Elastografia Transitória na Hipertensão Portal: Uma Abordagem Não Invasiva

Abstract

A hipertensão portal é uma consequência frequente das doenças hepáticas crónicas. O seu desenvolvimento está intimamente relacionado com a morbimortalidade destes doentes, nomeadamente pelas complicações que origina.A abordagem diagnóstica dos doentes com hipertensão portal é classicamente feita através de métodos invasivos, nomeadamente a medição do gradiente de pressão venosa hepática e a endoscopia digestiva alta. No entanto, estes exames comportam várias limitações, como os seus riscos dado serem invasivos, o seu custo e parca distribuição hospitalar. Desta forma, a demanda de exames complementares de diagnóstico não invasivos é crescente.O objetivo desta revisão é o de descrever as várias técnicas de elastografia (hepática e esplénica) existentes no estudo da hipertensão portal, que mereceram particular destaque na última Reunião de Consenso de Baveno VII. Para isso, foram selecionados artigos pertinentes através do motor de busca PubMed, sendo estes posteriormente alvo de estudo e comparação. A utilização de técnicas não invasivas na abordagem da hipertensão portal é hoje uma realidade. Apesar de validados para certos aspetos, nomeadamente para definição de hipertensão portal clinicamente significativa, grau de fibrose hepática, grau de esteatose hepática, doença hepática crónica avançada e compensada e risco de varizes gastroesofágicas, é necessário maior volume de estudos e mais robustez científica para validar cut offs, indicações clínicas, fatores que influenciam leituras e a própria adequabilidade do software e hardware utilizados na abordagem destes doentes.

Portal hypertension is a frequent consequence of chronic liver disease. Its development is intimately related to the morbidity and mortality of patients, particularly due to its derived complications.The diagnostic approach to patients with portal hypertension is classically done through invasive methods, namely the measurement of the hepatic venous pressure gradient and endoscopy of the upper digestive tract. However, these exams have several limitations, namely their risks, given their invasiveness, their cost, and poor hospital distribution. Thus, the demand for non-invasive diagnostic methods is increasing.The aim of this review is to describe the various elastography techniques (hepatic and splenic) that exist in the study of portal hypertension, which were particularly highlighted in the last Baveno VII Consensus Meeting. For this purpose, relevant articles were selected via the PubMed search engine and then, subsequently, were studied and compared.The use of non-invasive techniques when to approach portal hypertension is now a reality. Although validated for certain aspects, namely for the definition of clinically significant portal hypertension, degree of hepatic fibrosis, degree of hepatic steatosis, advanced and compensated chronic liver disease, and risk of gastroesophageal varices, a larger volume of studies and increased scientific strength is needed to validate cut offs, clinical indications, factors that influence readings, and the adequacy of the software and hardware used when approaching these patients.