Atitudes e opiniões dos profissionais de saúde na área da oncologia relativamente às Terapias Contextuais Comportamentais para doentes oncológicos

Abstract

Objetivos: O presente estudo teve como principais objetivos (1) descrever o conhecimento acerca das TCC, nomeadamente das terapias contextuais comportamentais (baseadas no mindfulness, compaixão e ACT); (2) descrever a experiência anterior de encaminhamento para serviços de apoio psicológico (incluindo mindfulness, compaixão e ACT); (3) caracterizar a diferentes dimensões de aceitabilidade.Método: A população deste estudo foi constituída por 33 profissionais de saúde da área da oncologia, em que 13 eram médicos e 20 enfermeiros, dos quais 27 do sexo feminino e 6 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 23 e os 61 anos. Foram utilizados instrumentos de autorresposta para avaliar as características sociodemográficas e relacionadas com o contexto laboral, o grau de conhecimento relativamente às Terapias Contextuais Comportamentais, a experiência pessoal de acompanhamento psicológico, nomeadamente mindfulness, compaixão e ACT, a experiência anterior de recomendação e encaminhamento para serviços de apoio psicológico (incluindo mindfulness, compaixão e ACT), a probabilidade de encaminhamento para diferentes tipos de intervenções psicológicas e por fim, o questionário de aceitabilidade das intervenções psicológicas para profissionais de saúde.Resultados: A maioria dos participantes relatou ter conhecimento sobre as intervenções psicológicas cognitivo-comportamentais. No que concerne à experiência pessoal reportaram nunca ter praticado mindfulness ou outro tipo de prática meditativa, nem ter participado nas diversas intervenções psicológicas. Relativamente à experiência prévia de encaminhamento, a maioria dos respondentes referiu já ter encaminhado doentes oncológicos, nos últimos dois anos, para consulta de psicologia e de psiquiatria. No que diz respeito à aceitabilidade de diferentes tipos de intervenções psicológicas, a maioria dos profissionais respondeu que a probabilidade de encaminhamento era elevada ou muita elevada para a consulta de psicologia, especificamente de orientação cognitiva-comportamental. No entanto, a aceitabilidade foi desconhecida em relação às outras intervenções psicológicas (intervenção psicológica de grupo, intervenção psicológica baseada na compaixão, mindfulness e na terapia da aceitação e do compromisso). Por fim, a dimensão que influencia a aceitabilidade das Terapias Contextuais Comportamentais dos respondentes, de acordo com a TFA, é a ética.Discussão: Futuras investigações beneficiariam de outros métodos de divulgação do estudo de forma a obter um maior número de participantes, assim como, avaliar a relação entre os diferentes preditores da aceitabilidade da intenção de encaminhar o doente para intervenções psicológicas.

Objectives: The main objectives of this study were (1) to describe knowledge about CBT, namely contextual behavioral therapies (based on mindfulness, compassion and ACT); (2) describe past experience of referral to psychological support services (including mindfulness, compassion, and ACT); (3) characterize the different dimensions of acceptability.Method: The population of this study consisted of 33 health professionals in the field of oncology, of which 13 were doctors and 20 nurses, of which 27 were female and 6 were male, aged between 23 and 61 years. Self-report instruments were used to assess sociodemographic characteristics and those related to the work context, the degree of knowledge regarding Contextual Behavioral Therapies, personal experience of psychological counseling, namely mindfulness, compassion and ACT, previous experience of recommending and referring to services of psychological support (including mindfulness, compassion and ACT), the likelihood of referral to different types of psychological interventions and finally, the psychological interventions acceptability questionnaire for health professionals.Results: Most participants reported having knowledge about cognitive-behavioral psychological interventions. With regard to personal experience, they reported never having practiced mindfulness or any other type of meditative practice, nor having participated in the various psychological interventions. Regarding previous referral experience, most respondents reported having already referred cancer patients, in the last two years, to psychology and psychiatry consultations. With regard to the acceptability of different types of psychological interventions, most professionals answered that the probability of referral was high or very high for psychology consultation, specifically cognitive-behavioral orientation. However, acceptability was unknown for the other psychological interventions (group psychological intervention, compassion-based psychological intervention, mindfulness, and acceptance and commitment therapy). Finally, the dimension that influences the acceptability of the respondents' Contextual Behavioral Therapies, according to the TFA, is ethics.Discussion: Future investigations would benefit from other methods of disseminating the study in order to obtain a greater number of participants, as well as evaluating the relationship between the different predictors of the acceptability of the intention to refer the patient to psychological interventions.