RETALHO INTERÓSSEO POSTERIOR NA RECONSTRUÇÃO DA MÃO

Abstract

Hand injuries with loss of substance are relatively frequent and plastic surgery plays an essential role in their reconstruction, seeking to preserve hand function and obtain the best aesthetic result. The tissue that covers the volar and dorsal sides of the hand has some anatomical particularities that make its reconstruction a challenge for the surgeon. In this sense, for the development of this review article on the Posterior Interosseous Flap in Hand Reconstruction, a literature review was carried out using the Pubmed platform, and the most relevant articles were analyzed.Currently, there are several flaps that can be used in the reconstruction of hand defects. The choice of flap depends on several factors, namely the location of the defect: distal end of the fingers, proximal region of the fingers, volar surface and dorsal surface of the hand.The posterior interosseous artery flap corresponds to one of the main flaps used in the reconstruction of hand injuries. It is a fasciocutaneous flap dissected on the dorsal face of the forearm, from a branch of the common interosseous artery, the posterior interosseous artery. This artery is responsible for vascularizing the skin of the two proximal thirds of the forearm, essentially the middle third, and presents an anastomosis with the anterior interosseous artery, which guarantees the blood supply of the inverted flow flap.Generally speaking, the posterior interosseous flap is indicated for the reconstruction of lesions on the elbow, wrist and hand, namely on the dorsal and volar surfaces of the hand and fingers. It can also be dissected as an osteofasciocutaneous flap, with application in thumb reconstruction, and as a microsurgical flap.The great advantage of the posterior interosseous flap is that it does not sacrifice any of the main arteries of the hand, unlike the radial antebrachial flap. On the other hand, dissection of the flap is laborious and postoperative venous congestion often occurs, which is the main cause of flap necrosis. In addition, the proximity of the artery to the posterior interosseous nerve confers a substantial risk of nerve injury, with consequent hand motor deficit.

As lesões da mão com perda de substância são relativamente frequentes e a cirurgia plástica desempenha um papel essencial na sua reconstrução, procurando preservar a funçãoda mão e obter o melhor resultado estético. O tecido que cobre a face volar e a face dorsal da mão apresenta algumas particularidades anatómicas que tornam a sua reconstrução um desafio para o cirurgião. Neste sentido, para o desenvolvimento deste artigo de revisão sobre o Retalho Interósseo Posterior na Reconstrução da Mão foi efetuada uma revisão de literatura com recurso à plataforma Pubmed, tendo-se analisado os artigos mais relevantes.Atualmente, existem vários retalhos que podem ser usados na reconstrução de defeitos da mão. A escolha do retalho depende de diversos fatores, nomeadamente da localização do defeito: extremidade distal dos dedos, região proximal dos dedos, face volar e face dorsal da mão.O retalho da artéria interóssea posterior corresponde a um dos principais retalhos utilizados na reconstrução de lesões da mão. Trata-se de um retalho fasciocutâneo dissecado na face dorsal do antebraço, a partir de um ramo da artéria interóssea comum, a artéria interóssea posterior. Esta artéria é responsável pela vascularização da pele dos dois terços proximais do antebraço, essencialmente do terço médio, e apresenta uma anastomose com a artéria interóssea anterior, que garante o aporte sanguíneo do retalho de fluxo invertido.De forma genérica, o retalho interósseo posterior está indicado para a reconstrução de lesões do cotovelo, do punho e da mão, nomeadamente da face dorsal e volar da mão e dedos. Pode ainda ser dissecado como retalho osteofasciocutâneo, com aplicação na reconstrução do polegar e dos metacarpos, e como retalho microcirúrgico.A grande vantagem do retalho interósseo posterior consiste no facto de não sacrificar nenhuma artéria principal da mão, ao contrário do retalho antebraquial radial. Por outro lado, a disseção do retalho é trabalhosa e é frequente ocorrer congestão venosa pós-operatória, que constitui a principal causa de necrose do retalho. Além disso, a proximidade da artéria com o nervo interósseo posterior confere elevado risco de lesão do mesmo, com consequente défice motor da mão.