Relatórios de Estágio e Monografia intitulada "Antibioterapia no Idoso"

Abstract

Atualmente, enfrentamos diversos desafios na área da saúde, incluindo o envelhecimento populacional e o aumento de infeções emergentes. Os idosos estão particularmente vulneráveis ao desenvolvimento de infeções, devido a alterações fisiológicas típicas do envelhecimento e ao aparecimento de múltiplas comorbilidades, consumindo muito frequentemente antibióticos. O processo de envelhecimento tem impacto em mecanismos farmacocinéticos e farmacodinâmicos que podem afetar a resposta dos idosos aos antibióticos. Considerando estes aspetos e a emergência de resistências antimicrobianas cada vez mais difíceis de gerir, é essencial o uso apropriado e racional de antibióticos.Infeções específicas como a pneumonia, infeções do trato urinário, infeções da pele e tecidos moles, infeções da corrente sanguínea e infeções por Clostridium difficile são as mais prevalentes nesta faixa etária. Estas infeções, que frequentemente se manifestam de forma atípica nos idosos, requerem um tratamento cuidadoso que deve considerar as possíveis alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas desta população.Adicionalmente, devem considerar-se também as possíveis interações farmacológicas que envolvem os antibióticos, bem como o risco de reações adversas medicamentosas, uma vez que a probabilidade de ocorrerem na população idosa, muitas vezes polimedicada, é superior.Neste contexto, os farmacêuticos desempenham um papel fundamental na antibioterapia em idosos, contribuindo para a seleção adequada dos antibióticos com base nas características individuais de cada indivíduo. Além disso, eles fornecem orientações sobre a duração do tratamento, a posologia correta e possíveis efeitos adversos, garantindo a adesão do doente à terapêutica. O presente trabalho aborda, assim, a antibioterapia no idoso, nomeadamente as alterações fisiológicas que ocorrem, a classificação dos antibióticos, as características das infeções mais prevalentes nesta faixa etária, os princípios que a antibioterapia deve seguir, as principais alterações farmacocinéticas, as interações farmacológicas envolvendo antibióticos mais relevantes, as reações adversas medicamentosas mais prevalentes e o papel essencial do farmacêutico na gestão destes fármacos.Reconhecendo a importância destes aspetos, é possível garantir uma antibioterapia eficaz e segura em idosos, melhorando a qualidade de vida e reduzindo os riscos associados a infeções e ao uso inadequado dos antibióticos.

Currently, we face various challenges in the health field, including the aging of the population and the rise of emerging infections. The elderly are particularly vulnerable to the development of infections due to age-related physiological changes and the presence of multiple comorbidities, and so they often consume antibiotics. Furthermore, the aging process impacts pharmacokinetic and pharmacodynamic mechanisms that can affect the elderly's response to antibiotics. Considering these aspects and the increasingly difficult-to-manage emergence of antimicrobial resistance, the appropriate and rational use of antibiotics is essential.Specific infections such as pneumonia, urinary tract infections, skin and soft tissue infections, bloodstream infections, and Clostridium difficile infections, are the most prevalent in this age group. These infections, which often present atypically in the elderly, require careful treatment that should take into account possible pharmacokinetic and pharmacodynamic alterations in this population.Additionally, potential pharmacological interactions involving antibiotics must be considered, as well as the risk of adverse drug reactions, given the higher likelihood of their occurrence in the elderly population which is frequently under polypharmacy conditions.In this context, pharmacists play a key role in antibiotic therapy for the elderly, contributing to the appropriate selection of antibiotics based on the individual characteristics of each person. Furthermore, they provide guidance on treatment duration, correct dosage, and potential side effects, ensuring patient adherence to the therapy.Thus, this work addresses antibiotic therapy in the elderly, specifically the physiological changes that occur, antibiotic classification, characteristics of the most prevalent infections in this age group, guiding principles for antibiotic therapy, major pharmacokinetic alterations, significant pharmacological interactions involving antibiotics, prevalent adverse drug reactions, and the essential role of the pharmacist in managing these medications.Recognizing the importance of these aspects makes it possible to ensure effective and safe antibiotic therapy in the elderly, improving their quality of life and reducing the risks associated with infections and inappropriate antibiotic use.