Rey Complex Figure Test: Validation Study in Traumatic Brain Injury

Abstract

INTRODUCTION: The Rey Complex Figure test (FCR; Rey, 1941) is a psychometric instrument with a long history in the field of (neuro)psychology. It essentially assesses visual memory, visual-spatial/constructive capacity and executive functioning, some of the cognitive functions affected in cases of traumatic brain injury (TBI). This assessment tool has undergone changes and can be applied according to different versions that combine tasks for its implementation, the most common being the copying phase and immediate recall of the stimulus. OBJECTIVES: Preparation of a psychometric and clinical validation study in patients suffering from TBI. In this context, the aim is to explore the psychometric properties of the RCFT, the discriminative capacity of its scores, and the establishment of cut-off points (CP). METHODOLOGY: The total sample consists of 60 participants, divided into two groups (TBI Group: n = 30, Control Group: n = 30) paired according to age, education, and gender. The clinical group complies with the international diagnostic criteria applied at the hospital where the participants were consulted. The control group consists of healthy adults actively inserted in the community, undergoing the same evaluation procedure previously stipulated for the clinical group. RESULTS: The RCFT copy and immediate recall scores differed significantly between the TBI Group and the Control Group, with the effect size being higher in the task that recruits memory. The RCFT showed mostly strong and always statistically significant correlations with relevant external criteria selected in accordance with the literature (MMSE, MoCA, Spatial Location, Digit Symbol-Coding, Symbol Search, TMT-B, Stroop - color/word condition, PVF, SVF) and collected in the same period. Additionally, it proved to have discriminative capacity, both in the copying and evocation tasks, reaching cut-off points with specificity values higher than sensitivity. CONCLUSIONS: The present study supports the fact that RCFT can be a useful measure of executive functioning, in addition to assessing memory and visual-spatial/constructive capacity, something to consider when choosing assessment protocols in patients with TBI. The RCFT showed reasonable sensitivity and good specificity, also revealing a good discriminative capacity, identified as a possible target for study in future works, given the severity levels of the clinical condition. The results constitute a first contribution to the validation of RCFT in Portuguese adults with TBI, providing advances towards increasing its use in clinical practice.

INTRODUÇÃO: O teste da Figura Complexa de Rey (FCR; Rey, 1941) é um instrumento psicométrico com uma longa história no campo da (neuro)psicologia. Avalia, essencialmente, a memória visual, a capacidade viso-espacial/construtiva e o funcionamento executivo, algumas das funções cognitivas afetadas em casos de traumatismo crânio-encefálico (TCE). Esta ferramenta de avaliação tem sofrido alterações, podendo ser aplicada de acordo com diferentes versões que combinam tarefas para a sua realização, estando, entre as mais comuns, a fase de cópia e de evocação imediata do estímulo. OBJETIVOS: Elaboração de um estudo de validação psicométrica e clínica em pessoas vítimas de TCE. Neste âmbito, pretende-se a exploração das propriedades psicométricas do teste da FCR, da capacidade discriminativa das suas pontuações e o estabelecimento de pontos de corte (PC). MÉTODOS: A amostra total é composta por 60 participantes, divididos por dois grupos (Grupo TCE: n = 30, Grupo de Controlo: n = 30) emparelhados de acordo com a idade, escolaridade e género. O grupo clínico cumpre com os critérios de diagnóstico internacionais em vigor no estabelecimento hospitalar no qual os participantes foram consultados. O grupo de controlo é constituído por adultos saudáveis ativamente inseridos na comunidade, submetidos ao mesmo procedimento avaliativo previamente estipulado para o grupo clínico. RESULTADOS: A pontuação da cópia e da evocação imediata da FCR diferiu significativamente entre o Grupo TCE e Grupo de Controlo, sendo o tamanho do efeito superior na tarefa que recruta a memória. A FCR apresentou correlações maioritariamente fortes e sempre estatisticamente significativas com critérios externos relevantes selecionados de acordo com a literatura (MMSE, MoCA, Localização Espacial, Código, Pesquisa de Símbolos, TMT-B, Stroop - condição cor/palavra, FVF, FVS) e recolhidos no mesmo período temporal que a mesma. Adicionalmente, revelou ter capacidade discriminativa, tanto na tarefa da cópia como na de evocação, alcançando-se pontos de corte com valores de especificidade superiores aos de sensibilidade. CONCLUSÕES: O presente estudo apoia o facto da FCR poder ser uma medida útil do funcionamento executivo, para além de avaliar a memória e a capacidade visuo-espacial/construtiva, algo a ponderar na escolha de protocolos de avaliação em doentes com TCE. A FCR apresentou uma sensibilidade razoável e uma especificidade boa, revelando também uma boa capacidade discriminativa, apontada como possível alvo de estudo em trabalhos futuros, face aos níveis de gravidade da condição clínica. Os resultados constituem um primeiro contributo na validação da FCR em adultos Portugueses com TCE, proporcionando avanços para a incrementação do seu uso na prática clínica.