Bem-estar no Trabalho dos Profissionais de Saúde na ARS Centro

Abstract

Introduction: health Professionals experience increasing demands on the service they provide. The literature shows that they present modifications in their levels of well-being due to synergistic intrinsic and extrinsic factors. It is now known that these factors have an impact on health systems and on the quality of care. This study aims to assess the level of well-being of Physicians, Nurses and other professionalsof the Health Care Clusters of the National Health Service (ACES) in the Centre region, as wellas which factors are associated with a higher level of well-being. Another objective is to identify the determinants with influence in the ACES that show higher levels, in order to implement these methodologies in the remaining ACES. Methods: this is a cross-sectional observational study, with the participation of health professionals (general practitioners, nurses and other professionals) linked, at the time of recruitment, to an ACES of the Centro region of Portugal. The questionnaire was available for completion between February and March 2023. All data were collected through a Google forms questionnaire sent by email. Affective Well-Being at Work, Job Satisfaction, and Happinessand Life Satisfaction Index scales were used. Descriptive and inferential statistics were performed. Results: ACES where care is provided showed a relationship with the Warr scale (p = 0.001),MOAQ (p = 0.002), JAWS (p = 0.003) and PHI section B (well-being recalled) (p = 0.031). Weidentified seven factors influencing well-being (age, sex, profession, extra duties performed,number of working hours, the amount of net monthly salary, number of courses/ congresses/training attended, and having a chronic illness that interferes with the performance of work tasks). The factors that influence well-being and that are different between ACES are age (p =0.001), number of weekly working hours (p = 0.014), net monthly salary (p = 0.002) andaverage number of courses/ congress/ formations (p = 0.040).Discussion/Conclusion: higher levels of well-being were identified in younger individuals,males, nutritionists, with extra duties, fewer working hours, higher salaries, attending morecourses/congresses/training sessions and without chronic diseases, which is in line with recent literature. Among ACES, there were differences in age, working hours, net monthly salary and number of courses/congresses/training attended, which suggests that strategies related tothese variables be implemented to achieve greater well-being in health professionals. Sincethis is a cross-sectional and correlational study, it does not allow inferring causality between variables

Introdução: os profissionais de saúde experimentam exigências crescentes no serviço que prestam. A literatura mostra fatores sinérgicos intrínsecos e extrínsecos que modificam os seus níveis de bem-estar. Atualmente sabe-se que estes fatores têm impacte nos sistemas de saúde e na qualidade de assistência médica.Este estudo pretende avaliar o nível de bem-estar de médicos, enfermeiros e outrosprofissionais dos Agrupamentos de Centros de Saúde do Serviço Nacional de Saúde (ACES)da região Centro e as diferenças entre eles, bem como, os fatores que se associam a um nível superior de bem-estar. Outro objetivo é identificar os fatores que poderão estar a diferenciar o bem-estar nos vários ACES, a fim de implementar essas metodologias nos restantes. Materiais e Métodos: trata-se de um estudo observacional transversal, com participação de profissionais de saúde (médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar, enfermeiros eoutros profissionais) vinculados, à data do recrutamento, a um ACES da região Centro. O questionário Google forms enviado por correio eletrónico esteve disponível para preenchimento em março de 2023. Utilizaram-se escalas de Bem-estar afetivo no Trabalho(Warr e JAWS), Satisfação Profissional (MOAQ) e Índice de Felicidade e Satisfação com aVida (PHI e SWLS). Realizou-se estatística descritiva e inferencial. Resultados: houve diferenças entre ACES no bem-estar medido com a escala de Warr (p =0,001), MOAQ (p = 0,002), JAWS (p = 0,003) e PHI secção B (bem-estar relembrado) (p =0,031). Identificámos oito fatores com associação significativa com o bem-estar: idade, sexo,profissão, funções extra, número de horas laborais, ordenado líquido mensal, número decursos/ congressos/ formações frequentados e ser portador de doença crónica. Os fatores que influenciaram o bem-estar e foram diferentes entre ACES foram a idade (p = 0,001),número de horas laborais (p = 0,014), ordenado líquido mensal (p = 0,002) e o número decursos/ congressos/ formações frequentados (p = 0,040). Discussão/Conclusão: foram identificados níveis superiores de bem-estar em indivíduos mais novos, sexo masculino, nutricionistas, com funções extra, menor número de horas laborais, ordenado superior, que frequentam mais cursos/ congressos/ formações e que nãotêm doença crónica, o que está de acordo com a literatura recente. Entre ACES, houvediferenças na idade, horas laborais, ordenado líquido mensal e número de cursos/congressos/ formações frequentados, o que sugere que sejam implementadas estratégias relacionadas com estas variáveis para alcançar maior bem-estar nos profissionais de saúde.Por ser um estudo transversal e correlacional não permite inferir causalidade entre variáveis