The role of Civil Protection in the response to the COVID-19 pandemic Lessons learnt towards an inclusive biological risk management in Portugal

Abstract

A pandemia de COVID-19 não foi imprevisível nem imprevista. Apesar dos esforços da comunidade científica para alertar a humanidade para o risco elevado de tal desastre biológico, um sentimento de complacência sobre os riscos à saúde pública tem prevalecido na sociedade e preocupantemente entre governos e instituições ou organizações públicas com papel crucial no gerenciamento de riscos biológicos. Portugal não foi exceção aos desafios colocados pela COVID-19, pois foram expostas as vulnerabilidades do país para responder com eficiência à pandemia. Em Portugal, a Proteção Civil é responsável pelo planeamento, coordenação e execução da política de proteção civil, nomeadamente nos domínios da prevenção e resposta a grandes catástrofes, como foi o caso da COVID-19. Considerando o papel central da Proteção Civil na gestão e resposta a grandes catástrofes, este estudo teve como objetivo averiguar de forma abrangente como se deu a gestão da emergência COVID-19 em Portugal, na perspetiva dos elementos de proteção civil. Além disso, este estudo teve como objetivo determinar as lições aprendidas pela Proteção Civil através da pandemia de COVID-19, no sentido de um melhor enquadramento da gestão do risco biológico. Para cumprir essas metas foi realizado um estudo exploratório sequencial de métodos mistos, em que numa primeira fase foram entrevistados elementos da proteção civil (N = 15), e numa segunda fase inscritos num questionário de inquérito (N = 262). Os dados qualitativos coletados nas entrevistas foram analisados em profundidade. Análises de dados quantitativos englobadastestes t de amostras pareadas, testes t de Student de amostras independentes e modelagem de equações estruturais. Os resultados deste estudo demonstram que, de uma forma geral, os elementos da proteção civil consideram que a gestão da emergência COVID-19 foi descoordenada, reportando particulares dificuldades na articulação com outras instituições públicas também envolvidas na resposta à emergência. Além disso, os participantes deste estudo demonstraram um sentimento geral de despreparação da Proteção Civil para futuras emergências de saúde, particularmente relacionadas com a desconfiança institucional. Finalmente, os estados emocionais e a percepção de risco demonstraram ser fortes preditores de preparação para futuras emergências de saúde, tanto a nível individual como organizacional. Em conclusão, este estudo destaca a necessidade de uma mudança de paradigma na gestão do risco biológico. Processos de decisão inclusivos e deliberativos devem ser priorizados para garantir que as diversas perspectivas sejam consideradas e para mitigar a desconfiança dos agentes de proteção civil em outras instituições públicas, enquanto conduzem a estratégias de gestão de risco mais robustas e abrangentes. A sensação de despreparo relatada pelos agentes de proteção civil requer ações urgentes para melhorar recursos, treinamento e coordenação para futuros eventos de risco biológico. Ao abordar essas áreas-chave, a Proteção Civil pode aumentar sua resiliência e capacidade de resposta e estar mais bem preparada para enfrentar os desafios de futuros riscos biológicos. enquanto leva a estratégias de gerenciamento de risco mais robustas e abrangentes. A sensação de despreparo relatada pelos agentes de proteção civil requer ações urgentes para melhorar recursos, treinamento e coordenação para futuros eventos de risco biológico. Ao abordar essas áreas-chave, a Proteção Civil pode aumentar sua resiliência e capacidade de resposta e estar mais bem preparada para enfrentar os desafios de futuros riscos biológicos. enquanto leva a estratégias de gerenciamento de risco mais robustas e abrangentes. A sensação de despreparo relatada pelos agentes de proteção civil requer ações urgentes para melhorar recursos, treinamento e coordenação para futuros eventos de risco biológico. Ao abordar essas áreas-chave, a Proteção Civil pode aumentar sua resiliência e capacidade de resposta e estar mais bem preparada para enfrentar os desafios de futuros riscos biológicos.

The COVID-19 pandemic was neither unpredictable nor unforeseen. Although the scientific community's efforts to warn humanity for the heightened risk for such biological disaster, a sense of complacency about public health risks has prevailed among the society, and worrisomely among governments and public institutions or organizations with a crucial role in managing biological risks. Portugal was not an exception to the challenges posed by COVID-19, has the country’s vulnerabilities to efficiently respond to the pandemic were exposed. In Portugal, the Civil Protection is responsible for planning, coordinating and executing civil protection policy, namely in the fields of prevention and response to major disasters, as it was the COVID-19. Considering the central role of Civil Protection in managing and responding to major disasters, this study aimed to comprehensively ascertain how it occurred the COVID-19 emergency management in Portugal, in the perspective of civil protection elements. Moreover, this study aimed to determine the lessons learnt by Civil Protection through the COVID-19 pandemic, towards an improved framework of biological risk management. To meet these goals an exploratory sequential mix-methods study was conducted, in which civil protection elements were interviewed in a first phase (N = 15), and enrolled in a survey questionnaire in a second phase (N = 262). The gathered qualitative data from the interviews was in-depth content analysed. Quantitative data analyses encompassed paired-sample t-tests, independent sample Student's t-tests and structural equation modelling. Results from this study demonstrate that, in general, civil protection elements consider that the COVID-19 emergency management was uncoordinated, reporting particular difficulties in articulating with other public institutions also involved in the emergency response. Moreover, participants from this study demonstrated a general sense of Civil Protection’s unpreparedness for future health emergencies, particularly related to institutional distrust. Finally, emotional states and risk perception demonstrated to be strong predictors of preparedness for future health emergencies at both individual and organizational level. In conclusion, this study highlights the need for a paradigm shift in biological risk management. Inclusive and deliberative decision-making processes should be prioritized to ensure that diverse perspectives are considered and to mitigate civil protection agents’ distrust in other public institutions, whilst leading to more robust and comprehensive risk management strategies. The sense of unpreparedness reported by civil protection agents requires urgent action to improve resources, training, and coordination for future biological risk events. By addressing these key areas, Civil Protection can enhance its resilience and response capabilities and be better prepared to navigate the challenges of future biological hazards.