Atitudes dos Internos de Medicina Geral e Familiar sobre Desprescrição

Abstract

Background and Aims: Portugal has an high aging index and its elderly have more than one chronic disease and have multiple medications. Therefore managing multimorbidity and polypharmacy is a challenge. There are portuguese studies regarding attitudes toward deprescribing, but none focusing on family medicine residents. These are the doctors that will follow these polymedicated patients in the following years and will prescribe and manage the taking of most of the drugs.Methods: Cross sectional study. The data was collected through a survey sent to interns of general practice/family medicine across the country by email and it refers to 2022. The survey, previously structured, contained three open questions, twenty-two statements to be classified using a 5 point Likert scale and five multiple choice questions about the gender, age range, year of residency and if deprescription has been a topic discussed in their professional journey and at what stage.Results: One hundred and six valid answers were obtained: 76,4% were female, 70,8% were between 25 and 30 years old and 34%% were first year family medicine residents. Most of the participants agree that deprescribing is very beneficial and that greatest barriers include the patients’ health literacy, the insufficient time per appointment and the lack of tools and information for the doctors and patients.Discussion: As mentioned previously, this is the first portuguese study about description that considers the opinions of the junior doctors. The opinions of the residentes revealed by the qualitative and quantitative analysis, allows us to have a perspective about the role that deprescribing will take in the management of patients in Primary Health Care and what can be done to put use it more in the clinical practice. A big limitation of this study is the low number of responses that didn’t allow us to reach the needed sample size to generalize these findings for the population.Conclusion: The obtained result underlines how important deprescribing is for the residents and the need to adopt strategies to increase deprescription and reduce polypharmacy. It’s important to deepen the theme to determine how to have an easier adherence from the patient and to create guidelines that help the doctor optimize deprescribing.

Introdução e Objetivos: Portugal tem um elevado índice de envelhecimento e os seus idosos têm mais que uma doença crónica e tomam múltiplos fármacos. Por isso, gerir a multimorbilidade e polifarmacoterapia é um desafio. Há estudos portugueses sobre as atitudes no que toca à desprescrição, mas nenhum foca a opinião dos internos. Estes são os médicos que vão seguir estes doentes polimedicados nos próximos anos e que vão prescrever e gerir a toma de maior parte dos medicamentos.Métodos: Estudo transversal. Os dados foram colhidos através de um questionário enviado a internos de Medicina Geral e Familiar de todo o país por e-mail e é referente a 2022. O questionário, previamente estruturado, contém três perguntas de resposta aberta, vinte e duas afirmações para serem classificadas de acordo com a escala de Likert de 5 pontos e cinco questões de escolha múltipla sobre o género, faixa etária, ano de internato e se a desprescrição foi um tópico discutido e em que fase do percurso profissional. Resultados: Foram obtidas 106 respostas válidas: 76,4% do sexo feminino, 70,8% entre os 25-30 anos e 34% internos do 1º ano de Medicina Geral e Familiar. A maioria dos inquiridos, concorda que a desprescrição traz grandes benefícios e as grandes barreiras passam pela literacia do doente, tempo de consulta e ferramentas e informação insuficiente para médicos e utentes. Discussão: Este é o primeiro estudo português sobre desprescrição que apenas tem em conta o parecer dos internos. As opiniões dos internos inferidas através da análise quantitativa e qualitativa, permite ter uma perspetiva do papel da desprescrição no futuro da gestão dos doentes nos Cuidados de Saúde Primários e o que pode ser feito para esta ser mais usada na prática clínica. Uma grande limitação do estudo prende-se pelo baixo número de respostas que não permitiu atingir o tamanho amostral necessário para fazer generalizações para a população. Conclusão: Os resultados obtidos sublinham a importância que a desprescrição tem para os internos e a necessidade de adoção de estratégias para aumentar a desprescrição e diminuir a polifarmacoterapia. Será importante aprofundar a temática para determinar como ter uma adesão mais fácil por parte do doente e criar diretrizes que auxiliem o médico a otimizar a desprescrição.