated by G. Hansen in 1873. Characterized by a slow growth rate, the bacterium cannot be cultured on any known medium, impeding a thorough understanding of its incubation period, transmission routes, and infection mechanisms. Clinical manifestations of the disease diverge based on clinical forms, primarily affecting the skin and peripheral nervous system.Until the 1940’s, chaulmoogra oil was employed in leprosy therapy, yielding unpromising outcomes, and the ailment was commonly dechiemed incurable. Leprosaria, established worldwide, chiefly aimed at arresting disease dissemination, with little expectation of patient recovery. In Portugal, the Leprosaria Nacional, also known as Hospital Rovisco Pais, was inaugurated in 1947 in Tocha, Cantanhede.It was during this decade that Faget's investigations at Carville Leprosarium, with the drug promin, a sulfone manufactured by Parke Davis and Company, yielded the initial positive treatment outcomes for leprosy. Sulfones became the first-line treatment at this hospital in 1947. The development of this therapeutic class gave rise to dapsone in the 1960’s, more cost-effective and administered orally. Nonetheless, the awareness of antibiotic resistance emerged. Subsequently, new effective drugs against leprosy were discovered, such as clofazimine and rifampicin.Polychemotherapy involving dapsone, clofazimine, and rifampicin has been recommended by the World Health Organization for leprosy treatment since 1982. With this strategy, over four decades, approximately 18 million individuals have been treated, leading to a 95% reduction in leprosy prevalence globally. In Portugal, where there might have been between 1000 and 2000 cases in the early 20th century, the number dwindled to below one case per 10,000 inhabitants from the 1990’s onward, aligning with the designated goal for disease elimination. The reported cases between 2013 and 2016 were all imported, totalling 12.The history of Hospital Rovisco Pais during its tenure as a leprosarium intersects with the development of the initial effective drugs for leprosy treatment. While there were challenges in procuring sulfones in the early years of its operation, such obstacles were overcome by 1950, and medications became widely employed. Nonetheless, the perception that sulfones were the best available therapy, though not ideal, spurred the pursuit of new therapeutic strategies for leprosy treatment. In addition to its clinical and social activity, Hospital Rovisco Pais fostered robust epidemiological research, advancing leprology education through international courses and the publication of the Rovisco Pais: Revista Portuguesa da Doença de Hansen from 1962 to 1981. This journal offers insights into research efforts, treatments utilized, clinical trials, and medication consumption at Hospital Rovisco Pais.Methodology: This study employs an analytical approach primarily based on the scientific journal Rovisco Pais: Revista Portuguesa de Doença de Hansen published by the hospital between 1962 and 1981. The journals were accessed and researched at the Biblioteca das Ciências da Saúde and the Biblioteca Geral of the University of Coimbra, the Municipal Library of Coimbra, and the archive of the Núcleo Museológico do Hospital Colónia Rovisco Pais.
A lepra, também designada doença de Hansen, é uma das doenças conhecidas mais antigas da humanidade. Mencionada na Bíblia e noutros escritos antigos, existem registos paleopatológicos que confirmam a sua existência na India cerca de 2000 a.C. É causada pelo bacilo intracelular obrigatório Mycobacterium leprae, a primeira bactéria identificada como agente causador de uma doença humana, por G. Hansen em 1873. É uma bactéria de crescimento lento, e até agora, tem sido impossível promover o seu crescimento in vitro, dificultando o conhecimento verdadeiro do seu período de incubação, vias de transmissão e mecanismos de infeção. As manifestações clínicas da doença diferem conforme as formas clínicas, afetando primeiramente a pele e o sistema nervoso periférico. Até à década de 40 do século XX, foi utilizado o óleo de chaoulmoogra para a terapêutica de lepra, sem resultados promissores, e a doença era comumente considerada incurável. As leprosarias, criadas um pouco por todo o mundo, tinham como principal objetivo evitar a difusão da doença, sem qualquer expetativa de cura dos doentes internados. Em Portugal, a Leprosaria Nacional também designada Hospital Rovisco Pais foi inaugurada em 1947 na Tocha, Cantanhede. É durante esta década que decorrem os estudos de Faget na leprosaria de Carville com o medicamento promin, uma sulfona produzida pela Parke Davis and Company, obtendo os primeiros resultados positivos no tratamento da lepra. Em 1947 as sulfonas passam a ser tratamento de primeira linha neste hospital. Do desenvolvimento desta classe terapêutica surge a dapsona na década de 1960, mais económica e com a vantagem de toma oral. Entretanto, surge o problema da resistência ao antibiótico. Posteriormente são descobertos novos fármacos efetivos contra a lepra, como a clofazimina e a rifampicina.A poliquimioterapia com dapsona, clofazimina e rifampicina é recomendada pela Organização Mundial de Saúde para o tratamento da lepra desde 1982. Com esta estratégia, em quatro décadas, foi possível tratar cerca de 18 milhões de pessoas, e reduzir a prevalência da lepra em 95% em todo o mundo. Em Portugal, se no início do século XX, existiriam entre 1000 e 2000 casos de doença, a partir da década de 90, o número de casos estava abaixo de um por 10000 habitantes, colocando-nos dentro da meta designada para a eliminação da doença. O número de casos notificados entre 2013 e 2016 foram 12, todos importados. A história do Hospital Rovisco Pais durante o seu funcionamento enquanto leprosaria, cruza-se com o desenvolvimento dos primeiros fármacos eficazes no tratamento da lepra. Se nos primeiros anos de atividade, houve alguma dificuldade na aquisição de sulfonas, a partir de 1950 todas essas dificuldades estavam ultrapassadas, e os medicamentos eram largamente utilizados. No entanto, a noção de que as sulfonas eram a melhor terapêutica disponível, sem, contudo, ser a ideal, levou à busca por novas estratégias terapêuticas no tratamento da lepra. Além da atividade clínica e social, Hospital Rovisco Pais desenvolveu uma forte investigação epidemiológica, dinamizando o ensino da leprologia através de cursos internacionais e da publicação da revista Rovisco Pais: Revista Portuguesa da Doença de Hansen, entre 1962 e 1981. Consultando a revista, podemos conhecer os trabalhos de investigação, bem como os tratamentos utilizados, os ensaios clínicos e os consumos de medicação no Hospital Rovisco Pais.Método: Estudo analítico tendo como fonte principal a revista científica Rovisco Pais: Revista Portuguesa da Doença de Hansen, publicada por aquele Hospital entre 1962 e 1981. Consulta e pesquisa das revistas na Biblioteca da Ciências da Saúde e na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, na Biblioteca Municipal de Coimbra e na hemeroteca do Núcleo Museológico do Hospital Colónia Rovisco Pais.
Description: Dissertação de Mestrado em Farmacologia Aplicada apresentada à Faculdade de Farmácia
URI: https://hdl.handle.net/10316/112887
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado

Files in This Item:
File SizeFormat
AnaMOliveiraFinall corrigido JRP.pdf5.42 MBAdobe PDFView/Open
Show full item record

Page view(s)

18
checked on Apr 24, 2024

Google ScholarTM

Check


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons