Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/111504
Title: Zóster em idade precoce- Acerca de um caso clínico
Other Titles: Zoster in early age- About a clinical case
Authors: Leitão, Raquel Sofia Gaspar
Orientador: Teixeira, Maria Del Carmen Bento
Keywords: Varicela; Zona; Vírus Varicela Zóster; Pediatria; Aciclovir; Chickenpox; Shingles; Varicella-zoster Virus; Pediatrics; Acyclovir
Issue Date: 24-Jan-2023
Serial title, monograph or event: Zóster em idade precoce- Acerca de um caso clínico
Place of publication or event: Clínica Universitária de Pediatria, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Abstract: O Vírus Varicela Zóster (VVZ) é um agente patogénico prevalente em idade pediátrica, cuja infeção primária se manifesta clinicamente por varicela. A varicela é descrita como uma doença benigna e autolimitada, porém altamente contagiosa, com taxas de transmissão de 61 a 100%, de acordo com a Sociedade de Infeciologia Pediátrica (1). É uma patologia sistémica generalizada cuja transmissão pode ocorrer por aerossóis emitidos por um indivíduo contaminado e em fase contagiosa (dois dias antes do surgimento das lesões, até seis dias do aparecimento do exantema) (2), todavia dá-se maioritariamente por contacto direto com conteúdo destas mesmas lesões.A varicela tem um período de incubação médio de 14 dias, a partir da qual se instala a clínica prodrómica típica de cefaleias, febre e dor abdominal. Após 24-36 horas surge o exantema. Este habitualmente aparece primeiro no tronco e cara, espalhando-se depois para o resto do corpo, incluindo couro cabeludo e mucosas. Normalmente provoca muito prurido. A evolução é muito característica: primeiro surgem pequenas lesões planas eritematosas (máculas), que rapidamente ganham relevo (pápulas), transformando-se em bolhas arredondadas com conteúdo líquido (vesículas). Posteriormente adquirem um aspeto umbilicado e o líquido que contêm torna-se denso (pústulas) até que se formam crostas. Quando todas as lesões atingem a forma crostosa, geralmente ao sétimo dia, termina a fase de contágio. Por vezes persiste uma ligeira despigmentação transitória ou cicatriz residual. O diagnóstico clínico é facilitado pois é possível observar lesões nos diferentes estádios de evolução ao mesmo tempo.Posteriormente à cura, o vírus tende a permanecer em estado quiescente em gânglios das raízes dorsais, gânglios sensitivos dos pares cranianos e mesmo do sistema nervoso autónomo, como em plexos mesentéricos intestinais (3), durante anos. Em 10 a 30% dos doentes pode ocorrer reativação deste vírus, sobretudo a partir dos 50 anos (4). Ao contrário da sua infeção primária, acarreta clínica de dor muito localizada, afetando geralmente um dermátomo sensitivo, sem ultrapassar a linha média, que antecipa num máximo de 72 horas as erupções cutâneas. As vesículas podem ser confluentes, originado bolhas, e ao longo de uma semana evoluem para pústulas que ulceram e formam crostas (3). Por oposição a adultos, a nevralgia herpética não é descrita em crianças (5). As complicações mais frequentemente objetivadas são a sobreinfeção cutânea (em metade das crianças hospitalizadas, os agentes são o S.aureus ou S.pyogenes (3)), a encefalite e a meningite. Mais raramente, origina quadros sindrómicos quando comprometem gânglios específicos como Zóster Oftálmico, aquando do envolvimento do ramo oftálmico no nervo trigémio e Síndrome de Ramsay-Hunt, quando envolve o sétimo e oitavo par craniano (3,6).Os autores descrevem o caso de uma criança de 22 meses saudável que desenvolve herpes zóster 10 meses após varicela. Por ser uma situação incomum nesta idade, pretende-se fazer uma abordagem científica sobre o tema, nesta faixa etária, procurando eventuais fatores precipitantes ou facilitadores da reativação precoce do vírus varicela-zóster.
Varicella Zoster Virus (VZV) is a pathogen prevalent in paediatric age, whose primary infection is clinically manifested as varicella. Varicella is described as a benign, self-limited but highly contagious disease, with transmission rates of 61 to 100%, according to the Society of Paediatric Infectiology (1). It is a generalised systemic pathology whose transmission may occur through aerosols emitted by a contaminated individual in a contagious phase (two days before the appearance of lesions, up to six days after the appearance of the exanthema) (2), although it occurs mostly through direct contact with the content of these lesions.Varicella has an average incubation period of 14 days, after which the typical prodromic clinical picture of headache, fever and abdominal pain is established. After 24-36 hours the exanthema appears. It usually appears first on the trunk and face and then spreads to the rest of the body, including scalp and mucous membranes. It usually causes a lot of itching. The evolution is very characteristic: first small flat erythematous lesions (macules) appear, which rapidly become raised (papules), turning into rounded blisters with liquid content (vesicles). Subsequently they take on an umbilicated appearance and the liquid they contain becomes dense (pustules) until they form crusts. When all lesions reach the crusted form, generally on the seventh day, the contagious phase is over. Sometimes slight transient depigmentation or residual scarring persists. Clinical diagnosis is facilitated because lesions in the different stages of evolution can be observed at the same time.After cure, the virus tends to remain quiescent in dorsal root ganglia, sensory ganglia of the cranial pairs and even the autonomic nervous system, such as in intestinal mesenteric plexuses (3), for years. In 10 to 30% of patients reactivation of this virus may occur, especially after the age of 50 (4). Unlike its primary infection, it brings on a clinic of very localised pain, generally affecting a sensory dermatome, without going beyond the midline, which anticipates the skin eruptions by a maximum of 72 hours. The vesicles may be confluent, giving rise to blisters, and in the course of a week develop into pustules that ulcerate and form crusts (3). In contrast to adults, herpetic neuralgia is not described in children (5). The complications most often objected to are cutaneous over-infection (in half the children hospitalised, the agents are S.aureus or S.pyogenes (3)), encephalitis and meningitis. More rarely, it causes syndromic pictures when specific ganglia are involved, such as Ophthalmic Zoster, when the ophthalmic branch in the trigeminal nerve is involved and Ramsay-Hunt Syndrome, when the seventh and eighth cranial pairs are involved (3,6).The authors describe the case of a healthy 22-month-old child who develops shingles 10 months after chickenpox. As it is an uncommon situation at this age, we intend to make a scientific approach on the subject, in this age group, looking for possible precipitating or facilitating factors of early reactivation of the varicella-zoster virus.
Description: Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
URI: https://hdl.handle.net/10316/111504
Rights: openAccess
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