From shame to dysmorphic concern: The role of body image-related psychological flexibility

Abstract

Flexibilidade relativa à imagem corporal tem sido associada a várias dificuldades associadas a saúde mental. A vergonha tem sido indicada como um dos construtos principais por detrás da Perturbação Dismórfica Corporal (PDC), uma condição associada a altos níveis de sofrimento e marcada por preocupações excessivas com um ou mais aspetos corporais, bem como comportamentos repetitivos que visam diminuir a ansiedade associada a estas preocupações. Contudo, a literatura tem negligenciado os processos que desempenham um papel na relação entre a vergonha e a preocupação dismórfica. Posto isto, este estudo procurou explorar o papel que a flexibilidade psicológica relativa à imagem corporal desempenha na relação entre vergonha e preocupação dismórfica. Este estudo contou com 477 participantes, 150 homens e 327 mulheres. Primeiramente exploraram-se as diferenças entre homens e mulheres quanto às variáveis em estudo e as correlações entre estas variáveis foram aprofundadas através de uma análise de PATH. A invariância do modelo foi testada para averiguar se o modelo se aplicava de igual modo a homens e mulheres. Homens e mulheres não apresentaram diferenças significativas quanto à maioria das variáveis, excetuando a vergonha. A vergonha interna apresentou uma correlação mais forte com a preocupação dismórfica do que a vergonha externa. A vergonha externa apenas mostrou um efeito direto na ansiedade, enquanto a vergonha interna mostrou quer um efeito direto com a preocupação dismórfica e com a ansiedade, quer um efeito indireto através da flexibilidade relativa à imagem corporal. Os nossos resultados indicam que a flexibilidade psicológica relativa à imagem corporal desempenha um papel mediador na relação entre vergonha, preocupação dismórfica e ansiedade, mas apenas quando considerando a dimensão interna da vergonha. Para além disto, este estudo é inovador na medida em que explora o papel da flexibilidade relativa à imagem corporal na área da PDC e por utilizar uma medida especialmente desenvolvida para avaliar flexibilidade psicológica relativa à imagem corporal de acordo com os seis processos da Terapia da Aceitação e Compromisso.

Body image-related psychological flexibility has been inversely associated with several mental health difficulties. Shame has been indicated as a core construct behind Body Dysmorphic Disorder (BDD), a condition associated with great levels of suffering and marked by excessive worries concerning one of more aspects of one's body, as well as repetitive behaviours that seek to reduce the anxiety associated with these worries. However, research has been lacking in exploring the processes that play a role in this relationship. Therefore, the present study sought to explore the role that body image-related psychological flexibility plays in the relationship between shame and dysmorphic concern and anxiety.This study comprised 477 participants, 150 males and 327 females. Differences between males and females were preliminarily explored and correlations between the study's variables were assessed via a PATH analysis. The model invariance was tested to explore whether the model applied to both groups - Males and Females equally. Males and females did not differ significantly in most variables except shame. Internal shame showed a stronger correlation with dysmorphic concern than external shame. External shame only showed a direct effect on anxiety, while internal shame showed both a direct effect on dysmorphic concern and anxiety, and an indirect effect through body image-related psychological flexibility. Our results indicate that body image-related psychological flexibility plays a mediator role in the relationship between shame and dysmorphic concern and anxiety, but only when considering internal shame.Moreover, this study innovates by exploring the role of body image-related psychological flexibility in the field of BDD and by using a novel measure that assesses this psychological process according to ACT’s six processes.