Tratamento Cirúrgico da Paralisia Facial

Abstract

Facial paralysis is an extremely debilitating condition from a functional, aesthetic, and psychosocial point of view, with a significant impact on the patient’s quality of life. The causes of peripheral facial paralysis vary widely and can be roughly categorized in idiopathic, infectious, traumatic, congenital, neoplastic, among others, being the idiopathic cause (Bell’s palsy) the most frequent one. A systematic assessment of patients is essential to establish the location, grade, extension, duration, and etiology of the lesion, in order to conduct the most suitable therapeutic option for each clinical situation. The goals of treatment include achieving facial symmetry at rest, assuring oral competence and ocular protection, and reestablishment of voluntary and spontaneous facial movements with as minimal synkinesis as possible. Accordingly, there are several static and dynamic reconstruction techniques. Dynamic procedures, which include primary neurorraphy, nerve transfers and muscle transfers, proved to be more beneficial with better end results than static procedures. However, optimal facial reanimation requires the combination of both procedures. This review aims to describe the anatomy of the facial nerve, the etiology of facial paralysis, the evaluation of the patient with facial paralysis, and the various surgical options (static and dynamic) and most recent techniques in the surgical treatment of the paralysed face, as well as the management of synkinesis and rehabilitation after facial reanimation.

A paralisia facial é uma condição bastante debilitante do ponto de vista funcional, estético e psicossocial, com impacto significativo na qualidade de vida do doente. As causas de paralisia facial periférica são várias, podendo categorizar-se entre causas idiopáticas, infeciosas, traumáticas, congénitas, neoplásicas, entre outras, sendo a mais frequente a causa idiopática (paralisia de Bell). É fundamental uma avaliação sistemática dos doentes, caracterizando a lesão quanto à sua localização, grau, extensão, duração e etiologia da mesma, de forma a selecionar a opção terapêutica mais adequada a cada situação clínica. Os objetivos do tratamento incluem obter uma simetria facial em repouso, assegurar a continência oral e proteção ocular, e restituir o movimento facial voluntário e espontâneo com o mínimo de sincinésias possível. Para tal, existem várias técnicas de reconstrução estáticas e dinâmicas. Os procedimentos dinâmicos, que incluem a neurorrafia primária, as transferências nervosas e transferências musculares, demonstraram-se mais vantajosos e com melhores resultados que os procedimentos estáticos. No entanto, a reanimação facial ideal requer a combinação de ambos os procedimentos. A presente revisão pretende descrever a anatomia do nervo facial, a etiologia da paralisia facial, a avaliação do doente com paralisia facial e as diferentes opções cirúrgicas (estáticas e dinâmicas) e técnicas mais recentes no tratamento cirúrgico da paralisia facial, assim como a abordagem das sincinésias e reabilitação do doente após a reanimação facial.