Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/111323
Title: Pâncreas Artificial - Tecnologia "Do-It-Yourself"
Other Titles: Do-It-Yourself Artificial Pancreas
Authors: Arriaga, Carolina Gonçalves
Orientador: Guiomar, Joana Reis
Melo, José Miguel Lourenço Aviz Miranda de
Keywords: Diabetes mellitus tipo 1; Do-It-Yourself; Tecnologia; Pâncreas Artificial; Tratamento; Type 1 Diabetes; Do-It-Yourself; Technology; Artificial Pancreas; Treatment
Issue Date: 8-Mar-2023
Serial title, monograph or event: Pâncreas Artificial - Tecnologia "Do-It-Yourself"
Place of publication or event: Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Abstract: Nas últimas décadas tem-se verificado um aumento da incidência da diabetes mellitus tipo 1, uma condição crónica que afeta milhões de pessoas a nível mundial. Esta patologia autoimune, de etiologia multifatorial, caracteriza-se pela destruição das células beta pancreáticas produtoras de insulina, levando a um défice desta e, consequentemente, a hiperglicemia. No método terapêutico convencional, as pessoas com diabetes tipo 1 monitorizam os valores de glicemia através de punções capilares, por forma a calcularem as doses corretas de insulina exógena a administrar. Idealmente, os doentes devem realizar insulinoterapia intensiva funcional, com a administração de uma dose de insulina basal e bólus prandiais adaptados à contagem de hidratos de carbono ingeridos. Todas estas intervenções tornam a gestão da diabetes exigente para os doentes, sendo difícil, para a maioria, atingir os objetivos terapêuticos. Para tentar colmatar estas dificuldades e diminuir o fardo dos doentes, têm surgido diversas tecnologias para a gestão da diabetes. Foram desenvolvidos sensores para monitorização contínua da glicose e sistemas de perfusão subcutânea contínua de insulina, comummente designados de bombas de insulina. Com a comercialização destes dispositivos surgiu a ideia de criar um “pâncreas artificial”, conectando-os através de um algoritmo. Nestes, o sensor monitoriza os valores da glicose, que são analisados pelo algoritmo e este comunica com o sistema de perfusão subcutânea contínua de insulina, procedendo à administração desta hormona. O desenvolvimento e aprovação dos pâncreas artificiais é lento e dispendioso, criando desigualdades no acesso a estas tecnologias. Perante isto, em 2013, um grupo de pessoas com diabetes tipo 1 criou um movimento sob o lema #WeAreNotWating e iniciaram o desenvolvimento dos seus próprios pâncreas artificiais. Estes, desenvolvidos com tecnologia do-it-yourself, pelos próprios utilizadores, não se encontram formalmente aprovados, levantando questões éticas e legais. Esta solução é mais acessível, rápida de adquirir e personalizada, sendo constantemente atualizada pelos utilizadores, de acordo com as suas necessidades. Reportam-se grandes benefícios, como o aumento do tempo no alvo, a redução da hipoglicemia e da hemoglobina glicada e um melhor controlo noturno, aumentando significativamente a qualidade de vida dos utilizadores. No entanto, existem algumas desvantagens. Apesar do apoio que existe entre a comunidade do-it-yourself, é exigido conhecimento tecnológico e motivação para desenvolver e manter estes sistemas. Para além disso, os utilizadores são responsáveis por qualquer ocorrência adversa, já que estão a utilizar um dispositivo médico não aprovado. Esta tecnologia coloca os profissionais de saúde numa posição insegura. Por um lado, têm o dever de informar os seus doentes sobre todas as opções terapêuticas, mas por outro receiam aconselhar algo que não se encontra aprovado, devido a possíveis repercussões legais.Perante as vantagens do uso destes sistemas, e na ausência de melhores soluções, torna-se fundamental educar os profissionais de saúde acerca deste tema, permitindo o correto acompanhamento dos doentes que optem por utilizar esta tecnologia. Também é importante desenvolver mais estudos e ensaios clínicos com amostras mais generalizadas e elaborar diretrizes formais que orientem os profissionais e os utilizadores, garantindo a utilização segura e eficaz desta tecnologia.
In recent decades, there has been an increase in the incidence of type 1 diabetes, a chronic condition that affects millions of people worldwide. This autoimmune disease has a multifactorial etiology and it is characterized by the destruction of pancreatic beta cells that produce insulin, leading to a deficit of this hormone and, consequently, hyperglycaemia. In the conventional therapeutic method, people with type 1 diabetes monitor their blood glucose values, through capillary punctures, in order to calculate the correct doses of exogenous insulin to be administered. Ideally, patients should undergo functional intensive insulin therapy, with the administration of a basal insulin dose and prandial boluses adapted to the count of ingested carbohydrates. All these interventions make the management of diabetes demanding for patients, making it difficult for most of them to achieve therapeutic goals. In an attempt to overcome these difficulties and reduce the burden carried by patients, several technologies for diabetes control have emerged. Sensors for continuous glucose monitoring and continuous subcutaneous insulin perfusion systems, better known as insulin pumps, have been developed. With the commercialization of these devices, the idea of creating an “artificial pancreas” emerged, connecting them through an algorithm. In these systems, the sensor monitors the glucose values, which are analysed by the algorithm that communicates with the continuous subcutaneous insulin perfusion system, proceeding with the administration of this hormone. The development and approval of artificial pancreas is slow and expensive, creating differences in access to these technologies. Due to this, in 2013, a group of people with type 1 diabetes created a movement under the slogan #WeAreNotWating and started to develop their own artificial pancreas. These, developed with do-it-yourself technology by the users themselves, are not formally approved, raising ethical and legal questions. This solution is more accessible, faster to acquire and more customized, being constantly updated by users, according to their needs. Great benefits are reported, such as increased time on target, reduced hypoglycaemia and glycated haemoglobin and better overnight control, significantly improving users’ quality of life. However, there are some disadvantages. Despite the existing support among the do-it-yourself community, technological knowledge and motivation are required to develop and maintain these systems. Furthermore, users are responsible for any adverse occurrence as they are using an unapproved medical device. This technology puts healthcare professionals in an unsafe position. On the one hand, they have the duty to inform their patients about all therapeutic options. On the other hand, they are afraid of recommend something that is not approved, due to possible legal repercussions. Considering the advantages of using these systems, and in the absence of better solutions, it is essential to educate healthcare professionals about this topic, allowing the correct monitoring of patients who choose to use this technology. It is also important to carry out more studies and clinical trials with more generalized samples and to draw up formal guidelines that support professionals and users, ensuring the safe and effective use of this technology.
Description: Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
URI: https://hdl.handle.net/10316/111323
Rights: embargoedAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado

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